Catálogo do XVIII Salão Internacional de Banda Desenhada de Viseu – organização GICAV/Expovis

Exposições e autores do 18º Salão Internacional de Banda Desenhada de Viseu

EDITORIAL:

Ano sim, ano não, fruto das contingências orçamentais e estruturais, realiza- se a festa da banda desenhada em Viseu, pela mão do colectivo GICAV, um projecto sem fins lucrativos e independente. A norte de Lisboa, parece-nos ser este Salão presentemente o único evento de envergadura no panorama da divulgação e promoção da nossa banda desenhada. Em parceria com a Expovis e o Salão de Moura, o Gicav assume a integração do XVIII Salão internacional de Banda Desenhada na programação da Feira de São Mateus, procurando desta forma alcançar outros públicos e dimensionando o Salão ao modelo de exposição bienal.

A compreensão da arte implica o seu usufruto com espírito crítico, numa dialéctica permanente com os agentes criativos. O Salão de Viseu insere-se na política de intervenção cultural do Gicav, procurando numa perspectiva de serviço comunitário estabelecer pontes de diálogo entre os criadores e o público amante da BD, dignificando este género artístico tantas vezes mal amado.

Sem apresentar uma temática fechada, o XVIII Salão pretende destacar o “Universo dos Fanzines de BD” em Portugal, apresentando exposições e autores/editores representativos deste fenómeno editorial, tantas vezes sobrevivendo à margem dos circuitos comerciais livreiros. Geraldes Lino (crítico, editor, coleccionador) é o anfitrião deste Salão no que aos Fanzines diz respeito, distinguido com o Prémio Animarte BD pelo trabalho incessante na divulgação e promoção dos artistas, muito em particular dos jovens artistas. Apresenta em Viseu um estudo de opinião sobre o mundo dos fanzines em Portugal, uma exposição de fanzines da sua colecção particular e a exposição “Corto Maltese no século XXI”, a partir do Fanzine Efeméride, do qual é editor.

João Amaral, artista multifacetado ligado a Viseu desde longa data, é distinguido com outro Prémio Animarte BD pelo conjunto da sua obra artística. O Salão revela em exposição individual alguns dos seus trabalhos mais representativos (A Voz dos Deuses; A História de Manteigas; História de Fornos de Algodres; Vidas; O Fim da linha; Cinzas da revolta).
Para além das exposições que derivam da atribuição dos Prémios Animarte BD, outras mostras integram este Salão Internacional:
– A Obra de Eça de Queiroz na BD (com Moura)
– Homenagem à obra de Will Wandersteen (“)
– Humor no Jornal do Exército

– Homenagem Póstuma a Sergio Bonelli (TEX)
– Nos 50 anos do Spider Man
– Grande Plano (sobre alguns álbuns estrangeiros)
– Jovens Valores (Joana Afonso – “O Baile”; Pedro Emanuel- Viseu; Dani-Viseu)
– Álvaro
– Miguel Rebelo (Cartoons)
– Rui Lacas – Asteroid Fighters
– Corto Maltese no século XXI (G. Lino)
– Santos Costa (O Bandarra e outras histórias)
– Comés- Homenagem póstuma

– Andrea Venturi
A internacionalização do Salão ficou a cargo do José Carlos Francisco (Tex Willer Blog), mais uma vez , no âmbito da apresentação em Viseu de um conjunto de trabalhos originais de artistas de diversos países, em homenagem ao editor italiano do TEX, Sergio Bonelli (falecido recentemente). Andrea Venturi é o artista italiano presente no Salão, no dia 10 de Agosto, para uma sessão de autógrafos onde estarão outros artistas convidados (Santos Costa, Miguel Rebelo, João Amaral, Pedro Emanuel), a partir das 17 horas.

O Gicav e a Expovis agradecem a todos quantos possibilitaram a concretização deste evento em prol da Banda Desenhada.

Cartaz do 18º Salão Internacional de Banda Desenhada de Viseu (2013)

PRÉMIO ANIMARTE BD 2012 – EXPOSIÇÃO RETROSPECTIVA: JOÃO AMARAL

Biografia:
João Amaral nasce em Lisboa, em 1966 e publica em 1994, em parceria com Rui Carlos Cunha, uma adaptação de A Voz dos Deuses, o célebre romance de João Aguiar, sob a chancela da Asa.

De lá para cá. Surge nas Selecções BD – 2ª Série, em 1999 com dois episódios de O Que Há de Novo no Império?. Já em 2000, publica na mesma revista O Fim da Linha, um remake do célebre filme O Comboio Apitou Três Vezes. Ganha uma menção na categoria de Novos Valores, no Festival da Sobreda, em 2002, para o qual apresenta uma história de duas páginas, intitulada Game Over. É também um dos autores que participa, em 2003, no álbum Vasco Granja – Uma Vida, 1000 Imagens, com Missão Quase Impossível, uma história feita em parceria com Jorge Magalhães. A mesma dupla elaborou também uma outra curta, intitulada Ok Corral, que é por um lado uma homenagem ao clássico filme de John Sturges e, por outro, uma história de ficção científica (assinando os autores com os pseudónimos de Jhion e Zhion).

Elabora também três álbuns, intitulados: História de Manteigas – No Coração da Estrela, Bernardo Santareno – Fragmentos de uma Vida Breve e História de Fornos de Algodres – Da Memória das Pedras Ao Coração dos Homens, publicados pela Âncora Editores. Mantém, durante dois anos uma colaboração com o jornal Cruz Alta, para onde cria com Isabel Afonso, O Gui, a Nô… E Os Outros, sob o pseudónimo de Joca.

Já em 2012, novamente pelas edições Asa e sob o pseudónimo de Jhion, lança em parceria com Miguel Peres, o álbum Cinzas da Revolta, uma história passada em plena guerra colonial.

Paralelamente foi, ao longo dos anos, desenhador de acções publicitárias, colaborou com a revista A Rua Sésamo, fez vários postais de felicitações e ilustrações para livros.
No seu blogue, entre outros trabalhos que mostra, entre os quais alguns inéditos, publica desde 2010, como Joca, uma tira humorística, intitulada Fred & Companhia.
Blogue: http://joaocamaral.blogspot.pt

João Amaral

GERALDES LINO: PRÉMIO ANIMARTE ESPECIAL BD 2012

Português, natural de Lisboa, tem desenvolvido vasta actividade no seu país no âmbito da banda desenhada.

DIVULGADOR DA BD (Blogue “divulgandobd.blogspot.com”), INVESTIGADOR E CRÍTICO, COLECCIONADOR, EDITOR, …

Autor de textos englobando críticas, entrevistas, actualidades, biografias de autores e personagens.
Colaborador esporádico em diversos jornais: semanário O País, Correio da Manhã, Diário Popular, JL – Jornal de Letras e Artes.
Colaborador eventual em revistas e boletins de Bibliotecas.
Colaborador de revistas de BD: Mundo de Aventuras, Jornal da BD, Selecções BD – 1ª série, Heróis Inesquecíveis, Seleções BD – 2ª série, entre outras publicações.
Comissário de exposições: A História na Banda Desenhada (Museu de Arqueologia, Lisboa); A II Guerra Mundial na Banda Desenhada (Biblioteca-Museu da República e Resistência, Lisboa); Lisboa na Banda Desenhada (Museu da Cidade, Lisboa).
Sócio fundador do Clube Português de Banda Desenhada, em Junho de 1976.
Fundador da Tertúlia BD de Lisboa em Junho de 1985. Mantém-se como dinamizador desta iniciativa bedéfila mensal, que tem por finalidade efetuar atos de homenagem a autores consagrados e outras individualidades ligadas à BD, e atos de incentivo aos novos autores da BD portuguesa.
Editor de fanzines de banda desenhada. : Eros, Tertúlia BDzine, Folha Volante, Autobiografias Ilustradas, Ad Hoc; Preciosidades da BD; Efeméride.
Personagem de várias bandas desenhadas, entre as quais Abdalino do álbum Menatek Hara, de Luís Louro e Tozé Simões e também Capitão Ardina Mango, do álbum As Aventuras de Herb Krox – O Homem de Neandertal de Luís Filipe Diferr.
Co-autor (em parceria com Leonardo De Sá) do livro Dédalo dos Fanzines (1987).
Colaborador dos vários salões e festivais de Bd em Portugal; colaborador do Gicav em vários Salões de Banda Desenhada de Viseu. As presentes exposições são apenas uma singela amostra do trabalho desenvolvido por Geraldes Lino enquanto colecionador, crítico e editor de BD (Fanzine Efeméride – Corto Maltese no século XXI; O Mundo dos fanzines).

Geraldes Lino

ARTISTA ESTRANGEIRO CONVIDADO:.ANDREA VENTURI

O italiano Andrea Venturi começou a desenhar histórias do Tex no início dos anos 90 (“Almannaco del West “1996). Com um estilo muito realista, de desenhos recheados de sombras cheias e perfeição anatómica das figuras, este artista trouxe uma nova frescura ao mundo do Ranger, nomeadamente através do recurso a ambientes circenses, como em “O matador de índios”, onde Venturi desenha um assassino mascarado, e em “Missão em Sierra Vista”, onde nos oferece um desfile de personagens estranhas, ou em “Ópio”, onde evolui uma trupe de actores que se embrenham em relações de ódio e paixão, ganância e crime.
Em certos momentos da sua obra, a arte de A. Venturi faz lembrar alguns dos mestres como John Buscema, Ross Andru ou Jack Kirby.
A. Venturi representa neste salão de Viseu o grupo de artistas que produziram trabalhos propositadamente para a homenagem póstuma a Sergio Bonelli, numa iniciativa do José Carlos Francisco (Tex Willer Blog), dos quais se apresenta em Viseu a esmagadora maioria dos trabalhos oferecidos ao José C. Francisco.
Andrea Venturi apresenta em Viseu um poster original, gentilmente oferecido aos fãs texianos e a todos os amantes da banda desenhada, visitantes do salão de Viseu em dia de inauguração.
O nosso agradecimento ao José Carlos Francisco (que capitaneia o fiel grupo de fãs de Tex Willer em Portugal) e ao Andrea Venturi por esta possibilidade, engrandecendo o Salão de Viseu e o panorama da nossa Banda Desenhada.

Andrea Venturi e a sua arte em Tex

EXPOSIÇÃO DE HOMENAGEM A SERGIO BONELLI

(recolha de originais: José Carlos Francisco (Blog TEX WILLER); selecção e montagem – GICAV)

Sergio Bonelli (Milão, 2 de Dezembro de 1932 – Monza, 26 de Setembro de 2011) também conhecido como Guido Nolitta (seu pseudónimo como escritor de banda desenhada), foi um autor e editor italiano. Filho de Gian Luigi Bonelli (criador de Tex e fundador da editora Audace), e de Tea Bonelli, que desde 1946 tomou as rédeas da editora do ex-marido, entra muito jovem no mundo da banda desenhada, fazendo de tudo na empresa da família: de moço de recados a fiel de armazém, até responder às cartas dos leitores.
Em 1957 assume a editora Cepim, a futura Sergio Bonelli Editore, uma das mais importantes editoras de banda desenhada no panorama italiano, sucedendo na direcção à sua mãe Tea.
Empreende também a faceta de argumentista sob o pseudónimo de Guido Nolitta, escolhido para evitar ser confundido com o seu pai. Em 1961 cria um dos maiores sucessos da editora: Zagor, personagem “híbrida” entre Tarzan e o western, com fortes incursões no fantástico. Catorze anos mais tarde, em 1975, dará vida àquele que sempre considerará o seu filho predilecto: Mister No, um descontraído ex-soldado americano que vive na Manaus (Brasil) dos anos cinquenta.
Em Janeiro de 2007, tomou o lugar de Decio Canzio na direcção geral da Sergio Bonelli Editore e em 2008 o município de Milão galardoou-o com o prestigioso prémio Ambrogino d’oro. Em Agosto de 2011, quando estava de férias em Provence (França), é acometido por problemas de saúde. Morre em 26 de Setembro de 2011 com a idade de 78 anos na clínica San Gerardo em Monza, poucos dias após ter sido hospitalizado devido a doença.
Sergio Bonelli, o Homem que fez sonhar gerações de leitores de banda desenhada um pouco por todo o mundo, foi o principal artificie da passagem da banda desenhada como simples instrumento de entretenimento popular a produto de dignidade cultural, criando, ao longo da sua carreira de cinquenta anos, uma das mais importantes editoras de banda desenhada no contexto italiano.
Sergio Bonelli fez sonhar gerações de italianos mas também de leitores de muitos outros países, como por exemplo Portugal, por isso nada mais justo que o Salão de Viseu lhe dedique a exposição de homenagem que Sergio Bonelli merece!

Cartaz promocional – da autoria de Carlos Moreira – do 18º Salão de Banda Desenhada de Viseu

A OBRA DE EÇA NA BANDA DESENHADA

Há algum tempo, e em boa hora, os devidos responsáveis de Moura e de Viseu, coligaram-se para o todo ou para certos espaços específicos. Daqui, por exemplo, o espaço “A Obra de Eça de Queiroz na Banda Desenhada”, esteve patente em Moura (Abril e Maio) e agora em Viseu (Agosto e Setembro). É um glorioso “luxo” didáctico-cultural que Eça bem merece!
Eça de Queiroz (1845-1900) Escritor mundialmente conhecido, traduzido e lido, muitas vezes tão inteligentemente mordaz, José Maria Eça de Queiroz, nasceu a 25 de Novembro de 1845 na Póvoa de Varzim e faleceu aos 54 anos, em Paris, a 16 de Agosto de 1900.
Romancista, cronista e poeta, teve cargos políticos, como o de embaixador no Brasil, Cuba e Inglaterra.
Algumas das suas obras têm sido adaptadas ao Cinema, ao Teatro e à Televisão, mormente em Portugal, Brasil e México.
E pela Banda Desenhada? Pois pela admirável 9.ª Arte, aqui vai “tudo” o que conseguimos apurar:
O grande mestre português Eduardo Teixeira Coelho (muitas vezes assinou apenas como ETC, as iniciais do seu nome), foi o que mais adaptou textos de Eça: “A Aia”, “A Torre de D. Ramires”, “O Defunto”, “O Suave Milagre”, “O Tesouro” e “São Cristóvam” (esta, para nossa tristeza, ficou incompleta). As completas foram também editadas no Brasil com capas do também nosso e saudoso Jayme Cortez. Entre outras contabilizam-se também: “O defunto” – José Morim; O primo Basílo – Joaquim Oliveira Ribeiro; “A perfeição” – Eugénio Silva; “O chinês e a cobra”, de “Cartas familiares” – Baptista Mendes; “A Relíquia” – Francisco Marcatti (Brasil);
Registamos aqui o nosso agradecimento sincero a quem nos apoiou nesta pesquisa: Dr. Juarez Antonio Leoni (Brasil), Drª. Armanda Patrício (irmã de Joaquim Ribeiro), Carlos Gonçalves, Jorge Magalhães, José Manuel Vilela, Leonardo De Sá, Baptista Mendes e Câmara Municipal da Póvoa de Varzim. Muito e muito obrigado.
E, como citou Eça quando Portugal sofria uma crise semelhante à actual: “Isto já não vai com palavras; só vai com umas bengaladas!”

Luiz Beira/Carlos Rico

Eça de Queirós

Álvaro, Parede, 1970

Habilitações Literárias: Licenciatura em Arquitetura pela FAUTL
Prática profissional em Arquitectura, Formação, Ilustração, Ensino, Banda Desenhada…
Ilustrou alguns livros escolares e livros infantis Publicou banda desenhada em várias publicações.
Participou em diversas exposições colectivas de BD e cartune e recebeu alguns prémios na área do cartune.
Prémio «AmadoraCartoon/05» e respectiva exposição de cartoons e BDs no FIBDA 2005 organizado pela Câmara Municipal de Amadora.
Livros de BD e cartune “As Insustentáveis Incompatibilidades dos Seres”, Edição de Autor; “Manual de Posições para Labregos”, Pedranocharco, 2006; “Sexo, Mentiras e Fotocópias”, Pedranocharco, 2007.
Actualmente, entre outras coisas, publica na Internet as séries de BD “Homem Voador” e “No Presépio…” em co-autoria com o argumentista José Pinto Carneiro, natural de Resende.
De regresso ao Salão de Viseu em 2013.

Homem-Aranha: 50 anos de aventuras

Com grande poder vem grande responsabilidade!
Esta máxima ligada ao herói das ruas de Nova York, tornou-se uma imagem de marca do sucesso das histórias de vida do Peter Parker.
Quando em Agosto de 1962 Stan Lee e Steve Ditko criaram o “Spider-man”, não imaginavam por certo a tremenda responsabilidade que estavam a atirar sobre os autores que lhes sucederiam, e 50 anos depois o seu Homem-Aranha continua a ser o mais popular herói da Marvel, popularidade reforçada com o sucesso dos filmes recentes.
Nesta singela exposição, baseada nos coleccionáveis da Marvel, e no espólio do jovem desenhador/coleccionador do Gicav Daniel Almeida, expõe-se o quotidiano do Homem-Aranha na sua relação com familiares e vilões, sem esquecer as mulheres da sua vida, os principais dilemas, os seus extraordinários poderes, apresentando também algumas das mais significativas histórias da vastíssima produção existente em redor deste extraordinário herói urbano.
50 anos de histórias, sem marcas de envelhecimento.
Parabéns Homem-Aranha! Gostamos de ti!

Homem-Aranha: 50 anos de aventuras

CORTO MALTESE NO SÉCULO XXI

FANZINE “EFEMÉRIDE” – GERALDES LINO
Na sequência dos anteriores títulos dedicados a personagens da banda desenhada, desta feita é Corto Maltese o alvo de umas dezenas de pranchas, no já usual encontro de homenagens sentidas, variações poéticas sobre as matérias originais, gozos desabridos ou enxertos entre a obra original e as preocupações dos autores aqui presentes. Na economia do Efeméride, há uma preocupação pela “objetificação” ou reificação da própria banda desenhada, por o gesto de homenagem ser feito em torno dos “heróis”, que não deixam de confirmar toda uma série de regras usuais de uma produção clássica da banda desenhada durante anos – personagens masculinas, mais ou menos solitárias ou pelo menos destacadas dos seus coadjuvantes por razões das suas acções, rectidão moral, superioridade intelectual ou física, etc. isto é, não será tanto o contributo estético dos autores (sendo-o também, porém), mas sim a construção de um tecido imaginativo, passível de ser revisitado, como brinquedos em novas situações. Das personagens anteriores – Little Nemo, Príncipe Valente, Super-Homem e Tintin – Corto é uma primeira inflexão, na direcção de uma banda desenhada mais moderna, mais integrada cultural e transversalmente no mundo real, e verdadeiramente adulta, conquista mais tardia para esta arte do que em relação a outras que lhe são próximas, ou mais novas até, no tempo.
Curioso é porém notar que a esmagadora maioria dos autores, sejam eles exímios artistas ou não, com um traço reconhecível ou mais genérico, procuraram todos mimar, de alguma forma, as formas típicas de Pratt – nalguns casos através do decalque directo, seguramente. Os marcados contrastes a preto-e-branco, as silhuetas, as angulosidades, os planos de pormenor do Corto tardio (Tango), e até o trabalho de legendagem em alguns casos são sinal disso. Pepedelrey, Ferrand, Pedro Mota, Pedro Massano, Pedro Nogueira, Nuno Saraiva, Arlindo Fagundes, Tiago Baptista, Alice Geirinhas (numa espécie de samplagem), todos autores com estilos reconhecíveis e personalizados, são aqueles que tornam essa equação mais visível e eficaz (mas também, e mais uma vez, sendo mais profícuos gráfica que narrativamente). (…)
Extractosde um texto de Pedro Moura (Ler BD)
Artistas colaboradores neste “Efeméride”:
Alice Geirinhas; Álvaro; Ana Madureira; André Ruivo; ARechena (Andreia Rechena, Dona Zarzanga); Arlindo Fagundes; Carlos Páscoa; “Zíngr” (Carlos Zíngaro); Daniel Lopes; David Campos; David Soares; Falcato (Miguel Falcato); Ferrand (Ricardo Ferrand); Filipe Abranches; J. Mascarenhas; JCoelho (Jorge Coelho); Joana Afonso; João Chambel; João Sequeira (JAS); José Lopes; José Pedro Costa; Lam (João Pedro Lam); Luís Guerreiro; Luís Pedro Cruz; Machado-Dias; Marco Mendes; Maria João Careto; Mota (Pedro Mota); Nazaré Álvares; Nuno Saraiva; Paulo Monteiro; Pedro Massano; Pedro Nogueira; Pepedelrey (ElPepe); Regina Pessoa; Renato Abreu; Ricardo Cabral; Ricardo Cabrita; Roberto Macedo Alves; Rui (Rui Pimentel); Santo (Ricardo Santo, Ricardo Santo Machado); Susa (Susa Monteiro, Susana Monteiro); Tiago Baptista; Vasco Gargalo; Victor Mesquita.
Obrigado Geraldes Lino!

Corto Maltese

Didier Comés

– o desaparecimento de um genial artista das histórias a preto e branco.
Didier Comés deixou-nos aos 71 anos (7 de Março de 2013). Nascido em Dezembro de 1942, Mestre do preto e branco, grande nome da revista “A Suivre”, o artista foi vencido pela doença que o impedia de desenhar. O seu trabalho começou a ser conhecido no início da década de 1980 com a publicação de “Silêncio” na revista Suivre, que depois acabou por ser editado em livro pela Casterman. O livro, a preto e branco, foi publicado na altura em Portugal pela Bertrand, estando hoje em dia à venda em dois volumes com a chancela das Edições Asa.
Ao todo, Didier Comès publicou uma dúzia de álbuns de BD, tendo sido editados em Portugal pelo menos, além de “Silêncio”, “A Árvore-Coração”, “A Casa onde as Árvores Sonham” e “As Lágrimas do Tigre”, trabalhos que continuam a despertar enorme entusiasmo e admiração.
Histórias de encanto e desencanto, narradas através de um grafismo e um traço apurado de vincados contrastes entre o negro e o branco, um estilo inconfundível de um artista inesquecível.

O HUMOR NO JORNAL DO EXÉRCITO

Afonso Magalhães de Almeida Fernandes (1906-1986),
é considerado o fundador do Jornal do Exército, já que foi por seu despacho que esta revista foi criada. Foi Oficial da Arma de Engenharia e Engenheiro Civil pelo Instituto Superior Técnico (1928, Ministro do Exército (1958-1961), entre outros cargos, sendo reformado com o posto de brigadeiro do Exército.
1960 – A 11 de Janeiro é publicado um despacho do Ministro do Exército, Brigadeiro Afonso de Almeida Fernandes. Ainda em Janeiro é feita a primeira tiragem do Jornal do Exército, com 20 mil exemplares. A 14 de Julho, por Portaria do Ministério do Exército, é criado, formalmente, o Jornal do Exército, definido como: órgão de informação, cultura e recreio do Exército Português.
A missão do Jornal do exército:
– Veicula, no meio militar, a informação interna de que for incumbido e contribui para um adequado conhecimento do Exército
– Divulga assuntos e temas significativos, do âmbito militar em geral e do Exército em particular;
– Colabora, com outros órgãos ou entidades, militares e civis, nacionais ou estrangeiras, em actividades do seu âmbito, que respeitem à imprensa, à imprensa militar, ou a realizações de natureza cultural.
A exposição “O Humor no Jornal do Exército 1961-1974”, apresenta a vida militar portuguesa nas décadas de 60 e 70 como raramente a vimos. Nesta exposição é esquecida a postura séria normalmente associada ao exército e aos militares e são apresentadas ao público dezenas de caricaturas da vida e da ambição militar em tempos de censura e ausência de liberdade. A Mostra revela um conjunto de desenhos “criados por diversos militares, mas também por civis”, que resultam “numa sátira perfeita ao dia a dia da vida militar conturbada da época”.
O HUMOR NO JORNAL DO EXÉRCITO 1961- 1974” resultou de um desafio lançado a dois jovens soldados com o objetivo de pesquisarem, seleccionarem e exporem caricaturas e cartoons que ao longo do período em apreço pudessem caracterizar a expressão desta arte gráfica no âmbito da sátira, da ironia, da irreverência, ou da crítica social que, entre outros aspectos, reflectissem o dia-a-dia de um meio profissional que, particularmente no período em causa, atravessava e participava na designada Guerra Colonial/Guerra do Ultramar. Em Portugal o humor,
como representação do grotesco, da crítica moral e social, teve a sua expressão mais comum através da palavra escrita, quer sob a forma das cantigas de escárnio e maldizer quer sob a forma de teatro que Gil Vicente tão acutilantemente revelou. A Inquisição surgiu como censora da liberdade de expressão remetendo o riso e a ironia para a representação iconográfica nas artes populares.
Como menciona Osvaldo de Sousa, o humor, expresso através do desenho associado à palavra impressa, é referido em Portugal já nos sécs. XVII e XVIII (sobretudo de origem estrangeira) mas com maior incidência no séc. XIX, no contexto da Guerra Peninsular. No entanto, só em meados desse século é que emerge, com regularidade, na imprensa a publicação de caricaturas e desenhos satíricos produzidos por autores portugueses que reflectem a politica nacional ou a critica de costumes. Este tipo de humor passa a funcionar como uma forma de Oposição ao poder instituído.
O nosso agradecimento ao Jornal do Exército por esta colaboração e parceria na divulgação da arte da ilustração e da banda desenhada. (textos adaptados do “Jornal do exército” e notas à imprensa)

Convite para o 18º Salão Internacional de Banda Desenhada de Viseu

Willebrord Jan Frans Maria Vandersteen

Também conhecido como Willy Vandersteen, nasceu em Antuérpia em 15 de Fevereiro de 1913. De acordo com sínteses biográficas provindas do Centro Belga de Banda Desenhada com sede em Bruxelas, familiares e amigos de infância de Willy Vandersteen contavam que, sobre a calçada, no Seefhoek, bairro popular onde ele nasceu, o menino desenhista produziu estórias de cavaleiros para seus amigos.
Os seus primeiros quadradinhos foram publicados durante a Segunda Guerra Mundial. Pudifar de Kater in Wonderland, o suplemento juvenil do jornal De Dag, Simbad Zeerover do Bravo ou Floche et Flache em Franc Jeu, foram as suas primeiras tentativas, que, ainda tímidas, já apresentavam, no entanto, o dinamismo que futuramente caracterizaria toda a sua vasta obra artística. Com duas tiras diárias, As Aventuras de Rikki em Wiske começaram no dia 30 de Março de 1945 no jornal De Nieuwe Sandaard.
Vandersteen já gozava de grande fama em Flandres quando Hergé, criador de As aventuras de Tintim e Milu e director artístico do periódico Tintim, convidou-o para colaborar no jornal. Enquanto Vandersteen continuou a sua produção em Tintim, desenhou oito histórias de Suske em Wiske para Tintim, entre 1948 e 1959. A pedido de Hergé, suas personagens foram adaptadas aos gostos conservadores de Tintim.
Ele cuidou mais do tipo de página e ambiente, e desenvolveu scripts mais equilibrados. As histórias que apareceram em Tintim foram o auge do trabalho de Vandersteen.
A partir de 1951, começou a trabalhar com parceiros, principalmente para atender à demanda e expandir as suas estórias, personagens e séries. Criou Judi e Bessy em 1952, De Rode Ridder em 1959, Jerônimo em 1960, Pats em 1962, Karl May em 1963, Biggles em 1965,Safari em 1969, Robert Bertrand em 1972, Tits em 1974 e outras séries, sendo a última The Geuzen. Vandersteen fazia questão de escrever scripts e desenhar os bonecos a lápis antes de lançar cada nova série. Depois de alguns álbuns, essa responsabilidade seria confiada aos seus funcionários.
Vandersteen gostava de usar a História como um cenário para seu trabalho. As suas épocas favoritas foram a Idade Média e o século XVI, embora também gostasse da Belle Epoque. Sua abordagem histórica, contudo, levou-o a aludir também à actualidade.
Esta exposição é uma homenagem conjunta de Moura e Viseu, no centenário do seu nascimento.

GRANDE PLANO

(sobre alguns projectos de autores estrangeiros)
Nesta exposição abrimos um grande plano sobre alguns trabalhos que mereceram a nossa atenção, pela qualidade do trabalho artístico ou pelo carácter inovador da arte de representar histórias em quadradinhos.
“Sang Royal”, de Yodorowsky, uma saga de ALEJANDRO JODOROWSKY; DONGZI LIU – GLÉNAT
Sang Royal tem como cenário uma época medieval violenta e uma família real destruída por traições e laços amorosos. Jodorowsky gosta de chocar, é um facto. Gosta de abanar as nossas mentes pondo tabus cruamente a descoberto, e se em Bórgia tratou de um caso de incesto sobejamente conhecido historicamente, em Sang Royal o incesto é levado ficcionalmente ao extremo. (…) Qualquer que seja a razão este tema surge como centro de toda esta estória. (…) A estória flui sempre muita homogénea, mesmo quando a acção muda de cenário ou temporalmente. Não há quebras, o livro não deixa o leitor parar de ler até ao final, e quando se chega ao final chora-se pelo volume seguinte! É isto que se espera de um primeiro volume – Forte!
Mas nada disto seria a mesma coisa sem Dongzi Liu… a arte deste chinês é fantástica, de uma beleza que não está ao alcance de todos. Utilizando uma paleta de cores sóbrias, em que usa muitas cores neutras consegue um ambiente muito belo, mas ao mesmo tempo choca e agride quando assim a estória o exige. As figuras humanas são retratadas muitas vezes num registo um pouco sujo, fazendo contraponto com outras (sobretudo a figura feminina) que se quer que sejam belas, angélicas mesmo. Esta estória- choque tem como base uma traição, e como final uma vingança cruel.
Leituras de BD (adaptado)

LA DOUCE – F. SCHUITEN – CASTERMAN
François Schuiten é um autor cuja obra parece nutrir-se de um veio nostálgico muito específico, que cria um imaginário coerente nele mesmo, parecendo emergir quase directamente de uma visão do mundo desenvolvida no século XIX, por via da literatura fantástica da época com as suas ilustrações em edições de luxo. E, para mais, mesmo que muitas vezes sob um filtro semi-irónico, tudo passado por uma espécie de saudade por sistemas tecnológicos obsoletos. O comboio em vapor é em si mesmo alvo de prazeres nostálgicos de muitas formas. Para todos os efeitos, 12/La Douce é um álbum dedicado a um comboio, a uma locomotiva, mas também a um certo estado do mundo, a uma profissão romântica, a um entendimento da relação entre o homem, a máquina e a natureza. (…)
O modelo que ocupa o lugar central de estrela no livro é uma locomotiva real, chamada de 12.004, numa luta contra o tempo e os elementos.

Pedro Moura (adaptado)

MURENA – DUFAUX & DELABY – DARGAUD
A assinatura do argumentista Jean Dufaux garante um crédito de confiança a esta série, pelo seu vasto currículo, inclusivamente através das suas incursões históricas.
E o desenho rigoroso de Delaby (um dos mais talentosos desenhadores da sua geração) faz o resto, transformando MURENA numa série de grande fôlego e um “fresco” admirável sobre um período crucial do Império Romano.
A luta pelo poder em Roma é o motor da ação e o estímulo que anima as vidas dos protagonistas. O cruzamento das distintas trajetórias decorre num ambiente e sob uma atmosfera construídos com mestria por Dufaux e ilustrados com sensibilidade por Delaby. Tendo como fundo os factos historicamente estabelecidos, os autores constroem uma excelente galeria de personagens (Agripina – astuta, possessiva, ambiciosa), o seu filho Nero (inteligente mas vulnerável á manipulação), Britânico (fraco e ingénuo filho de Cláudio, eliminado pela madrasta).
Esta Roma representada em Murena não apenas a dos poderosos e influentes, é também o lugar onde aplebe se debate com os seus gostos, interesses e aspirações, as corridas, os combates de gladiadores, desempenhando pontualmente papéis relevantes, fazendo lembrar por vezes alguns clássicos da literature do cinema como “Bem Hur” ou “Quo Vadis”.

Carlos Pessoa (adaptado)

A Roma construída por Dufaux e Delaby e a personagem de Nero, tal como eles a imaginaram, são totalmente credíveis.
Murena, um novo Alix, volta a dar vida à banda desenhada histórica sobre a Antiguidade, com os argumentos de forte intensidade dramática de um Dufaux que assina aqui alguns dos seus melhores trabalhos, e os poderosos desenhos de um Delaby excelente tanto nos cenários como na
representação dos corpos humanos (Agripina, por exemplo, é magnífica), e as cores quentes e luminosas de Dina
Kathelyn. Patrick Albray

Adaptações – Gicav.

FERNANDO JORGE DOS SANTOS COSTA

Nascido em Lisboa no dia de S. Valentim do primeiro ano da segunda metade do séc. XX; Vida profissional como Funcionário das Finanças (Mangualde, Nelas, Lisboa, Maia, Aguiar da Beira, Trancoso), Chefe do Serviço de Finanças de Trancoso aposentado, Ex-Presidente do Conselho de Administração da TEGEC – Trancoso Eventos, Empresa Municipal de Gestão de Equipamentos Culturais e de Lazer, EEM.
Apresenta-se pela primeira vez no Salão de BD de Viseu com uma exposição representativa de uma parte da sua obra.
EM LIVRO: Para além de diversas obras editadas (monografias, novelas, contos, romance, etnografia, infantil), e do trabalho desenvolvido na comunicação social como fundador, director e colaborador de diversos jornais e revistas, apresenta-se aqui um pouco da sua obra artística na área da Banda Desenhada e Ilustração:
ILUSTRADOR
As Profecias do Bandarra – ilustração da capa, contra-capa e interior do volume cartonado- edições MEL Sonetos de Florbela Espanca – ilustração da capa do volume cartonado – edições MEL
Poesia Completa e Cartas de Cesário Verde – ilustração de capa e contra-capa do volume cartonado – edições MEL
A Obra do Escritor Nuno de Montemor- Ensaio – Câmara Municipal da Guarda Fábulas de La Fontaine – ilustração da capa do volume cartonado – edições MEL
O Testamento – ilustração da capa – edições MEL
A Túnica- Ilustração de Capa – edições MEL
Os Avós e os Netos (II) – ilustração da capa e duas centenas e meia de ilustrações de interior, todas a cores.
CARTOONISTA
Oh Diabo! – Semanário O Diabo (publicados 140 cartoons, semanalmente)
BANDA DESENHADA PERIÓDICA (semanal) E OUTRAS PUBLICAÇÕES: Mundo de Aventuras (entre 1979 e 1986) – diversas histórias e contos tradicionais;
25-4-1985- Batalha de Trancoso (álbum p/b) – 4 edições – Edição da Câmara Municipal de Trancoso
1988- O Magriço, um dos doze de Inglaterra (formato livro)
1988- O Assalto à Quinta do Ferro – Almanaque O Bandarra
1990- O Velho do Surrão – Almanaque O Bandarra
1990- Bandarra – Poeta, profeta e sapateiro de Trancoso (álbum, cor) – Edição da Câmara Municipal de Trancoso
1994- PSD- Partido Social Democrata- 20 anos (álbum, p/b)- lançado no XVII Congresso Nacional daquele Partido
1995 – Batalha de São Marcos – Almanaque O Bandarra
1996- 25 de Abril – Duas Década de Governação – Almanaque O Bandarra
1997- Dona Chama – Almanaque O Bandarra
1998- O Magriço e o Soldado Castelhano – Almanaque O Bandarra
No semanário O Crime : ilustrações sobre diferentes temáticas.
Álbuns a cores e p/b:
Batalha de Trancoso – 1985 – Edição da C.M. Trancoso
Bandarra – 1990 – Poeta, Profeta e Sapateiro – Edição C.M. Trancoso
2002 – Registos Criminais – Edições Época de Ouro (álbum p/b)
2003 – A Viúva do Enforcado – Edições Época de Ouro (álbum a cores) para a Câmara Municipal do Fundão
2003 – D. Egas Moniz, o Aio – Edições Época de Ouro (álbum a cores) para a Câmara Municipal de Lamego
2005 – La Boda de Don Dinis & Isabel de Aragón en Trancoso – edição em castelhano (espanhol) – Câmara Municipal de Trancoso
2005 – The Wedding of D. Dinis and Isabel of Aragon in Trancoso – edição em inglês – Câmara Municipal de Trancoso
2005 – As Bodas de D. Dinis e Isabel de Aragão em Trancoso – edição Câmara Municipal de Trancoso
2007- Lendas da Meda – Edições Época de Ouro (álbum a cores) para a Câmara Municipal de Meda
2010 – Lendas de Aguiar da Beira – Edição Município de Aguiar da Beira
2012 – Os Piratas do Deserto – Edição ASA (Grupo LeYa)

EXPOSIÇÃO JOVENS VALORES

1. JOANA AFONSO – O BAILE
Álbum vencedor dos Prémios Profissionais de BD 2012 (álbum do ano, melhor desenhador/colorista e melhor argumento)

Joana Afonso é já um nome incontornável no panorama da nossa Banda Desenhada e Ilustração, sobretudo após o seu trabalho “O Baile”, editado pela Kingpin Books e com argumento de Nuno Duarte, ter vencido praticamente todos os Prémios Profissionais de BD em 2012. Um traço único, seguro, irreverente, criativo, dinâmico, deixou-nos com água na boca para os próximos trabalhos que se esperam rápidos.
2. Pedro Emanuel dos Santos Fernandes é natural da vila de Gonçalo, pertencente ao concelho da Guarda. Actualmente reside na cidade de Viseu onde exerce a sua actividade profissional. Formou-se em Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Posteriormente concluiu o Mestrado em Política Cultural Autárquica com a defesa da tese: “A Rota dos Sentidos” na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. O seu percurso profissional tem-se desenvolvido enquanto professor do ensino secundário, leccionando as disciplinas de Filosofia e Psicologia e, enquanto formador no Instituto do Emprego e Formação Profissional, na área da educação e formação de adultos. Desde cedo se interessou pelos domínios da arte, nomeadamente no campo das artes plásticas, no desenho, na pintura e na ilustração, áreas onde tem desenvolvido, de forma autodidáctica, inúmeros trabalhos.
O ambiente natural, o ambiente construído, o gesto que o constrói, os rostos modelados no tempo, as tradições em vias de extinção são temas preferenciais assim como a natureza humana, a temporalidade, a finitude do ser e a efemeridade da beleza. O seu interesse desdobra-se, igualmente, por outras áreas como a filosofia política, existencial, antropologia filosófica, pela estética filosófica, pela astronomia e pela cosmologia. O seu interesse pela Banda Desenhada levou-o a criar, em pranchas de BD, as aventuras d’O Magriço e dos Doze de Inglaterra.
Presentemente encontra-se a preparar as pranchas de BD da história dos amores entre D. Tedo e a princesa Ardínia. Proximamente editará a peça de teatro intitulada O Guardador de Sonhos, escrita e ilustrada por si.
3. DANIEL ALMEIDA
O Dani, como prefere que o tratem, é um jovem viseense de 16 anos e associado do Gicav, a estudar no 11.º ano. Quer ser ilustrador e desenhador de BD.
Desde pequenino revelou grande interesse, até paixão pelas histórias e bonecos dos quadradinhos, em particular as aventuras dos super-heróis da Marvel e da DC Comics. Começou a fazer banda desenhada de forma mais séria em 2009, concorrendo ao concurso da CM de Viseu (Prémio D. Afonso Henriques), tendo vencido o concurso. Desde então participou em diversos concursos e mostras (Amadora, Montepio Geral – vencedor; Anicomics, Odemira, Moura – vencedor em 2011 e menção honrosa em 2013). O seu entusiasmo e vontade em aprender são os trunfos para vencer neste difícil mundo da arte da BD.
Aqui se revelam alguns dos seus mais recentes trabalhos.

MIGUEL REBELO – UM CARTOONISTA DE VISEU

Miguel Alexandre de Oliveira Ramos Rebelo, nascido a 31 de Maio de 1971 em Luanda – Angola, veio residir para Viseu – Portugal no ano de 1977. Seguiu o percurso escolar experimentando as artes e desenho técnico.
Em 1989 colabora com o GICAV no 1º Salão de Banda Desenhada de Viseu. No serviço militar é colocado no gabinete de desenho dos Serviços de Fortificações e Obras do Exército como desenhador. Após o serviço militar ingressa no Ensino Superior no Curso de Professores do Ensino Básico na variante de Educação Visual e Tecnológica como trabalhador /estudante. Lecciona a todos os ciclos do ensino básico, ensino recorrente, profissional, desempenha todos os cargos possíveis com a sua graduação profissional durante doze anos, desvendando e motivando os alunos para as artes e sua importância.
Guarda saudades desse tempo porque, diz: “Havia alunos interessados e com excelentes capacidades, infelizmente, são cada vez menos, o que transformam esta actividade numa outra qualquer que não ensinar”. Foi produzindo ao longo dos tempos outros trabalhos: ilustração de livros, criação de logotipos, produção de cartazes, decorou montras temáticas, produziu identificação de montras, expôs pintura a óleo em três momentos diferentes, publicou cartoon em jornais, …
Realizou Mestrado em Ensino de Educação Visual e Tecnológica no Ensino Básico como trabalhador / estudante. Actualmente trabalha no sector livreiro e procura manter o seu sentido critico produzindo cartoons que publica diariamente na rede social Facebook.
Mantém o gosto e o desejo de trabalhar na área do desenho e do cartoon, não podendo ser a forma de sobrevivência financeira, é certamente a forma de sobreviver atento e lúcido neste Portugal que lhe retira a cada dia mais esperança. Mantém um desejo: Que os homens deste mundo voltem a ser dignos desse nome!
É colaborador da Revista Animarte (edição do GICAV).

Asteroid Fighters

RUI LACAS, argumentista e desenhador, já se viu representado anteriormente no Salão de BD de Viseu. Volta este ano com o trabalho de grande fôlego “Asteroid Fighters”. Nascido em 1974, estudou na Faculdade de Belas Artes de Lisboa.
Trabalha como freelancer em ilustração e publicidade.
Conta já com diversos álbuns editados, dos quais se destacam “Obrigada, Patrão”, galardoado em França com o prémio de melhor argumento no Festival de Les Moulins, e também com diversos prémios em Portugal, incluindo os de Melhor Álbum e Melhor Argumento no festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora em 2008.
Integra actualmente um colectivo de ilustradores situado na capital, “The Lisbon Studio”, de onde surgiu a ideia para este projecto inspirado no seu grupo de amigos. Uma edição ASA, a não perder.
Sinopse: Após o primeiro cataclismo, em 2012, o Planeta Terra vivia há quase 100 anos sem sobressaltos, defendido por uma nova tropa de elite, munida de indivíduos super-poderosos: os “Asteroid Fighters” …
Agora a Terra depara-se com uma nova e inesperada ameaça … Três asteróides de origem desconhecida rumam em sua direcção e os “A.F.” tentam tudo para salvar o planeta da destruição.
Mas terão os defensores da Terra armas suficientes para eliminar estes misteriosos asteróides?

A “Criada Malcriada”

A “Criada Malcriada” surgiu no Facebook no final de 2012 e tornou-se rapidamente num fenómeno de comunicação. A fórmula é simples: uma tira de banda desenhada anónima sobre uma senhora “queque” desocupada, alcoólica e azeda, e uma empregada doméstica ligeiramente submissa e deliciosamente analfabeta.
Autor: ?Anónimo “ O livro é anónimo, como a página. Aliás, a ideia de um autor,estraga a ideia de voyeurismo, que acho que é o que tem mais graça e, como não uso o meu nome, posso dizer o que me apetece, que também é óptimo.”
O projecto já vai com mais de uma centena de tiras humorísticas, publicadas com uma regularidade quase diária no
Facebook.
De um contacto realizado através do próprio
Facebook, foi dada autorização pelo autor/autora ao Gicav para reproduzir nesta sintética mostra um vislumbre do quotidiana da “criada malcriada”, como se espreitássemos pela buraco da fechadura de uma habitação suspeita, onde patroa e empregada ora se entendem ora se desentendem sobre a vida e os mundos em confronto … e o restante são momentos de comunicação gratuita, onde a interacção é imediata.
“ Desenhos tão simples conseguem-nos transmitir um mundo de coisas… emoções, críticas sociais, carinho, acomodações aparentes… principalmente fazem-nos rir sem ser de forma gratuita. Parabéns artista.” – um comentário no
Facebook.
O projecto despertou a atenção social, não apenas das redes sociais, e rapidamente se transformou em livro de “banda desenhada”, anónimo, à venda desde 12 de Junho nas livrarias.
Os interessados poderão acompanhar as “tiras” diárias através do
Facebook, deixarem os seus comentários ou sugestões.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

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