Por José Carlos Francisco
O nome de Gian Luigi Bonelli, sem dúvida alguma um dos maiores escritores italianos de banda desenhada, tanto a nível de quantidade como de qualidade nos trabalhos produzidos, está indissoluvelmente ligada a Tex Willer, cujos roteiros dedicou-se durante quarenta anos, antes de cedê-los às hábeis mãos de outros autores entre os quais, somente para citar apenas os mais importantes: Guido Nolitta (Sergio Bonelli), Claudio Nizzi e Mauro Boselli.
Mas uma das peculiaridades de G. L. Bonelli como autor de banda desenhada são os seus característicos “roteiros desenhados”: na prática não descrevia por palavras a cena que o desenhador devia interpretar e depois desenhar (como é habitual), mas, como um storyboard cinematográfico, descrevendo a página dando assim indicações muito específicas sobre a sua estrutura sequencial e sobre os singulares enquadramentos, como podemos constatar nas duas páginas que mostramos de seguida no formato escrito por G. L. Bonelli e no formato desenhado por Aurelio Galleppini, e que são as páginas 28 e 38 da história “A Sombra de Mefisto“, publicadas na edição italiana de Tex nº 265 e que no fundo são um espectacular testemunho da arte narrativa de Bonelli pai:
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Um Mestre, para nós todos roteiristas profissionais e apaixonados verdadeiramente, pela Nona Arte.
Wilson
Giovanni Luigi Bonelli escrevia e rascunhava o roteiro das histórias de “Tex”. Jean-Michel Charlier, criador literário de “Blueberry”, também fazia o mesmo nas narrativas do irmão francês do Ranger.
Documentos/fotos fenomenais! A máquina de escrever toda desenhada, é absolutamente memorável.