Entrevista com o fã e colecionador: Daniel Pereira

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Daniel Pereira: Meu nome é Daniel Pereira (conhecido entre os amigos como “Ragi Eslavo”), tenho 35 anos, resido em Valinhos, interior de São Paulo. Profissionalmente sou formado em Direito e atuo no serviço público.

Quando nasceu o seu interesse pela banda desenhada?
Daniel Pereira: Sinceramente nunca gostei muito de banda desenhada, já nasci em uma época em que o forte eram os vídeo games e jogos de computador. Então sempre gostei de entretenimento com mais interação, aí pelo caráter estático das bandas desenhadas acabava achando que era algo meio tedioso. Entretanto, toda essa perspectiva mudou justamente através de um jogo de vídeo game que se passava no velho oeste chamado Red Dead Redemption 2. Gostei tanto daquela áurea western que decidi comprar tudo que se passasse naquele ambiente, foi aí que me lembrei de um quadrinho que havia comprado na banca de jornal quando era criança. Era o Tex. Decidi dar uma chance. Foi paixão na primeira leitura.

Quando descobriu Tex?
Daniel Pereira: Lembro-me que por volta dos 10 anos de idade fui em uma banca de jornal e achei linda uma capa que possuía uma arte com alguns índios americanos, decidi comprar. Era o meu primeiro Tex. Por incrível que pareça acabei nem lendo pois quando abri era em preto e branco e naquela idade a falta de cores acabou me desmotivando. Mas hoje eu vejo que aquela compra foi uma semente que só veio a germinar 25 anos depois, após jogar Red Dead Redemption 2.

Porquê esta paixão por Tex?
Daniel Pereira: Eu sempre fui apaixonado pela temática do velho oeste americano, toda aquela geografia, cavalos, ranchos, saloon e a cultura indígena me fascinavam. Tex reúne todos esses elementos, então seria impossível não se apaixonar.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Daniel Pereira: Pra mim é justamente ele se diferenciar dos clássicos heróis de quadrinhos. Tex não possui super poderes, é um personagem humanizado, que acaba se aproximando com a realidade do próprio leitor.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Daniel Pereira: A minha paixão por Tex é muito recente, não tem nem 2 meses, então por enquanto só possuo 6 exemplares, mas já estou buscando a coleção mensal completa nos sebos, em breve terei um grande acervo. A mais importante será sem dúvidas aquela que comprei na banca de jornal há 25 anos, infelizmente não possuo mais o exemplar, mas guardo no coração.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Daniel Pereira: Além de livros, estou encomendando algumas camisetas, bonés e uma caneca.

Qual o objecto Tex que mais gostaria de possuir?
Daniel Pereira: Um grande quadro em tamanho real do Tex.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Daniel Pereira: Ainda não li muita coisa, mas gostei bastante do Totem Misterioso. Argumentista fico com o criador, Bonelli. Desenhos gosto muito do C. Villa.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Daniel Pereira: O que mais me agrada sem dúvida é o contexto de faroeste e a humanização do personagem, trazendo um aspecto de realidade e aproximação com o leitor.
O que menos me agrada são as histórias com Mefisto, não gosto muito do elemento sobrenatural e magia, prefiro o faroeste em sua verdadeira essência. Além disso, tive muita dificuldade de entender as coleções das revistas no começo, pela grande quantidade de edições diferentes que Tex possui.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Daniel Pereira: Acredito que seja o compromisso dos autores em manter a qualidade das histórias e a excelência nos desenhos. Isso traz longevidade e fidelização dos leitores.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Daniel Pereira: Gostaria muito mas infelizmente não encontrei nenhum evento relacionado ao Tex no Brasil. Procuro preencher essa lacuna através da Internet.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Daniel Pereira: O avanço da pirataria digital é a maior doença para qualquer projeto, é uma chaga que mata o personagem, a editora e o seu criador intelectual. Além disso, a falta de renovação de novos leitores é uma soma que traz medo quanto ao futuro de Tex. Por outro lado, se houver mais conteúdos de Tex nas mídia sociais, compromisso dos leitores na compra de novas edições, maior aproximação da editora com o leitor e principalmente a divulgação desse magnífico blog como uma página de reunião de todos os fãs de Tex, certamente a esperança da longevidade vencerá o medo de seu declínio. Só depende de nós.

Prezado pard Daniel Pereira, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

2 Comentários

  1. Foi uma honra imensa ser entrevistado nesse que é o melhor blog do TEX no mundo. Além disso, foi um prazer conhecer o Pard ZECA, que em breve estará comendo um bife com batata frita no melhor estilo texano nas bandas de Valinhos 😀

  2. Gosto bastante dessas entrevistas.
    Quero ser entrevistado também. Só esperando minha coleção aumentar mais.

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