Por Saverio Ceri
Quarta e última parte dedicada aos números bonellianos de 2022. Depois das personagens, argumentistas e desenhadores, desta vez, descobriremos os ilustradores que realizaram capas inéditas para as edições da Bonelli, e os profissionais que foram chamados para colorir as páginas, inéditas ou não, neste 2022 que acabou de findar.

Alessandro Piccinelli, capista de Zagor, aqui, numa recente foto ao lado de Moreno Burattini foi protagonista entre os capistas também neste 2022
Para os autores das capas há que precisar que as capas que aparecem na classificação são apenas as inéditas encomendadas pela Bonelli para os seus volumes. Não foram contabilizadas imagens “recicladas”, isto é, feitas no passado para outros fins (como capas de edições estrangeiras ou ilustrações para eventos de banda desenhada) e usadas como capas para os volumes de banca ou volumes de livraria; assim como não foram contabilizadas capas, embora inéditas, publicadas por outras editoras (como por exemplo as do Tex para as recentes strisce inéditas de La Gazzetta dello Sport). Também não foram contabilizadas capas realizadas pela redacção criadas com montagem e coloração de imagens internas dos álbuns. Fazem parte desta categoria as capas de I racconti di Domani di Dylan Dog.
Para os coloristas, deve-se precisar que para os álbuns assinados por várias mãos, tentei, tanto quanto possível, creditar o melhor possível as várias páginas; não posso dizer que o tenha conseguido totalmente; em alguns casos, quando é impossível diferenciar os estilos, como no caso das páginas com tons da mesma cor do Commissario Ricciardi, simplesmente dividi em partes iguais: e isso explica também alguns números decimais da classificação. Exorto os coloristas envolvidos nessas revistas com várias assinaturas a relatar imprecisões, se as encontrarem, ajudando-me a corrigir as cronologias das séries envolvidas, atribuindo a cada um os seus próprios méritos.

No ranking de 2022 não encontrarão vestígios da capa de Simulacri, porque já foi contabilizada em 2021 por ocasião da antestreia publicada por ocasião do Free Comics Book Day de Dezembro de 2021
Os capistas
Em 2022 para realizar as 232 capas inéditas das revistas e livros da editora Bonelli, estiveram envolvidos 57 ilustradores; 195 capas foram produzidas para publicações inéditas e 37 para reedições ou variantes. Estes dois primeiros dados mostram como, no que diz respeito a argumentistas e ilustradores, o número de capistas e de capas aumentou definitivamente em relação aos doze meses anteriores; trata-se de 18,75% de capistas a mais e de 6,94% de capas inéditas a mais do que em 2021. O regresso das capas variantes relacionadas com os eventos de banda desenhada contribuiu significativamente para ambos os dados positivos.
De seguida podemos observar o número de capistas que trabalharam na Bonelli nos últimos 15 anos.
Um pequeno evento é representado pelo segundo lugar de Maurizio Dotti, não tanto pela classificação geral, mas sim pela classificação interna da série de Águia da Noite. Graças à duplicação dos Especiais e a um Tex Willer Extra a mais do que em 2021, Dotti destrona Claudio Villa na classificação dos capistas de Tex do ano que acabou de finadar. Desde 1994, ano em que assumiu o cargo de Galep, que Villa era o capista mais produtivo do ano texiano. Para Dotti é o segundo pódio na carreira depois da medalha de bronze do ano passado.
Juntamente com Dotti Sergio Giardo sobe ao segundo lugar do pódio, graças ao seu recorde anual de capas. Para o capista de Nathan Never é a primeira prata da sua carreira após o bronze em 2020. No entanto entre as 18 capas contabilizadas, há também a criada por Giardo com a ajuda da plataforma Midjourney. A Bonelli divulgou-a como a primeira arte de capa criada por inteligência artificial. No entanto, Giardo assinou-a reconhecendo-a de alguma forma como sendo uma sua criação. A quem se deve atribuir esta capa? A Giardo, à Midjourney, ou metade para o homem e metade para a máquina? Por enquanto, atribuimo-la inteiramente a Giardo, visto que ele forneceu os ‘inputs’ (conjunto de informações que chegam a um sistema – organismo, mecanismo – e que este vai transformar em informações de saída.), sem os quais a inteligência artificial teria feito, provavelmente, muito pouco, mas se o directo interessado ou algum especialista da plataforma em questão, quiser nos dar a sua opinião, ficaremos felizes de actualizar as várias classificações, se necessário.

Com a sugestiva capa do Tex Willer 50, da qual vemos a prova de cores, Dotti efectuou a histórica ultrapassagem a Villa

Graças a este volume, Casertano também está entre os artistas de capa de 2022, 34 anos após sua primeira capa bonelliana
Entre os capistas mais contínuos encontramos Alessandrini que realiza ilustrações para capas pelo 41º ano consecutivo; Villa está no seu 29º ano sem interrupções; Soldi, ainda que ao ritmo de uma capa por ano, teve a sua 25ª presença consecutiva; finalmente Riboldi comparece constantemente nesta classificação desde há 23 anos.
Dessas 4.375 páginas coloridas, 1.372 são páginas de histórias coloridas pela primeira vez em 2022; as restantes 3.003 são pranchas inéditas, publicadas de imediato em quadricromia, ou seja, menos 14,66% do que nos doze meses anteriores.
Confirmando isso, a incidência de páginas inéditas em quadricromia sobre o total caiu em 2022 para 15,21%, cerca de 2,7 pontos a menos que em 2021, e cada vez mais longe do recorde de 25,49%, obviamente estabelecido em 2017, quando parecia que a cor era uma obrigação para o futuro da editora.
Abaixo, no gráfico, pode-se conferir como a cor afectou a produção bonelliana desde 2015, ano do lançamento da linha de livraria da editora, até hoje.

Após uma façanha inicial que, num par de anos, levou à duplicação das páginas a cores, atingindo mais de um quarto de toda a produção da Bonelli, a presença da cor foi diminuindo gradualmente. Coincidentemente, em 2022 as páginas nascidas directamente em quadricromia eram as mesmas de há 7 anos, 3003, mas hoje, como no geral foram publicadas menos páginas, a sua incidência no total é maior. Em números absolutos, a tendência nos últimos cinco anos é de queda.
Nos últimos doze meses, foram 35 os coloristas (ou estúdios de coloristas) contratados para colorir os volumes da Bonelli, vinte e dois a menos que em 2021, quase a metade dos utilizados em 2018. Abaixo no gráfico pode-se ver a evolução deste dado nos últimos oito anos.
Pelo terceiro ano consecutivo vence o estúdio GFB Comics, com a equipa de trabalho liderada por Valentina Mauri, que se ocupou de colorir, também em 2022, 7 das 12 edições da republicação de Storia del West.
Sobe um degrau no pódio, relativamente a 2021, alcançando a medalha de prata Giovanni Preziosi empenhado nas páginas de Il Commissario Ricciardi.
Vamos terminar a quarta e última parte dos números bonellianos de 2022, com os dados relativos às edições fora de série.

Copyright: © 2022, Saverio Ceri