ESTATÍSTICAS BONELLIANAS 2022 – SUPER BOSELLI

Por Saverio Ceri

BONELLI 2022: SUPER BOSELLI

Aqui estamos com a segunda parte dos números bonellianos de 2022, onde descobriremos quem escreveu, página por página, as 19.378 páginas inéditas de banda desenhada produzidas pela Bonelli nestes últimos doze meses.

Mauro Boselli representado por Maurizio Dotti enquanto produzia inúmeras páginas de roteiro. Em poucos meses chegará a 50.000 páginas na casa Bonelli

Os escritores envolvidos nos volumes bonellianos em 2022, foram “apenas” 73, oito a menos que nos doze meses anteriores. É o número mais baixo dos últimos seis anos, mas consideravelmente superior ao período anterior a 2016. No gráfico abaixo, que mostra os dados dos últimos 15 anos, descobrimos como nestes últimos anos se multiplicaram os escritores das aventuras dos heróis bonellianos.
.
.
Foram cinco os escritores a terem a sua primeira experiência bonelliana, metade em relação a 2021.
Na tabela abaixo, eles aparecem como estreantes, mas alguns deles já têm uma considerável carreira na banda desenhada. No ranking abaixo encontrámos todos os 73 escritores de 2022, alinhados por número de páginas inéditas publicadas; descobrirão com quais personagens eles colaboraram e se o resultado dos últimos doze meses é o seu recorde pessoal (PB verde se superado, PB amarelo se igualado) ou se, como dissemos anteriormente, eles se estrearam na editora (E). Os números periódicos que disponibilizamos são filhos de histórias escritas por muitas mãos.
.
.
O pódio 
Mais uma vez, atribuímos a Mauro Boselli a medalha de ouro do “concurso” anual dos escritores mais prolíficos, pelo décimo segundo ano consecutivo, o décimo nono da sua carreira. É também o seu 19º pódio consecutivo, 25º geral. Além das dezanove medalhas de ouro virtuais, Mauro também pode se orgulhar de cinco pratas e uma de bronze conquistadas nos seus 36 anos de carreira bonelliana como escritor.
A diferença para o segundo classificado é notável, 1.222 páginas, mas não é um recorde, na verdade não está nem entre as três maiores distâncias infligidas pelo vencedor da medalha de ouro ao colega merecedor da prata. O recorde pertence ao próprio Boselli, que em 2013 precedeu Enna por 1.646 páginas, batendo o recorde histórico de 1976 de Guido Nolitta, que havia superado Canzio por 1.497 páginas. Enquanto isso, Nizzi no seu melhor ano, 1989, distanciou-se Toninelli por 1.273 páginas. A vantagem de Boselli sobre Ruju este ano é apenas a quarta na história da editora Bonelli.
Pasquale Ruju, dizíamos, pelo terceiro ano consecutivo no pódio, sendo este ano segundo lugar. Este é o oitavo pódio na sua carreira: Seus palmarés bonelliano é composto por uma medalha de ouro conquistada em 2010, 5 de prata e 2 de bronze, de 1995, ano da sua estreia, até hoje.

Atrás de Ruju, a curta distância, encontrámos pela primeira vez no pódio Bepi Vigna, um dos três criadores de Nathan Never: para ele uma merecida medalha de bronze neste 2022, em que também bateu o seu recorde pessoal de páginas publicadas nas edições Bonelli.

O herói com um dos seus biógrafos. Este ano quase todas as histórias de Nathan Never foram assinadas por Bepi Vigna.

O Top Ten
Nos lugares cimeiros, os primeiros dez lugares da classificação, encontramos três novidades face a 2021: Giovanni Eccher, que aí chega pela segunda vez na sua carreira, depois do pódio de 2017; Stefano Vietti, que atinge o Top Ten pela 17ª vez, após três anos de ausência; e Davide Rigamonti, que está entre os dez escritores bonellianos mais prolíficos do ano  pela quarta vez na sua carreira; a última tinha sido em  2019. Saem do Top Ten, Zamberletti, Manfredi e Medda; deste último, depois da ‘explosão’ de 2021, não foi publicada nem sequer uma página nos últimos doze meses.
Continuando a falar de Top Ten, Boselli está presente pela 30ª vez, e ininterruptamente há 29 anos; Berardi atinge a 28ª presença, das quais as últimas 8 consecutivas; Burattini está no Top Ten pela 27ª vez, sendo quatro consecutivas; Ruju é presença assídua há 9 anos e está presente pela 18ª vez na sua carreira;  Enoch alcança o Top Ten pela 8ª vez (6 consecutivas), Vigna pela 7ª vez (as últimas 3 consecutivas) e Rauch pela 4ª vez (a segunda consecutiva).

Stefano Vietti retorna ao Top Ten dos escritores mais prolíficos da Bonelli após uma ausência de três anos

Os veteranos
Entre os escritores publicados neste 2022 o veterano continua a ser Alfredo Castelli, que atingiu o seu 51º ano bonelliano, o BVZA destrona Bonelli pai cuja carreira bonelliana durou 50 anos (1941-1991); agora apenas o próprio Sergio Bonelli tem uma carreira de escritor mais longa do que Castelli nas edições bonellianas.
Depois do criador de Martin Mystère, a militância mais longa na casa Bonelli é a de Giancarlo Berardi que comparece nos volumes da SBE há 45 anos; seguido de Maurizio Mantero, que estreou na editora dois anos depois, pelo que o lemos há 43 anos; Tiziano Sclavi, por sua vez está presente há 42, e precede Claudio Nizzi que comparece nesta classificação há 41.
O já citado Castelli há já algum tempo que detém o recorde absoluto em termos de anos consecutivos de publicação; há precisos 46 anos, de 1977 até hoje, que lemos pelo menos uma história sua nos volumes bonellianos. Bonelli pai ficou-se pelos 42 anos consecutivos.
Entre os autores publicados neste 2022, destacamos Luigi Mignacco que publica continuamente há 36 anos, seguido de Vigna (35 anos), Chiaverotti (34), Boselli (31), Burattini (30), Berardi (29), Ruju (28), Vietti (27), Enoch (26), Barbato e Mantero (25), Calza, Cajelli e Recagno (21).
Ressaltamos que nada de inédito de Tito Faraci foi publicado este ano, depois de 21 anos de publicação ininterrupta. 

Castelli perde apenas para Sergio Bonelli como carreira bonelliana, mas é o primeiro por anos consecutivos de publicação.

Série por série
Prosseguimos com a lista dos escritores mais publicados em cada série, pelo menos daqueles com 350 páginas publicadas no ano que está a terminar.
Divulgamos de seguida uma tabela classificativa, com o número de páginas publicadas, e o número de vitórias anuais relativamente à série em questão.
.
.
Em Il Commissario Ricciardi pela primeira vez temos Sergio Brancato como o autor  mais publicado, que, apesar da primazia deste 2022, continua a ser o terceiro e último entre os escritores da série de banda desenhada dedicada ao personagem criado por Maurizio De Giovanni. A diferença é bem curta, apenas 96 páginas entre o primeiro e o último escritor da série. Na realidade, portanto, com apenas um episódio as hierarquias dentro da série podem ser alteradas.
Em contraste com Dampyr, não há dúvidas sobre quem é o escritor principal. Mauro Boselli é o argumentista com mais publicações pelo 22º ano de 23 de vida editorial do personagem. No ano da estreia no cinema, entre outras coisas, a presença de Boselli foi massiva: ele não produzia tantas páginas Dampyrianas desde 2008.
Luca Enoch pela sétima vez, a quarta consecutiva é o escritor mais publicado nas páginas de Dragonero, este ano a vitória sobre o colega Vietti é limitada: 16 páginas a mais. Poucas mas fundamentais. No final do ano, após uma série de ultrapassagens e contra-ultrapassagens com Vietti, é Enoch quem está no topo da classificação de todos os tempos de Dragonero, mesmo que apenas por 15 páginas.
.

Silvia & Rita a dupla de argumentistas mais publicadas em álbuns de Dylan Dog datados de 2022

Silvia Mericone e Rita Porretto são as argumentistas mais publicadas nas edições de Dylan Dog no ano que acaba de terminar. Elas conquistam o seu primeiro “scudetto” graças à estreia na série regular com duas aventuras, um bis de Verão e um episódio para Old Boy.
Como sempre, Giancarlo Berardi, que assina a quatro mãos todas as histórias de Julia, é o autor mais prolífico pelo 25º ano consecutivo. O seu ‘score’ no final de 2022 é de 19.900 páginas. Com o volume de Fevereiro, chegará presumivelmente à vigésima milésima página publicada com o seu nome na série da criminóloga bonelliana.
Nova entrada no álbum de ouro dos escritores mais publicados de Martin Mystère. Com 316 páginas Giovanni Eccher vence o seu primeiro título.
Claudio Chiaverotti, único escritor de Morgan Lost, é obviamente o escritor  mais produtivo também este ano, e pela oitava vez consecutiva.
Bepi Vigna com 1.150 páginas é o escritor mais publicado em Nathan Never neste 2022. Com este título, o nono, alcança Stefano Vietti no número de “campeonatos” neverianos. Não obstante o seu recorde pessoalem termos de páginas publicadas
, Vigna não alcança o recorde de páginas neverianas num só ano, que continua a pertencer a Vietti, escritor em 2006, de 1.228 páginas do personagem.

Giovanni Eccher este ano foi o principal escritor de Martin Mystère e Nick Raider

Giovanni Eccher escreve pela segunda vez o seu nome na lista de ouro deste 2022, graças às 423 páginas publicadas em Nick Raider; as mesmas atribuídas a Rigamonti visto que assinaram 4 volumes cada um mais um a quatro mãos; a este último porém foram subtraídas as 15 páginas publicadas antecipadamenteno Free Comics Book Day de 2020, portanto já contabilizadas há dois anos.
Dupla aparição também para Boselli que com 1.524 páginas, é também o mais publicado em Tex, pelo quarto ano consecutivo e pela décima quarta vez na carreira.
Moreno Burattini volta a destacar-se entre os escritores de Zagor, após um ano de ausência. Para ele trata-se do 28º título.

Os Anos Vinte
Assim como para os personagens vamos abordar a classificação da década. Estamos na terceira das dez etapas que nos dirão quais serão os escritores mais publicados dos Anos Vinte do Século XXI. Este é por agora o Top Ten do ranking que deriva da soma dos anos 2020 a 2022.
Obviamente Boselli, pelo menos por enquanto, não teme rivais. Ruju e Vigna com o resultado de 2022 também conquistam o pódio virtual da década. Assinalamos os avanços de Berardi e Rauch e os recuos de Burattini e Chiaverotti. Entra no Top Ten Vietti às custas de Calza, que caiu para o décimo segundo lugar.

All-Time
Na classificação histórica (ou seja de Janeiro de 1941 até hoje), destacamos que graças às páginas publicadas este ano Berardi alcança o 8° posto ultrapassando Manfredi; Vigna supera o amico Medda no 14º posto; e Enoch ultrapassa Lavezzolo e atinge a 19ª posição.
Um ano para ser recordado também por Vigna, por ter superado a marca das 15.000 páginas publicadas nos volumes bonellianos: é o 14º autor a superar esse patamar.

Por hoje é tudo. Se você perdeu, convidamo-lo a ler a primeira parte dedicada às fantasmagóricas cifras bonellianas de 2022, e  voltaremos a encontrar-nos em breve com todos os números dos desenhadores bonellianos e com os dados referentes aos capistas, coloristas e álbuns especiais de 2022.

Saverio Ceri

Material apresentado no blogue Dime Web em 26/12/2022; Tradução e adaptação (com a devida autorização): José Carlos Francisco.
Copyright: © 2022, Saverio Ceri

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *