Entrevista com o fã e coleccionador: Arthur Xavier de Oliveira Filho

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Arthur Filho: Chamo-me Arthur Xavier de Oliveira Filho, nasci em Porto Alegre (Rio Grande do Sul), Brasil. Tenho 59 anos. Formado em Letras, leccionei muitos anos, sou aposentado faz pouco tempo, mas ainda trabalho, como instrutor de Karate e  editor de revistas e livros de pequenas tiragens para autores diversos, pela minha Editora Opção2.  Já fiz banda desenhada, literatura em prosa e poesia, cartuns. Já publiquei em jornais, revistas, livros, colectâneas.

Fale-nos da sua revista “Bill The Kid & Outras Histórias” que atingiu neste mês de Março a edição nº 23, consolidando-se cada vez mais na história da produção brasileira.
Arthur Filho: A revista Billy The Kid & Outras Histórias surgiu pelo gosto do género faroeste, para publicar os meus trabalhos junto de outros autores, inclusive renomados artistas brasileiros como Shimamoto e Saidenberg, entre outros grandes.

Quando nasceu o seu interesse pela Banda Desenhada?
Arthur Filho: Desde os 6, 7 anos, acredito. O meu pai trazia revistas, gibis como aqui dizemos, para nossa casa. E eu sempre rabiscando, a minha mãe lia para os filhos essas revistas, muitas vezes. Eu desenhava e escrevia os meus próprios gibis ainda criança, muitos de western.

Quando descobriu Tex?
Arthur Filho: Li muito faroeste, devo ter lido Tex há muito tempo atrás, não lembro, mas comecei realmente a ler, comprar, interessar-me por Tex há uns 8 anos.

Porquê esta paixão por Tex?
Arthur Filho: Comecei a ler mais regularmente e fui descobrindo a consistência dessa revista, a força dessa personagem, as boas histórias e os diversos e grandes desenhadores.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Arthur Filho: Tex é justo, valente, determinado, habilidoso, tem grandes parceiros, parece estar vivo realmente.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Arthur Filho: Não colecciono mas compro para ler. Não guardo as revistas em geral, excepção às preferidas, como algumas de Tex, claro.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Arthur Filho: Apenas leio as revistas.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Arthur Filho: Gostei de várias histórias, uma delas foi O Posto da Infâmia (Ruju/ Diso). Os meus desenhadores prefridos são Ortiz e Diso. Argumentistas quase todos.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Arthur Filho: Tex é um “herói” que se pode esperar sempre por justiça, coragem, determinação, habilidade e certeza de solução para os problemas que enfrenta. O que me agrada menos é o facto dele não ouvir muito os outros, como o Kit Carson, por exemplo, Tex Willer sempre dá a primeira e última palavra, o que me parece um pouco exagerado.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Arthur Filho: Tex existe há décadas! Tem muitos fãs leitores, coleccionadores. Continua atraindo novos admiradores, é uma personagem que parece ter vida mesmo, passa isso a nós.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Arthur Filho: Não.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Arthur Filho: Tex ainda tem muitos leitores pelo mundo, pelo que sei. Tex tem estilo, vai viver muito ainda e vai chamar mais leitores para si. Tex é dos melhores!

Prezado pard Arthur Filho, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

5 Comentários

  1. Nossa, como tem texiano por aí, principalmente no ErreEsse.
    Taí duas coisas interessantes. 1 – Pode-se ser leitor, editor e não colecionar, apenas ler. Assim não entulha a casa de revistas. 2 – O fato de Tex sempre ter a primeira e última palavra, realmente, o seu parceiro dificilmente tem voz de verdade, apenas os colts.

  2. Bela entrevista, grande Zeca. Trata-se de um homem intrépido. Arthur foi o primeiro a resgatar o gênero no Brasil. É um grande batalhador e amigo. Respeito muito o trabalho desse homem que, heroicamente, consegue manter um título a tanto tempo, como editor independente. Isso não é tarefa fácil!
    Apesar da baixa qualidade de seus colaboradores ele está dando a oportunidade para novos autores mostrarem seus trabalhos e evoluírem, coisa rara hoje em dia. Sempre que posso colaboro com esse grande guerreiro. Parabéns, pela ótima entrevista!
    See you laters, cowboys!
    Be well!

  3. Só o amor pelo velho Oeste justifica um empreendimento desses, que, com certeza, não lhe dá nenhum retorno financeiro.
    O mestre Tony Fernandes tentou com Apache e sabe muito bem como é o mercado para HQ de faroeste no Brasil.

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