Preparem-se fora–da–lei holandeses, pois Tex em breve estará de volta aos Países Baixos!

Por Fernanda Martins (em exclusivo para o blogue português do Tex)

Após quase 33 anos de ausência na Holanda, e com uma história de somente 129 revistas publicadas naquele país, Tex Willer promete um regresso cauteloso, porém certo, no início do ano que vem (além das revistas da série normal mencionadas, Tex esteve de volta aos Países Baixos brevemente entre 2002 e 2004 com a publicação do álbum gigante desenhado por Joe Kubert, em 4 volumes, hoje já totalmente esgotados). A iniciativa é do fã holandês Erik van Helvoort, através da sua própria editora, a Uitgeverij Hum. Com autorização da Editora Bonelli e contratos já assinados, Erik traz Tex Willer e seus pards de volta com duas histórias completas: O Último Rebelde, com ilustração de Colin Wilson e enredo de Claudio Nizzi; e A Cavalgada do Morto, da dupla Boselli/Civitelli.

O Último Rebelde, o Tex Gigante que traz de volta Tex à Holanda

A reconquista dos mercados belga e holandês pode ser uma tarefa difícil até mesmo para o nosso ranger, por isso as duas primeiras edições terão tiragens limitadas. Entretanto, Erik tem esperanças de que este seja apenas o primeiro passo para um retorno mais regular de Tex nas bancas holandesas/belgas.

Em entrevista exclusiva, o próprio Erik explica as motivações que o levaram a trazer Tex de volta à Holanda e as perspectivas para o futuro do ranger nos Países Baixos

1. Tex Willer de volta aos Países Baixos após tanto anos… o que te motivou a tomar essa iniciativa?
Erik van Helvoort –
Bem, esse tem sido um desejo meu de muitos anos. Como tu sabes eu já “publiquei” o Tex #129 há alguns anos atrás*. Mas por eu não ser muito bom em layouts e publicações digitais aquela revista não ficou muito profissional. Há dois anos atrás eu conheci Ben Kamphuis e ambos queríamos publicar a famosa revista aos quadradinhos francesa, “Philemon”, em holandês. Ele sabe trabalhar com layout profissional e então juntamos forças. Ele é o homem da criação e eu sou o homem da comercialização…
As nossas publicações do Philemon venderam muito bem e depois de um ano começamos a pensar em outras revistas. Então podes imaginar que a escolha não foi tão difícil para mim…

* Na Holanda as edições do Tex terminaram no número 128 deixando uma história incompleta. Por iniciativa própria Erik publicou de maneira artesanal a continuação da história inacabada.

2. A tua editora é relativamente nova. Podes nos dizer como conseguiste a autorização da Editora Bonelli para publicar Tex de novo nos Países Baixos?
Erik van Helvoort – Há alguns anos atrás os direitos internacionais de Tex eram da SAF comics, mas agora eles estão com outra companhia italiana, a Panini. Eu simplesmente os contactei e foi assim que tudo começou. Não é muito difícil, desde que você tenha um bom plano para apresentar…

3. O que te levou a escolher esses dois álbuns para publicar?
Erik van Helvoort – Tex tem uma história grande na Holanda, mas essa história limita-se ao período 1971 e 1981. Os coleccionadores daquele tempo estão hoje ficando velhos, assim como eu :-). É nosso objectivo atingir esses coleccionadores antigos mas também encontrar novos. E por esse motivo é que escolhemos a história de Wilson, por ele ser o artista mais famoso dos álbuns especiais por ter feito Blueberry. E escolhemos Civitelli porque ele é verdadeiramente um artista bonelliano. O formato do livro (A4)  é novo na Holanda, mas também usamos o velho e bom logótipo de Tex Willer.

4. Como tu vês a reacção do público holandês/belga? Com quantas cópias estás pensando em começar?
Erik van Helvoort – Os mercados holandês e belga são muito pequenos. Vamos começar com 300 cópias. Esperamos poder aumentar para 500 mas isso será o máximo… De qualquer modo as revistas serão vendidas rapidamente e no futuro serão raras e difíceis de achar. Eu somente comecei a promoção e já recebi muitas reacções positivas, mas o desafio é também encontrar e convencer novos coleccionadores.

5. Haverá alguma espécie de evento para apresentar os livros ao público? Quero dizer, alguma feira de banda desenhada ou algo semelhante?
Erik van Helvoort – Na verdade, não. A primeira revista deve ser publicada em Janeiro e a primeira feira é somente em Março. Entretanto, eu tenho um plano para apresentar o primeiro álbum ao mais famoso italiano na Holanda 😉
Mas ainda não tenho certeza se vai funcionar.

6. E podemos saber quem é esse famoso italiano?
Erik van Helvoort – Não, por enquanto prefiro não dizer porque nada está certo.

7. Onde as revistas podem ser adquiridas? Se algum coleccionador internacional quiser uma cópia como pode obtê-la?
Erik van Helvoort – As revistas podem ser adquiridas directamente com a nossa editora (www.uitgeverijhum.nl; www.texwiller.nl) ou directo comigo (erik@texwiller.nl). Mas também em livrarias especializadas em quadradinhos da Holanda e da Bélgica.

8. Estás planeando em trazer Tex de volta às bancas regularmente? Tu pensas em publicar a série normal ou permanecer somente com álbuns que possuem histórias completas?
Erik van Helvoort – Se esses dois álbuns especiais venderem bem, certamente iniciaremos com a série normal a partir do número 130. Essas revistas deverão ter o mesmo layout das revistas antigas dos anos 70. Um estilo realmente retro. Entretanto, nós somos muito pequenos para publicar um livro por mês. Quatro revistas por ano seria ideal…

Obrigada, Erik, pela entrevista e muito sucesso com o retorno do nosso Tex às pradarias holandesas e belgas!

(Para aproveitar a extensão completa das fotografias acima, clique nas mesmas)

3 Comentários

  1. Uma volta em grande estilo de Tex nos Países Baixos. Eu desejo que a Holanda sofra uma enchente texiana em seus quiosques e em suas livrarias; e uma longa cavalgada do Ranger na terra dos moinhos, tamancos de madeira, diques e tulipas… e da nossa amiga Fernanda Martins. 😀
    O primeiro volume traz a excelente história “De Laatste Rebel” (“L’ultimo ribelle“, “O Último Rebelde“) de Claudio Nizzi (textos) e Colin Wilson (desenhos).
    Sucesso ao editor Erik van Helvoort e a sua equipe!

  2. Confesso que acho demais essas empreitadas de fãs que fazem de tudo pra conseguir trazer ao seu país uma edição.
    No Brasil foi feito o mesmo com Ken Parker, inclusive na tiragem limitadíssima e hoje esgotada e rara.
    Espero que dê certo.

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