Por José Carlos Francisco (texto e fotos)
Realizou-se neste último sábado, dia 29 de Maio, pelas 15.00 horas, a inauguração da VI Edição do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, evento organizado pela Câmara Municipal da cidade de Beja, na pessoa do seu presidente, o Excelentíssimo Senhor Jorge Pulido Valente com a preciosa ajuda de Paulo Monteiro, o coordenador da equipa do Festival de Banda Desenhada Beja 2010, que tem atractivos que poderão fazer desta uma das melhores edições de sempre do certame que decorrerá até ao dia 13 de Junho esperando-se inclusive que venha a ultrapassar os oito mil visitantes do ano passado.
No que a Tex diz respeito, tivemos a presença de Fabio Civitelli, conceituado banda desenhista italiano pertencente aos quadros da Sergio Bonelli Editore, que pela terceira vez se deslocou a Portugal, depois de ter sido o autor estrangeiro homenageado no Salão MouraBD2007 e de também ter estado presente na exposição dedicada aos 60 anos de Tex ocorrida no Festival da Amadora em 2008, desta vez integrado na exposição (que conta com cerca de três dezenas de pranchas originais seleccionadas da quase totalidade das suas histórias) dedicada aos seus 25 anos a desenhar a carismática personagem da banda desenhada italiana, criada em 1948 pela dupla Giovanni Luigi Bonelli & Aurelio Galleppini : TEX WILLER.
Mas nem só de Tex vive obviamente o Festival de Beja de 2010, pois são mais de setenta os autores portugueses e estrangeiros (catorze países no total) que estão no festival deste ano, que apresenta vinte e uma exposições (doze individuais e nove colectivas), espalhadas pela Casa da Cultura de Beja, onde funciona a Bedeteca, galerias do Desassossego e dos Escudeiros, museus Jorge Vieira e Regional de Beja – Rainha D. Leonor, e Instituto Politécnico. No total quase 600 pranchas, na sua maioria originais em exposição.
Uma das presenças a destacar no fim de semana inaugural foi a de Hermann, autor de séries já clássicas da BD franco-belga como Bernard Prince, Comanche, Jeremiah, As Torres de Bois-Maury ou, mais recentemente, O Diabo dos Sete Mares, bem como de álbuns como Sarajevo Tango, Caatinga ou Vlad l’empaleur. Hermann não tem nenhuma exposição no festival, mas deu várias sessões de autógrafos (inclusive fez um desenho autografado a “meias” com Fabio Civitelli, mas isso é história para um post específico) e conversou bastante com o público presente, deliciando tudo e todos com a sua simpatia e sobretudo, os seus desenhos.
Outros estrangeiros a salientar, para além do já referido Fabio Civitelli, foram a americana Dame Darcy, o canadiano Niko Henrichon, o francês Hyppolite, o croata Igor Hoffbauer, o britânico Rufus Dayglo e os gémeos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá. Os portugueses seleccionados este ano foram JCoelho, João Fazenda, João Vaz de Carvalho, Jorge Miguel, Miguel Rocha e a também realizadora Regina Pessoa. Há ainda colectivas da revista alternativa Zona, do The Lisbon Studio, da editora portuguesa Kingpin Books, da NCreatures, dos autores do colectivo Toupeira, responsáveis pelo fanzine Venham + 5, Greetings From Cartoonia, Avenida Marginal e Aldeia das Amoreiras. Exposições estas que são acompanhadas por um mercado do livro de BD e uma programação paralela composta por lançamentos de livros e fanzines, sessões de autógrafos, cinema, desenho ao vivo, workshops, conferências e concertos, que irá decorrer na Bedeteca de Beja, na Galeria do Desassossego e no Teatro Municipal Pax Julia.
Um programa aliciante que até 13 de Junho fará de Beja a capital da BD e que por isso o blogue português do Tex (que devido à importância do evento, esteve representado ao seu mais alto nível, através de Mário João Marques e José Carlos Francisco) convida todos os apreciadores de Tex Willer em particular e da Banda Desenhada em geral a visitarem o evento, aguçando ainda mais a vontade, disponibilizando mais algumas fotografias tiradas por José Carlos Francisco durante o fim de semana inaugural do Festival, onde a Mythos Editora também esteve presente ao mais alto nível, devido à presença do editor brasileiro de Tex, Dorival Vitor Lopes e do mítico legendador (letrista, no Brasil) Marcos Maldonado e que com a sua presença deram um brilho ainda maior à passagem de Fabio Civitelli, um dos grandes trunfos do Festival, por Beja e que perdurará, certamente, por muito tempo na memória daqueles que tiveram o privilégio de estar presentes.
Fabio Civitelli, uma vez mais cativou toda a gente com a sua simpatia e simplicidade, nunca negando um autógrafo, um sorriso, uma foto ou um desenho às dezenas de ávidos texianos (e não só) que o rodeavam durante as sessões de autógrafos (bem demoradas, devido ao constante assédio que sofreu por parte dos seus fãs). Uma verdadeira lição de profissionalismo e de humildade deste que é considerado por muitos como um verdadeiro embaixador de Tex!
O desenhador italiano tirou dezenas de fotos e fez muitíssimos desenhos de Tex com dedicatórias que sem dúvida passarão a ser o maior tesouro de todos os coleccionadores de Águia da Noite que os conseguiram. E o mais interessante é que realmente estava se divertindo tanto quanto os seus admiradores.
Não se cansava de agradecer a todos os portugueses pela acolhida que recebeu uma vez mais e ficou sensibilizado com o prémio que recebeu por parte dos Texianos que o quiseram homenagear pelos seus 25 anos ao serviço de Tex, mas também esse momento deveras especial e que muito emocionou Fabio Civitelli será motivo em breve de um post especial aqui no nosso blogue.
(Para aproveitar a extensão completa das fotos acima, clique nas mesmas)