CRONOLOGIA ESSENCIAL DE TEX – Década de 70

Março de 1970Galep e Gianluigi Bonelli oferecem-nos “Tra due bandiere”: a história da participação de Tex na guerra civil norte-americana, que começa na edição 113. O protagonista encontra Dick Furacão, antigo companheiro de andanças e com ele rememora a vivência de ambos no mencionado conflito, no qual participaram como exploradores do exército nortista. Mas além da história propriamente dita o que de manifesto deixa esta saga é a capacidade do criador literário de Tex para o tratamento dramático da acção. A narração escrita por Bonelli não pretendia explorar nenhum carácter épico, mas sim descrever a crueldade, a tragédia e o sem sentido que acompanha qualquer conflito armado. É de supor que tudo isso tenha algo a ver com o facto de que desde sempre esta seja uma das histórias que os leitores mais tenham valorizado.

Caccia all'uomoJaneiro de 1976 – Aparece pela primeira vez uma aventura de Tex que não foi escrita por Gianluigi Bonelli. O número 183 nos oferece em “Caccia all’uomo” o labor de um novo argumentista que assina como Guido Nolitta, porém não é outro senão Sergio Bonelli em seus trabalhos como escritor. Durante quase dez anos, até à chegada de Claudio Nizzi, Nolitta terá o encarregue de dar algum descanso a seu pai – não devemos esquecer que pese a incrível capacidade de trabalho que demonstrou ao longo de toda a sua carreira, nesse momento contava com quase setenta anos–.

No momento de enfrentar o difícil desafio de ser a primeira pessoa a escrever Tex aparte o seu criador, Nolitta não era nenhum principiante: já havia demonstrado com acréscimo o seu talento criando grandes êxitos da editora como Zagor ou Mister No, séries de grande sucesso que continuam sendo publicadas ainda hoje, se bem que Mister No, somente em edições especiais devido ao cancelamento da série principal em finais de 2006. O Tex que escreve Nolitta não se afasta do modelo desenvolvido por seu pai; fazendo um símile cinematográfico, poderíamos dizer que se o Tex de Gianluigi Bonelli tinha um estilo equivalente ao dos grandes westerns clássicos de Ford ou Hanks, o que escreve Sergio estaria um pouco mais perto do chamado western crepuscular.

Esta primeira aventura de Nolitta está ilustrada por Fernando Fusco, um desenhador na altura recém-chegado à série e que se acabou convertendo em um dos que mais presenças tem na colecção. Fusco é um dos ilustradores que mais foi influenciado pelo modelo derivado do trabalho de Giovanni Ticci, algo que poderíamos aplicar a outros desenhadores como por exemplo Vincenzo Monti.

Duelo com El MuertoAgosto de 1976 – No número 190 começa “El Muerto”, segunda história escrita por Nolitta e uma das mais valorizadas pelos leitores em toda a vida de Tex Willer. El Muerto é um indivíduo de aspecto sinistro que manifesta ter voltado para se vingar de Tex e cuja ira padecem o jovem Kit e Jack Tigre. Tex e Tigre investigam quem é o dito indivíduo, para descobrirem que se trata de alguém do passado de Tex, que o acreditava, efectivamente, morto. A história foi desenhada por Galep, que se já não desprendia a vigorosa dinâmica dos seus primeiros anos na série, se encontrava no momento de máximo desenvolvimento de componentes expressivos no seu desenho.

2 Comentários

  1. Tendo em vista, comentários a respeito de Tex na guerra, vejo disparidades na cronologia encontrada nas histórias em que encontramos Dick Furacão, que é quando Tex ainda era solteiro e depois encontramos A BELA CONSPIRADORA anunciando a guerra para Tex já na companhia do seu filho Kit.

  2. Discordo da afirmação de que Sergio Bonelli deu seguimento a um TEX equivalente ao de seu pai G L Bonelli. O personagem do criador era sempre imbatível, longe de sofrimentos em mãos inimigas, sem demonstrações extremas de fraquezas e vulnerabilidades, características que Sergio Bonelli, na sequência, imprimiu no personagem.

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