Tex, “La cavalcata del destino”, a história (inédita) celebrativa dos 75 anos de vida editorial de Tex sairá contemporaneamente, em Setembro, a cores e a preto e branco

Comemora-se neste ano de 2023 os setenta e cinco anos de vida editorial de Tex Willer, personagem criada na Itália, pela dupla Giovanni Luigi Bonelli e Aurelio Galleppini e que teve a sua primeira aparição a 30 de Setembro de 1948, nas páginas da revista “Collana del Tex” e, de então até hoje, as suas aventuras sucederam-se, cheias de acção e movimento, num cenário sempre excitante, desfrutando assim vastos consensos no público e acabando por se tornar um sucesso no panorama da literatura popular aventureira, porque Tex foi uma ideia que no decurso do tempo tornou-se um mito, assim como mitos se tornaram também os seus autores.

Logo após a sua primeira aparição, na pele de fora-da-lei por ter sido vítima de uma atroz injustiça, evidencia-se de imediato em Tex uma concepção muito particular do bem e do mal: é um homem verdadeiro e leal que não suporta a opressão e a injustiça e que não rompe nunca pactos ou compromissos e que por isso conseguirá, em seguida, recuperar aquela dignidade que parecia estar perdida para sempre, tornando-se um Ranger do Texas e levando a cabo as mais impensadas e desesperadas missões, no decurso das quais trava amizade com Kit Carson, uma personagem completamente diferente da imagem real que todos conhecemos, que se tornará o quase inseparável companheiro de aventuras de Tex.

‘La cavalcata del destino’, capa provisória

Desde os longínquos anos do início da sua longa saga até hoje, Tex e os seus parceiros nunca deixaram de demonstrar indiferença a todas as raças e cores perante a justiça: o honesto é defendido seja ele branco ou índio, mexicano ou negro, assim como o desonesto é combatido, qualquer que seja a classe social de onde provenha. E uma ulterior confirmação a tal anti-racismo encontra-se na vida familiar e privada de Tex, que casa com uma mulher que não pertence à sua raça, a bela Lilyth, filha do chefe dos Navajos, Flecha Vermelha, a qual lhe deu o filho Kit, que Tex cria com amor espartano e inicia na arte das armas. Adquire, entretanto, um nome índio, Águia da Noite, e aquando da morte do chefe Navajo sucede-lhe na pesada responsabilidade de guiar toda a nação Navajo.

A partir desse momento, a vida do protagonista mudará notavelmente: ele deverá não só manter a ordem entre os seus índios, mas também e sobretudo defendê-los das prepotências dos ávidos homens brancos.

Tex detém um invejável primado: esteve sempre presente no mercado italiano, durante 75 anos, e entre as inúmeras séries de banda desenhada existentes no presente, impõe-se à atenção de todos, seja pela longa duração, seja pela sua difusão. De facto, com o passar do tempo, enquanto as outras séries desapareciam, Tex superou cada crise, ultrapassou todas as críticas que lhe foram movidas, soube aumentar o número de leitores até criar um vasto público que quase identifica nesta série um género exclusivo, aquele do “fumetto” western autenticamente italiano.

Página inédita de Claudio Villa

Os leitores de Tex encontram-se em cada extracto da população e, pode bem dizer-se, em cada classe social. Trata-se de um tipo de leitura evasiva, mas mais do que digna no que diz respeito ao perfil estilístico: os textos são simples, mas eficazes e correctos. Mas abarcar nestas linhas o como e o porquê da validade desta extraordinária personagem é tarefa demasiado árdua. Digamos só que Tex Willer abriu brechas nos corações de milhões de leitores, na Itália e em muitos outros países, inclusive no nosso Portugal, qual profissional sério, diligente e pontual, numa longa série de proezas que têm sempre precisas referências históricas e geográficas.

Hoje, depois de setenta e cinco anos, Tex é não somente a personagem italiana de banda desenhada de maior longevidade e popularidade, mas também uma figura carismática da BD europeia, uma verdadeira e própria epopeia, uma espécie de universo auto-suficiente, tendo-se entretanto tornado até um significativo “alter-ego” para alguns dos seus fãs. É um raro exemplo de produção do imaginário que ainda condensa frescura e fascínio, não obstante os seus setenta e cinco anos de existência.

Para comemorar esta efeméride, a Sergio Bonelli Editore, irá lançar em Itália, quase contemporaneamente, em Setembro, a cores e a preto e branco, a história (obviamente inédita) celebrativa das sete décadas e meia de vida de Tex. Uma história intitulada La cavalcata del destino, com argumento de Graziano Frediani, guião de Mauro Boselli e desenhos de Claudio Villa, história essa que será lançada primeiro, a cores, na série mensal, mais precisamente no Tex #755, com o preço de 4,90 € e dias depois numa luxuosa versão cartonada (22×30 cm) a preto e branco com o preço de 21,00€.  

Página inédita de Claudio Villa

Trata-se de uma aventura que vê Tex repercorrer o caminho das memórias até retornar aos trágicos dias que se seguiram à morte de sua amada Lilyth, numa história que está directamente ligada à clássica história “Juramento de vingança“, escrita na época pela dupla Gian Luigi Bonelli e Aurelio Galleppini.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

3 Comentários

    • Prezado pard Fábio, a versão colorida sairá no Brasil na série regular, já a versão a preto e branco para já ainda não está confirmada.

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