ESTATÍSTICAS BONELLIANAS – BONELLI 2021: O ANO DAS CELEBRAÇÕES

O final de cada ano é desde sempre o momento para fazer balanços. E, claro, Saverio Ceri não poderia deixar de nos dar os números totais relativos à produção Bonelliana ocorrida em 2021. Convidamos-vos a encontrar as edições anteriores da sua rubrica se acabou por as perder, pois estamos seguros que após estas novas estatísticas, ficarão tal como nós, à espera da próxima.

ESTATÍSTICAS BONELLIANAS – 2021

Por Saverio Ceri

BONELLI 2021: O ANO DAS CELEBRAÇÕES

Bem-vindos uma vez mais ao relatório anual dos números Bonelli. Como no ano passado, vamos dividir o resumo numérico da safra Bonelliana em vários capítulos. Nesta primeira parte trataremos dos dados gerais e das personagens.
O ano 2021 bonelliano no quesito páginas e volumes publicados foi um ano de contracção, o segundo consecutivo; e não poderia ter sido de outra forma dado o período particular que estamos a viver. Projectos importantes como o filme de Dampyr, e outras iniciativas multimédia que servirão para “desenhar” a Bonelli do futuro, estão em stand-by aguardando melhores momentos. A atenção neste ano de 2021 foi inteiramente dedicada à celebração dos 80 anos da  editora Bonelli,entre medalhas comemorativas, mostras e livros temáticos; os 60 anos de Zagor e os 30 de Nathan Never; e em 2022 será a vez das comemorações de Martin Mystère com os seus 40 anos de presença ininterrupta nos quiosques italianos.

O livro/catálogo da Mostra em curso na cidade de Milão para festejar os 80 anos da editora Bonelli

Antes de descobrirmos este primeiro ranking de 2021 na íntegra, vamos renovar a premissa para os leitores que se deparam com esta rubrica pela primeira vez:

Aquelas que se seguem são classificações de quantidade, não de qualidade; são elaboradas considerando as páginas inéditas produzidas pela Sergio Bonelli Editore e publicadas exclusivamente pela própria editora Bonelli no decurso do ano. Não encontrarão assim todos os autores bonellianos, que dia após dia trabalham para a editora, mas apenas aqueles que nos últimos doze meses foram publicados; aparecerão assim autores que talvez já não trabalhem mais, mas cujas histórias ainda não tinham sido publicadas; não encontrarão também alguns autores que actualmente produzem material para a Sergio Bonelli Editore, mas cujas histórias não foram ainda programadas nas várias séries da editora italiana. Não encontrarão igualmente as páginas produzidas pela Bonelli, mas publicadas por outras entidades (como a recente mini-série de Tex no formato striscia publicada pela Gazzetta dello Sport), tal como não serão contabilizadas as páginas não inéditas, quer tenham sido publicadas em álbuns bonellianos ou não. Ou seja, de modo a uma melhor compreensão, não encontrarão os dados das várias histórias reimpressas em edições de livraria, mesmo que, como no caso de alguns cartonados de Dragonero, sejam contabilizadas as cores porque foram realizadas propositadamente para a ocasião, ou as histórias breves de Groucho republicadas num Dylan Dog Color Fest, originariamente publicadas na “caixa” Grouchomicon de 2017. Não encontrarão também nem sequer vestígios dos volumes Cmon, porque apesar de contar com autores da editora Bonelli, trata-se de uma produção internacional realizada pela Cmon através de um  crowdfunding (financiamento colectivo) da qual a SBE, neste caso, é apenas o editor para Itália.

Nesta rubrica não encontrarão os dados da mais recente série de Tex no formato ‘striscia’, publicada pela Gazzetta dello Sport. Capa de Marco Torricelli

Os números

Em comparação com a safra de 2020, nos últimos doze meses registamos um declínio de cerca de 2050 páginas inéditas publicadas, o equivalente a -9,44%. Pela primeira vez desde 2013 o número total de páginas inéditas publicadas pela editora da via Buonarroti cai para menos de 20.000. As páginas de banda desenhada inéditas em 2021 são precisas 19.661,67 (o número decimal é dado pelas ‘strisce’ (tiras) dos Bonelli Kids publicadas em Martin Mystère a partir de Maio), destas, 1540 apareceram em volumes destinados ao circuito de livrarias: não obstante um aumento de volumes no final do ano, trata-se de menos 20% comparativamente ao ano anterior.

Do total de páginas inéditas, as publicadas em primeira instância em volumes destinados aos quiosques foram 92,17%; consequentemente as páginas destinadas aos volumes pensados para as livrarias representaram 7,83%, o que representa um retrocesso comparativamente aos 8,89% do ano passado. O segundo ano consecutivo sem o evento de Lucca contribuiu seguramente para desacelerar o crescimento em 2021 da secção de livros da editora Bonelli que ofereceu menos volumes e menos material inédito do que em 2020. As publicações destinadas ao circuito do livro, foram exactas 63 este ano; seis livros, o 8,87% se preferirem, a menos comparativamente com 2020, entre republicações, inéditos e livros temáticos.

Da Itália aos Estados Unidos. O volume bonelliano de 2021, dedicado a uma das recentes aventuras do jovem Tex, desembarcará nos ‘States’ em 2022 com o selo da Epicenter Comics. Ilustração de Massimo Carnevale

Foram 189 as edições, entre revistas e livros, principalmente inéditas, publicadas em 2021, vinte e oito a menos do que em 2020, o que representa uma queda de -13,10%; uma percentagem superior à diminuição das páginas; com isso, a média de páginas inéditas por volume volta a subir, situando-se nas 104,04 páginas, 3,98% a mais do que nos doze meses anteriores. No entanto, o número recorde de 2011, que foi de 130 páginas por volume, está muito distante

As séries e as personagens

As séries propostas também são um pouco menos do que as do ano passado. Em 2021 são 28 as séries ou as personagens das quais a Bonelli publicou pelo menos uma página inédita. Entre elas 4 estreantes absolutos: Nero, La divina congrega, 10 ottobre, com um volume cada, e Simulacri com o Free Comick Book Day 2021. Assinalamos também o agradável retorno de Chico e dos Bonelli Kids, e as duas páginas inéditas do epílogo de Kay adicionadas na reproposta em formato mangá de todas as histórias do ciclo La guerra del buio.

Poucas mas boas. Estas três publicações de 2021, contêm respectivamente 2, 1 e 1 página inédita. Poucas páginas, mas válidas, para a classificação. Capas de Massimo Dall’Oglio (Kay) e Maurizio Dotti (Tex)

Na classificação que se segue podem encontrar todas as séries alinhadas pela quantidade de páginas inéditas publicadas no decurso do ano;Na última coluna encontra-se a variação em relação à posição ocupada em 2020 e ao lado, quando necessário, um pequeno quadrado com as letras “RH“, que indica que o resultado obtido em 2021, ao nível das páginas publicadas, é o melhor de sempre para a personagem: o Recorde Histórico. O quadrado verde indica que o recorde foi batido; se for amarelo, que apenas foi igualado.
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Quarto sucesso consecutivo para Tex, que é o personagem bonelliano mais publicado pela 51ª vez. Muito distante, mas pela primeira vez acima das 3000 páginas, Dylan Dog que ultrapassa Zagor precisamente no ano do sexagésimo aniversário. Dylan Dog entre outras coisas é, com o resultado recorde deste ano, o segundo personagem bonelliano, a quem foram dedicadas mais de três mil páginas no arco destes últimos doze meses; até agora apenas Tex em três ocasiões (de 2019 até hoje) tinha superado essa fasquia. O Espírito da Machadinha teve de se contentar com o degrau mais baixo do pódio após dois anos no segundo posto. No Top Ten houve um salto de Nathan Never graças aos festejos dos trinta anos, enquanto Júlia desce um par de posições devido ao facto de em 2021 ter visto diminuído o número de páginas na série mensal. Aproveitou Dragonero que com o seu segundo melhor resultado anual entrou para o Top Five. Melhor resultado de sempre para Il commissario Ricciardi tanto no quesito páginas, como pela posição: entrou pela primeira vez no Top Ten.

Il Commissario Ricciardi entra pela primeira vez no Top Ten dos personagens mais publicados anualmente pela Sergio Bonelli Editore. Ilustração de Daniele Bigliardo

Os anos vinte

Após um ano de inevitável pausa, vamos voltar a dar uma olhada ao ranking da década, neste caso dos Anos Vinte do Século XXI. Somando as classificações dos dois últimos anos vemos no topo da classificação, obviamente, Tex, que visa recuperar o papel de personagem principal da editora a nível numérico, após uma década, a última, dominada pelo Dylan Dog. O Detective do Pesadelo apesar da queda supera nesta década Zagor. Muito distanciado o trio Nathan Never, Júlia e Dragonero em luta pela quarta posição: no momento o Agente Alfa prevalece sobre a criminóloga e sobre Ian Aranill. De seguida mostramos o Top Ten dos Anos Vinte após o segundo ano.
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All-Time
 
Este 2021 também foi um ano de marcos importantes para muitas séries.. Com as páginas publicadas este ano Tex supera as 110.000 páginas desde que chegou aos quiosques italianos em 1948; Zagor incluindo Chico e as outras séries colaterais ultrapassa a barreira das 90.000 páginas aproxima-se rapidamente das cem mil, marca que potencialmente pode atingir no final de 2024. Dylan Dog por sua vez neste 2021 superou a barreira das 70.000 páginas, enquanto Martin Mystère com todos os seus spin-off, graças às páginas dos últimos doze meses superou as 60.000 páginas; Dampyr por sua vez com o último volume do ano atingiu e superou a marca das 30.000 páginas.
Dragonero por outro lado não alcança ainda um número tão redondo, mas com as páginas publicadas neste ano supera  tanto Agenzia Alfa como Brendon e alcança o 14º posto na classificação dos personagens mais publicados na história da editora italiana.
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Aqui termina a primeira parte dos números Bonellianos do ano que está a findar. No segundo capítulo  abordaremos os argumentistas Bonellianos mais publicados pela editora neste 2021.

Até breve.

Saverio Ceri
Material apresentado no blogue Dime Web em 24/12/2021; Tradução e adaptação (com a devida autorização): José Carlos Francisco.
Copyright: © 2021, Saverio Ceri

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