ESTATÍSTICAS BONELLIANAS – 2021: CHIAROLLA ESPECIAL

Por Saverio Ceri

Terceiro apontamento com o resumo da safra bonelliana do ano 2021. Um esclarecimento antes de começar, sobretudo porque se irá falar de desenhadores: algumas edições são assinadas por várias mãos, muitas mãos; Essa abundância de assinaturas às vezes impede a equipa editorial de indicar quais páginas individuais da edição em questão são desenhadas por um ou por outro ilustrador.
Por isso, existem volumes nos quais dois a oito desenhadores colocaram as mãos, muitos dos quais são recém-chegados (e, portanto, com uma característica menos reconhecível), “amalgamados” em alguns casos pelos coloristas, que, por um lado com o seu trabalho, facilitam a fusão entre os estilos que impedem desfasamentos brutais de design, por outro lado, complicam a atribuição dos autores dos desenhos originais.
Portanto, ao tentar creditar melhor as várias páginas, não se diz que tal foi conseguido; pelo contrário, exorto os desenhadores e os coloristas envolvidos nesses volumes com várias assinaturas a relatar imprecisões, se as encontrarem, ajudando-me a corrigir as cronologias da série envolvida, dando a todos os seus próprios méritos.

Ilustração Zagoriana de Alessandro Chiarolla

Desta vez debaixo dos holofotes, como dissemos anteriormente, estão os ilustradores, os 184 desenhadores que este ano nos brindaram com os seus lápis e tintas da china. Um a menos comparativamente ao ano anterior. Os estreantes foram 11, sete a menos do que em 2020. O estreante mais publicado é Mauro De Luca, graças às 110 páginas da aventura publicada no Maxi Tex nº 28.
Extensa, embora não seja nenhum recorde, a lista de desenhadores bonellianos dos últimos 12 meses. A tabela que se segue parece uma verdadeira torre de 183 andares, num dos quais coabitam os irmãos Esposito, a única dupla fixa que encontramos este ano na classificação dado que tanto os irmãos Di Vitto, como Montanari e Grassani, desde há algum tempo que não trabalham exclusivamente juntos, e que os irmãos Cestaro, também neste ano de 2021 os encontremos apenas como capistas como se verá no próximo artigo dedicado à Bonelli em 2021. Voltando aos desenhadores: temo-los abaixo, listados pelo número de páginas publicadas. Lembramos que o “PB” verde ao lado do nome representa Personal Best, caso o desenhador em questão tenha estabelecido o seu recorde pessoal de páginas Bonelli publicadas este ano (o “PB” é amarelo em caso de recorde igualado), e que o “E” significa Estreante, e ainda que os números decimais são consequência de histórias assinadas por várias mãos.
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O pódio
Pela segunda vez na sua carreira Alessandro Chiarolla é o ilustrador mais publicado do ano, com 598 páginas, exactamente a mesma quantidade de páginas que tinha publicado em  2000, o ano do seu primeiro “scudetto”.  Curiosamente todas as páginas de Chiarolla em 2021 apareceram em volumes fora da série principal do Espírito da Machadinha (Maxi e Color), coincidência que o levou a ser a partir deste ano o desenhador mais  publicado nos Maxi Zagorianos, mas também em absoluto em todas as edições fora de série do personagem que este ano completa 60 anos, atingindo as 3.000 páginas e superando Francesco Gamba que graças aos álbuns do Chico tinha conquistado e consolidado o primado entre os Anos Noventa e Dois Mil.

Alessandro Chiarolla, o ilustrador bonelliano mais publicado em 2021

A grande quantidade de páginas publicadas, 518, que representam o recorde histórico num só ano para Walter Venturi, não lhe foram suficientes para que alcançasse o topo e consequentemente vencer esta particular classificação pela terceira vez. Com o segundo lugar deste ano, o seu palmarés bonelliano actualizado é composto por duas medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze.

Walter Venturi pela primeira vez supera as 500 páginas anuais

Muito distanciados os outros 182 desenhadores, entre eles prevalece por apenas duas únicas páginas Giovanni Bruzzo, que graças às primeiras três partes da história de Tex que está actualmente a ser publicada, alcança a medalha de bronze em 2021. Se a história fosse publicada completamente num ano civil, provavelmente Giovanni Bruzzo teria conquistado a medalha de ouro ou a de prata.

Bruzzo parece festejar a sua “medalha” de bronze

O Top Ten
Este ano encontramos no Top Ten dos desenhadores 10 nomes diferentes comparativamente a 2020. Entre eles encontramos três desenhadores, Rotundo, Bonazzi e Verni, que estavam ausentes das páginas bonellianas respectivamente há quatro, três e dois anos. Chiarolla entre os dez é aquele mais habituado a  atingir os pisos superiores do ranking, dado que esta é, para ele, a décima segunda presença no Top Ten; sexta presença para Siniscalchi, enquanto o trio Bonazzi, Walter Venturi e Mangiantini atinge a quinta presença; Verni entra no Top Ten pela quarta vez, e Pasquale del Vecchio pela segunda. Os outros três, Bruzzo, Rotundo e Gerasi entram pela primeira vez neste restrito círculo.

Giuseppe Montanari desenhou pela primeira vez em uma publicação Bonelli há 67 anos

Os veteranos
Entre os desenhadores publicados este ano o veterano é Giuseppe Montanari que colaborou pela primeira vez com a Bonelli, através do Estúdio de Roy DAmy, ainda em 1954 com I Tre Bill; depois dele encontramos Roberto Diso, no seu 46° ano de carreira bonelliana, seguido de Ernesto Grassani que apreciamos há 42 anos habitualmente em dupla com o já citado Montanari, e Carlo Ambrosini, na crista da onda bonelliana há 41 anos.
Entre os desenhadores mais constantes, aqueles publicados ininterruptamente há décadas, destacamos que as páginas de Giovanni Freghieri, admiramo-las pelo 37° ano consecutivo, um a mais do que as da dupla Montanari & Grassani; seguem-se Brindisi publicado ininterruptamente há 32 anos, Michelazzo há 27 e Piccoli há 24. 
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Série per série
Prosseguimos com a lista dos desenhadores mais produtivos para cada série, pelo menos aqueles com 300 páginas publicadas no ano que acaba de terminar. Segue-se, abaixo, uma tabela-resumo, com o número de páginas publicadas e o número de vitórias anuais relativamente à série em questão.
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Tal como para os escritores, começamos por Il Commissario Ricciardi, onde entre os quatro desenhadores do staff prevalece pela primeira vez Nespolino, graças a um volume e uma história curta publicada no Magazine primaveril do personagem.
Pela terceira vez em Dampyr o desenhador mais publicado do ano é Del Campo, que normalmente vencia no ano dos Mundiais de futebol (2014 e 2018): desta vez antecipou-se um ano.
Terceira “vitória” também para Porcaro em Dragonero, que apesar de ser o quinto desenhador em absoluto pelo número de páginas publicadas do personagem, é o primeiro a vencer o terceiro título.

Para Sergio Gerasi recorde pessoal de páginas publicadas em álbuns Bonelli, neste ano de 2021

Prosseguimos com Dylan Dog desenhado em 2021, pela primeira vez, principalmente por Gerasi, que atingiu as suas 316 páginas entre a série regular, especial e um volume de I Racconti di Domani.
Três vencedores pela primeira vez e com mínimo esforço para Julia. Antinori, Massa e Soldi, com apenas uma história publicada de 126 páginas derrotaram a concorrência, que ficou pelas 110 páginas,  porque o número de páginas da colecção diminuiu 16 páginas no decurso de 2021.
Paolo Ongaro pela quinta vez na sua carreira volta a ser o desenhador mais publicado nas páginas de Martin Mystère, reforçando assim o seu quarto posto na classificação dos desenhadores nos quarenta anos de história do personagem.

Paolo Ongaro, o desenhador mais publicado em 2021 em Martin Mystère

Nas páginas da mini-série Scream Novels de Morgan Lost, Mosca e o estreante Maresca com dois álbuns cada um são, ambos, pela primeira vez, os desenhadores mais publicados do personagem. 
Em Nathan Never, o veterano Bonazzi com o seu sexto “scudetto”, reforça o seu primeiro lugar na classificação dos desenhadores mais publicados nas três décadas de história do personagem.
Entre os 25 desenhadores publicados este ano nas páginas das séries dedicadas a Tex, vence pela primeira vez Bruzzo, que precede Massimo Rotundo por apenas duas páginas.
Com a façanha deste ano Chiarolla reforça a sua terceira posição, atrás de dois monstros sagrados como Ferri e  Donatelli, entre os desenhadores mais produtivos de Zagor.
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Os Anos Vinte
Chegámos também para os desenhadores, à classificação da década, ou pelo menos ao início da década, dado que para os Anos Vinte do século XXI apenas decorreram ainda dois anos. De seguida o Top Ten momentâneo.
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A Fabrizio Russo, após o pódio do ano passado, bastou o 21° posto em 2021 para liderar momentaneamente a classificação. O grande resultado de Chiarolla este ano, por apenas duas páginas não foi suficiente para alcançar o topo. Terceiro lugar Ex-Aequo, por agora, entre os Zagorianos Mangiantini e Walter Venturi. O rapidíssimo Corrado Roi, desenhador vencedor na década anterior, ocupa a quinta posição. 
Apenas três dos desenhadores no Top Ten dos Anos Dez, estão presentes por agora na classificação desta nova década: Mangiantini, Roi e Sedioli.
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Encerramos aqui esta terceira parte dos números bonellianos de 2021, convidando-vos a descobrir nos “episódios” anteriores todos os números das personagens e as classificações dos argumentistas. Voltaremos a encontrar-nos no início do novo ano,  para o quarto e último post dedicado aos números bonellianos de 2021: irá falar-se de capistas, coloristas e álbuns especiais.
Saverio Ceri

Material apresentado no blogue Dime Web em 30/12/2021; Tradução e adaptação (com a devida autorização): José Carlos Francisco.
Copyright: © 2021, Saverio Ceri

 

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