Por Saverio Ceri [1]
Como na edição anterior, a capa reutilizada desta vez é quase “inédita”: só apareceu nas bancas italianas em Março de 1955 por um par de semanas. Encontramo-la hoje, após 63 anos, com formas ligeiramente modificadas: foi cortada em cima e em baixo e ampliada à direita e à esquerda, devido às conhecidas necessidades do layout gráfico desta recente série quadricromática dedicada ao ranger bonelliano.
Abaixo, em ordem de aparição, a versão de 2018 e aquela de 1955.
A cena de Tex em que se apresenta no campo indígena com a espingarda bem visível acima da cabeça apoiada nas duas mãos para testemunhar que não tem intenções bélicas, encontramos na décima segunda edição da quinta série das strisce do personagem, a primeira que contém a história Le terre maledette que se desenvolverá e concluirá no próximo Tex Classic.
Claudio Villa também deve ter gostado da cena quando a escolheu, em Outubro de 1993, como segunda capa de Tex Edição Histórica, reedição brasileira das primeiras aventuras do personagem.
O elemento gráfico recorrente da história é o totem colorido que aparece à vista tanto na versão de Galep quanto na versão de Claudio Villa.
Na Itália, puderam admirar a imagem apenas em Agosto de 1996, por ocasião da sua publicação como mini-póster no final do sétimo volume de Tex Nuova Ristampa. Na ocasião, a ilustração de Claudio Villa foi invertida e recolorida em relação à versão brasileira.
A vinheta chave é a que apareceu no número 9 da quinta série. Tex entra furtivamente na habitação do inimigo de turno.
A acção furtiva de Tex torna-se uma capa por ocasião da reimpressão da série Albo d’Oro, com direito a um adversário armado à espera. Na aventura não é exactamente assim, mas, como sabemos, uma capa deve atrair o leitor e, portanto, conter um ou mais elementos de perigo para o herói.
A imagem da capa da publicação quinzenal foi parcialmente utilizada para o 32o álbum, La Morte aspetta nel buio, substituindo o distinto adversário em primeiro plano pelo desenho de uma espingarda, para representar o perigo que aguarda Tex na escuridão.
Na versão seguinte, a de Tutto Tex, o protagonista curiosamente encontra a sua luva esquerda, perdida na passagem entre o Albo d’Oro e o Tex Gigante (enquanto a direita nunca a usou), e muda a cor do chapéu e do lenço. A espingarda é um pouco enriquecida de pormenores, suponhamos pelo próprio Galep, que assim passou a personalizar o único elemento não seu da capa.
Por fim, na última versão conhecida da capa, a de Tex Nuova Ristampa, a espingarda retorna estilizada e em primeiro plano em relação à janela que é ainda mais variada em tamanho e movida em relação às duas encarnações anteriores da capa.
Saverio Ceri
Encontre todas as outras origens das capas de Tex Classic na rubrica Secret Origins: Tex Classic
[1] Material apresentado no blogue Dime Web em 07/06/2018; Tradução e adaptação (com a devida autorização): José Carlos Francisco.
Copyright: © 2018 Saverio Ceri
A capa do Claudio Villa saiu primeiro no Brasil?
Sim. Tex Edição Histórica quando começou trazia capas inéditas realizadas pelo Claudio Villa, como o próprio Sergio Bonelli deu a conhecer. Mais tarde com a publicação na Itália de Tex Nuova Ristampa, a Sergio Bonelli Editore resolveu aproveitar essas ilustrações “brasileiras” para incluí-las como mini-pósteres de brinde. Depois com o avançar dos anos, devido às periodicidades diferentes a edição italiana ultrapassou a brasileira e as novas ilustrações do Claudio Villa começaram a sair primeiro na Itália e só depois no Brasil.
Caro Sérgio Costa,
As capas de “Tex Edição Histórica” publicavam mini-pósters desenhados por Claudio Villa para edições italianas de Tex.