Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.
Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
José Alberto Garrido: Nasci em Elvas em 1970. Neste momento e já há 16 anos trabalho no Crédito Agricola como gestor de seguros.
Quando nasceu o seu interesse pela banda desenhada?
José Alberto Garrido: Praticamente desde que aprendi a ler comecei a ler BD, primeiro com alguns Falcão que o meu pai lia e que me passou o hábito e a colecção. A partir daí comecei a ler vários géneros de BD e o western, tal como no cinema, foi um dos temas que mais me cativou.
Quando descobriu Tex?
José Alberto Garrido: No início da década de 80 através das edições da Editora Vecchi que chegavam à papelaria onde religiosamente me deslocava semanalmente à procura das bd’s que tinham chegado e que, entretanto, comecei a coleccionar. Penso que uma das primeiras edições que comprei terá sido o nº43 (2ª edição) Juramento de Vingança.
Porquê esta paixão por Tex?
José Alberto Garrido: Primeiro porque era um Ranger, mais abrangente que um xerife por exemplo, e que permitia aventuras em vários cenários e locais, obrigando a nossa imaginação a viajar através das histórias, a descobrir cada vez mais o Velho Oeste. E porque como miúdo me identificava por Tex ser pai e eu poderia ser um Kit.. coisas de miúdos, mas que nunca mais esqueci.
O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
José Alberto Garrido: O seu sentido de justiça e incessante ajuda aos indefesos não tem muitos exemplos paralelos entre outros heróis da BD, sacrificando-se muitas vezes para alcançar a vitória sobre os malfeitores.
Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
José Alberto Garrido: Não tenho ideia, assim de cabeça… Tex Coleção que constitui o grosso da colecção tenho 290 exemplares (com muitas falhas pelo meio, em reposição), Tex da Vecchi e Globo (antiguinhos, 80’s) devo ter uma centena e meia, os 6 editados pela Polvo, as edições recentes da Seita, talvez 400 no total… A mais importante, como escolher um filho favorito, difícil. Pelo seu valor sentimental, talvez O Ídolo de Cristal.
Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
José Alberto Garrido: Por razões de orçamento, apenas livros.
Qual o objecto Tex que mais gostaria de possuir?
José Alberto Garrido: Nunca pensei num objecto em especial, mas agora que pergunta, a insígnia de Ranger era capaz de ser um objecto “cool”😉
Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
José Alberto Garrido: Pelo significado que teve na época em que o adquiri, devo admitir que tenho uma grande apreciação pela história d’O Ídolo de Cristal. A edição em formato grande (franco-belga) com uma dimensão muito maior dos desenhos de Galleppini e a história “assustadora” de Gian Luigi Bonelli, tornaram esta dupla, ainda hoje a minha favorita que releio sempre com muito gosto.
O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
José Alberto Garrido: Os diferentes ambientes em que decorrem as aventuras, alguns apontamentos históricos com aparições de personagens que integraram o verdadeiro Oeste e o companheirismo e amizade de Tex e seus pards serão o que mais me agrada. O que me agrada menos, quando descobrir, respondo 😊
Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
José Alberto Garrido: A integridade da personagem e a universalidade dos temas abordados nas suas histórias, muitos deles, infelizmente ainda hoje actuais, torna-o uma personagem empática para públicos de várias gerações.
Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
José Alberto Garrido: Ainda não tive oportunidade de o fazer. Mas deve estar para breve…
Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
José Alberto Garrido: Em termos editoriais em língua portuguesa, parece-me razoavelmente garantido. Continuando a Mythos a garantir os principais títulos em revista e com o interesse das portuguesas Seita e Polvo em editar num formato mais “europeu” e acessível a quem procura histórias “fechadas” da personagem, acho que ainda teremos Tex por, pelo menos, mais 70 anos.
Prezado pard José Alberto Garrido, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.
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