O final de cada ano é desde sempre o momento para fazer balanços. E, claro, Saverio Ceri não poderia deixar de nos dar os números totais relativos à produção Bonelliana ocorrida em 2021. Convidamos-vos a encontrar as edições anteriores da sua rubrica se acabou por as perder, pois estamos seguros que após estas novas estatísticas, ficarão tal como nós, à espera da próxima.
ESTATÍSTICAS BONELLIANAS – 2021
Por Saverio Ceri
BONELLI 2021: O ANO DAS CELEBRAÇÕES
Antes de descobrirmos este primeiro ranking de 2021 na íntegra, vamos renovar a premissa para os leitores que se deparam com esta rubrica pela primeira vez:
Aquelas que se seguem são classificações de quantidade, não de qualidade; são elaboradas considerando as páginas inéditas produzidas pela Sergio Bonelli Editore e publicadas exclusivamente pela própria editora Bonelli no decurso do ano. Não encontrarão assim todos os autores bonellianos, que dia após dia trabalham para a editora, mas apenas aqueles que nos últimos doze meses foram publicados; aparecerão assim autores que talvez já não trabalhem mais, mas cujas histórias ainda não tinham sido publicadas; não encontrarão também alguns autores que actualmente produzem material para a Sergio Bonelli Editore, mas cujas histórias não foram ainda programadas nas várias séries da editora italiana. Não encontrarão igualmente as páginas produzidas pela Bonelli, mas publicadas por outras entidades (como a recente mini-série de Tex no formato striscia publicada pela Gazzetta dello Sport), tal como não serão contabilizadas as páginas não inéditas, quer tenham sido publicadas em álbuns bonellianos ou não. Ou seja, de modo a uma melhor compreensão, não encontrarão os dados das várias histórias reimpressas em edições de livraria, mesmo que, como no caso de alguns cartonados de Dragonero, sejam contabilizadas as cores porque foram realizadas propositadamente para a ocasião, ou as histórias breves de Groucho republicadas num Dylan Dog Color Fest, originariamente publicadas na “caixa” Grouchomicon de 2017. Não encontrarão também nem sequer vestígios dos volumes Cmon, porque apesar de contar com autores da editora Bonelli, trata-se de uma produção internacional realizada pela Cmon através de um crowdfunding (financiamento colectivo) da qual a SBE, neste caso, é apenas o editor para Itália.

Nesta rubrica não encontrarão os dados da mais recente série de Tex no formato ‘striscia’, publicada pela Gazzetta dello Sport. Capa de Marco Torricelli
Os números
Em comparação com a safra de 2020, nos últimos doze meses registamos um declínio de cerca de 2050 páginas inéditas publicadas, o equivalente a -9,44%. Pela primeira vez desde 2013 o número total de páginas inéditas publicadas pela editora da via Buonarroti cai para menos de 20.000. As páginas de banda desenhada inéditas em 2021 são precisas 19.661,67 (o número decimal é dado pelas ‘strisce’ (tiras) dos Bonelli Kids publicadas em Martin Mystère a partir de Maio), destas, 1540 apareceram em volumes destinados ao circuito de livrarias: não obstante um aumento de volumes no final do ano, trata-se de menos 20% comparativamente ao ano anterior.
Do total de páginas inéditas, as publicadas em primeira instância em volumes destinados aos quiosques foram 92,17%; consequentemente as páginas destinadas aos volumes pensados para as livrarias representaram 7,83%, o que representa um retrocesso comparativamente aos 8,89% do ano passado. O segundo ano consecutivo sem o evento de Lucca contribuiu seguramente para desacelerar o crescimento em 2021 da secção de livros da editora Bonelli que ofereceu menos volumes e menos material inédito do que em 2020. As publicações destinadas ao circuito do livro, foram exactas 63 este ano; seis livros, o 8,87% se preferirem, a menos comparativamente com 2020, entre republicações, inéditos e livros temáticos.

Da Itália aos Estados Unidos. O volume bonelliano de 2021, dedicado a uma das recentes aventuras do jovem Tex, desembarcará nos ‘States’ em 2022 com o selo da Epicenter Comics. Ilustração de Massimo Carnevale
Foram 189 as edições, entre revistas e livros, principalmente inéditas, publicadas em 2021, vinte e oito a menos do que em 2020, o que representa uma queda de -13,10%; uma percentagem superior à diminuição das páginas; com isso, a média de páginas inéditas por volume volta a subir, situando-se nas 104,04 páginas, 3,98% a mais do que nos doze meses anteriores. No entanto, o número recorde de 2011, que foi de 130 páginas por volume, está muito distante.
As séries e as personagens

Poucas mas boas. Estas três publicações de 2021, contêm respectivamente 2, 1 e 1 página inédita. Poucas páginas, mas válidas, para a classificação. Capas de Massimo Dall’Oglio (Kay) e Maurizio Dotti (Tex)
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Quarto sucesso consecutivo para Tex, que é o personagem bonelliano mais publicado pela 51ª vez. Muito distante, mas pela primeira vez acima das 3000 páginas, Dylan Dog que ultrapassa Zagor precisamente no ano do sexagésimo aniversário. Dylan Dog entre outras coisas é, com o resultado recorde deste ano, o segundo personagem bonelliano, a quem foram dedicadas mais de três mil páginas no arco destes últimos doze meses; até agora apenas Tex em três ocasiões (de 2019 até hoje) tinha superado essa fasquia. O Espírito da Machadinha teve de se contentar com o degrau mais baixo do pódio após dois anos no segundo posto. No Top Ten houve um salto de Nathan Never graças aos festejos dos trinta anos, enquanto Júlia desce um par de posições devido ao facto de em 2021 ter visto diminuído o número de páginas na série mensal. Aproveitou Dragonero que com o seu segundo melhor resultado anual entrou para o Top Five. Melhor resultado de sempre para Il commissario Ricciardi tanto no quesito páginas, como pela posição: entrou pela primeira vez no Top Ten.

Il Commissario Ricciardi entra pela primeira vez no Top Ten dos personagens mais publicados anualmente pela Sergio Bonelli Editore. Ilustração de Daniele Bigliardo
Os anos vinte
Até breve.
Saverio Ceri
Material apresentado no blogue Dime Web em 24/12/2021; Tradução e adaptação (com a devida autorização): José Carlos Francisco.
Copyright: © 2021, Saverio Ceri