ESPECIAL CELEBRAÇÃO TEX 70 ANOS III – A HISTÓRIA DE GIAN LUIGI BONELLI

Por Zenaldo Nunes – Caruaru / Pernambuco / Brasil [1]


Nascido em Milão, Giovanni Luigi Bonelli (também conhecido com os abreviados “Gianluigi Bonelli” ou “G. L. Bonelli”) foi um argumentista incansável, considerado o patriarca dos quadradinhos italianos, criador do personagem Tex Willer.

Seu contacto com os quadradinhos acontece com Lotario Vecchi (o patriarca, não o Lotario da editora Vecchi brasileira), quando dirige uma série de títulos para a Saev, de Milão, entre 1937 e 1939. Tornou-se o argumentista mais importante da revista semanal católica “Il Vittorioso”. Em 1940, G. L. comprou os direitos da revista “L’Audace”, lançando as bases da Editrice Audace (Editora Audaz, actual Sergio Bonelli Editore). A partir de 1940, quando montou a pequena editora, e até 1945, criou vários personagens e revistas, além de colaborar com outra editora, a do seu amigo Giovanni de Leo, de Génova. Durante a Segunda Guerra, a Editrice Audace passou a ser dirigida pela srª. Tea Bonelli, pessoa gentil e decidida, cuja administração acertada permitiu a Gianluigi dedicar-se inteiramente às suas funções de argumentista.

Em 1948, junto com o artista Galep, criou “Tex”, baseado em Tom Mix e nas aventuras de cowboys que consistiam a sua dieta na juventude. De acordo com o seu filho, Sergio: “Eu lembro-me das histórias que o meu pai escrevia de impulso e com entusiasmo, liberando uma fonte narrativa particularmente feliz, treinada com leituras de grandes romancistas de acção e aventura (Jack London, Henry Rider-Haggard, Zane Grey) que eram publicadas na ‘Collana Romantica’ da Editora Sonzogno, enriquecidas por novas e mais modernas sugestões vindas dos filmes de mestres do ‘cinema da Fronteira’ como John Ford e Howard Hawks”.

Bonelli escreveu a quase totalidade dos argumentos das aventuras de Tex publicadas até à segunda metade da década de 1980, inclusive o livro “Il massacro di Goldena”, em 1956 (mais tarde adaptado para a banda desenhada como “Território Apache”).
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Mas um pouco antes, no início dos anos 80, o seu filho, o editor Sergio Bonelli,  deu conta que o pai não conseguia mais escrever sozinho todas as histórias de “Tex”. E o próprio Sergio, cada vez mais absorvido pelo quotidiano da Editora que crescia dia a dia, não poderia se dedicar aos argumentos. A saída foi começar a procurar alguém em condições de elaborar as histórias do maior ícone dos quadradinhos da Velha Bota. A atenção do editor voltou-se para o autor das histórias de faroese do personagem “Larry Yuma”, então publicadas na revista “Il Giornalino” (“A Revistinha”), Claudio Nizzi. Este começou a escreveu “Tex” em 1983 e nunca mais parou.
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Mesmo sem escrever Tex, Gianluigi ainda continuou a supervisionar a produção do Ranger.
Morreu em Alessandria (Itália).
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Notas e fontes:
“Os Grandes Clássicos de Tex” n° 3 (editora Mythos), 2006, pág. 4;
Antônio Luiz Ribeiro
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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Gian Luigi Bonelli (Milão, 22 de Dezembro de 1908 — Alexandria, 12 de Janeiro de 2001) foi um editor e autor italiano de arte sequencial, conhecido como “O Pai de Tex”. Leitor voraz desde jovem, apreciando, principalmente, os romances de mestres como Jack London, Robert Louis Stevenson, Julio Verne e Emilio Salgari, entre outros. Vagou pela Europa, com pouco dinheiro no bolso, trabalhando nos mais diversos ofícios para ganhar pão, desde cortar lenha numa fazenda até ingressar no boxe (actuando, inclusive, como treinador de lutadores profissionais).
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Como sua principal criação, o Ranger Tex, “possuía uma percepção de valores imediata, fruto de uma cultura surgida numa juventude vivida com austeridade“, como disse Decio Canzio, grande amigo de Bonelli. A sua carreira literária começa no início dos anos 1930, escrevendo histórias para o Corrieri dei Piccoli, tradicional publicação italiana, e artigos para o Giornale Illustrato dei Viaggi. Nos anos 1930, Bonelli fez títulos variados para a Editora Saev, como Jumbo e Rin-tin-tin e escreveu os seus primeiros argumentos, que foram desenhados por Rino Albertarelli e Walter Molina.
 
Argumentista e criador de dezenas de personagens, passa por várias empresas, até abrir a sua própria editora, reformulando então publicações importantes como L’Audace. O ano de 1948 marcaria para sempre a sua vida. Por ser um grande admirador das histórias do velho Oeste americano, Bonelli cria, em parceria com Aurelio Galleppini, o personagem Tex. Ao mesmo tempo, também criava “Occhio Cupo“, uma revista quinzenal de formato grande, mais cara que a média das revistas da época. No entanto, é Tex, revista fina e pequena, com apenas 32 páginas (uma tira por página), num formato parecido com um “talão de cheques”, que atinge o coração dos leitores italianos, projectando G. L. nacional e internacionalmente.
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Continuou a  escrever argumentos para muitas outras histórias e criou outros personagens, antes e depois de Tex, como O Justiceiro do Oeste, Ipnos, O Ladrão de Bagdad, A Patrulha dos Sem-Medo, Plutos, Os Três Bill, El Kid, Lobo Kid e Ringo, só para citar alguns. Entretanto, aos poucos, Bonelli precisa dedicar-se mais e mais ao personagem Tex, que exigia cada vez mais do seu tempo. As próprias actividades editoriais são transferidas para a família: sua esposa Tea Bonelli (falecida em 2000) passa a cuidar da administração, enquanto ele prepara o filho Sergio, que em pouco tempo se torna o editor responsável por um pool de empresas que publicam alguns dos melhores quadradinhos do género.
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G.L. Bonelli faleceu aos 92 anos devido a problemas de pulmões e de coração. A última história escrita por ele foi “Il medaglione spagnolo“, publicada em Fevereiro de 1991 (no Brasil Tex-323 – O Medalhão Espanhol), uma aventura iniciada por ele e terminada por outras mãos. Como ele mesmo gostava de se definir foi “um romancista emprestado aos quadradinhos e jamais devolvido”.
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[1] (Texto publicado originalmente no Blogue “Paulo Nailson, em 26 de Setembro de 2018)

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