Balão TEXiano de ar quente

cop TEX V106 OKPor José Carlos Francisco

Voar num balão de ar quente, é algo que faz parte do imaginário da infância de muitos de nós e que nos persegue durante boa parte da nossa vida.

Ar, terra, água e fogo. Voar de balão significa entrar em sintonia com esses quatro elementos que regem a natureza, cruzando os céus embalado pelo sopro dos ventos. Está assim composta uma harmoniosa sinfonia, que dá a cada voo um tom poético como se fosse a primeira vez a bordo do balão. O voo de um balão também não é difícil de associar a aventuras cinematográficas ou mesmo a aventuras de Tex Willer, como facilmente se comprova pela capa da edição nº 106 da Collezione Storica a Colori de Tex, acabada de ser publicada na Itália e que foi magistralmente desenhada como todas as anteriores, por Claudio Villa e que mostramos no início deste texto, ou também na capa igualmente desenhada por Villa, para a edição nº 517 da série normal do Ranger na Itália e que mostramos de seguida.

Tex - Il serpente piumatoEm todo o mundo existem muitos Clubes de Balonismo, com pessoas que se reúnem para construir e soltar balões. Têm gente de todas as classes sociais: pobres e também ricos, para financiar as peças; têm técnicos e até engenheiros que calculam o tamanho da boca e da mecha necessárias para o balão subir. Calculam também que tamanho e peso de bandeira cada balão pode levar.

Apesar disso, soltar balões é contravenção penal em muitos países, por causa do perigo de incêndios. Os balonistas (baloeiros no Brasil) procuram minimizar o risco de incêndios seguindo e resgatando os balões, algumas horas após serem soltos, o que não invalida que em muitos desses países, os balonistas sejam portanto contraventores e estão em constante atrito com a polícia, embora esta às vezes feche os olhos em razão da beleza das obras, como por exemplo as contidas neste balão (do mundo texiano) que o blogue do Tex dá hoje a descobrir seguidamente e que é uma autêntica obra de arte:

Balão TEXiano - Foto 1Balão TEXiano - Foto 2
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Curiosidades do Balonismo

Balão TEXiano - Foto 3Santos Dumont inventou o avião mas, assim como muita gente, tinha uma queda pelos balões. Conta-se até que em Paris, foi visto muitas vezes arrastando latas de lixo com os pesos do seu balão.

Hoje em dia no nosso país, o balonismo é um desporto que chama a atenção. Movidos pelos ventos, os balões, que têm em média 25 metros de altura (equivalente a um prédio de oito andares), são inflados com ar quente e manobrados em velocidades de até 10 km/h.

Os mais audaciosos conseguem levar os balões a 10.000 metros de altura com o objectivo de dar a volta à Terra. Neste caso, substitui-se o cesto por cabines pressurizadas..

História do Balonismo

Balão TEXiano - Foto 4Não se pense que o voo em balão é algo dos nossos dias, bem pelo contrário. Pode-se recuar até 1709, data em que o padre Bartolomeu de Gusmão conseguiu em Lisboa, que o seu balão ou “passarola”, se elevasse a quatro metros de altura. Ele foi até a corte e diante do rei D. João V, apresentou a sua passarola, que foi destruída por dois guardas, receosos de que o padre voador provocasse um incêndio no palácio. O experimento de Bartolomeu de Gusmão ficaria para a história como o primeiro voo promovido pela engenharia humana.

Antes dele a teoria mais aceite é a de que os índios Nazca do Peru teriam feito um balão com fibras vegetais existentes naquela região, e que teriam sobrevoado o deserto de Nazca. As provas desse feito estão em peças de cerâmica datadas do ano 500 que estão hoje num Museu na cidade de Lima.

Balão TEXiano - Foto 5É no entanto geralmente aceite que o primeiro voo efectivo em balão foi o realizado pelos irmãos Montgolfier, ao fazerem subir o engenho a 500 metros de altura em 1783 . Este balão levou a bordo alguns animais que retornaram ao solo em perfeitas condições, tendo este feito sido assistido pelo rei Luís XVI e por toda a população parisiense da época.

No mesmo ano, o professor J.A.Charles voava por duas horas e meia a uma altura de mais de 250 metros, por cerca de 40 km, um balão de gás hidrogénio.

Em 1785 um balão atravessava o Canal da Mancha com um francês e um americano a bordo. Oito anos depois o francês Jean Pierre Blanchard voou pela primeira vez de balão em território americano. Foi na Filadélfia na presença de George Washington.

Em 1884 , o parisiense Júlio Cezar Ribeiro de Souza patenteou em Paris o dirigível Victória que voou contra o vento e em linha recta.

Balão TEXiano - Foto 6Em 1893 Augusto Severo de Albuquerque Maranhão construiu em Paris um dirigível com o nome de “Bartholomeu de Gusmão”.

Finalmente, veio Santos Dumont, que com seu aprendizado de construção de aeronaves fez vários dirigíveis, até que acabou de construir uma aeronave mais pesada que o ar. A construção por Dumont de um balão de 186 metros quadrados com hélice serviu de base para o famoso 14 BIS.

Foi em 1953 que o americano Ed Yost inventou o moderno balão movido a ar quente. Nesse ano construiu um balão 230 metros cúbicos que voasse com o auxílio de um maçarico.

O primeiro voo livre foi realizado em 1960 com um balão de 800 metros cúbicos, cujo ar era aquecido pelo fogo alimentado pelo gás propano. A partir daí começa o balonismo como desporto.

O Canal da Mancha foi atravessado pela primeira vez com um balão a ar quente em 1963 . Com a introdução do balão na Europa, no mesmo ano é realizado o primeiro campeonato de balonismo.

Os rangers numa corrida de balões

A partir de 1973 , com a realização do primeiro campeonato mundial, o balonismo volta a crescer em todo o planeta. Actualmente, existem no mundo cerca de 15.000 balões. Onze mil estão nos Estados Unidos da América, 1.200 na França, 1500 na Inglaterra e os restantes espalhados pelo mundo.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

3 Comentários

  1. Bela reportagem, Zeca. A boa história onde Tex embarca num balão para perseguir malfeitores foi publicada no Brasil na edição nº166 da série normal. Já aquela com referência à segunda edição italiana que você postou, onde ele aparece dentro de uma canoa, eu não me lembro agora.
    Abração,

    Estêvão

  2. Prezado pard Estêvão, a capa nº 517 da série normal do Ranger na Itália refere-se à 3ª parte da história “A Longa Viagem” e saiu no Brasil em Tex nº 424 com o título “A Ilha do Tesouro” 😉

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