3 Comentários

  1. Essa arte simples do Gino parece com a do Erio Nicolò, tem linhas suaves que dão volume ao desenho.
    Matheus Lopes Vasconcelos

  2. Era um grande artista o Gino d’Antonio e todos lamentamos que nunca tenha podido desenhar uma aventura de TEX, ele que tanto amava o “western”.
    Lembro-me com grande saudade do tempo em que lia o “Cavaleiro Andante”, nos já longínquos anos 50, pois foi nas suas páginas que descobri alguns dos grandes mestres da BD italiana, como Caprioli, Giovannini, Polese e, claro, Gino d’Antonio.
    Era o tempo em que D’Antonio e tantos outros colaboravam na excelente revista “Il Vittorioso” (que eu só viria a conhecer muito tempo depois) e nos brindavam com histórias como “Dakota Jim”, de Caprioli, “O Lobo Branco”, de Polese, “Sombras Selvagens”, de Giovanini, e “O Forte do Huron”, de D’Antonio, para só referir as de temática “western”. Recordo-me com especial carinho de outra história de D’Antonio, “A Mocidade do Rei Artur”, de ambiente medieval, como o título indica, uma verdadeira maravilha que o “Cavaleiro Andante” apresentou de forma idêntica à do “Il Vittorioso”, isto é, nas páginas centrais, a toda a largura, com vinhetas espectaculares, de formato panorâmico, como nós, os humildes leitores portugueses, não estávamos habituados a ver.
    Nunca mais perdi de vista, desde então, o trabalho de D’Antonio e foi com um entusiasmo ainda maior que, anos mais tarde, mergulhei na leitura da sua magnífica “Storia del West”, que afortunadamente chegava a Portugal através de uma publicação brasileira, da Ebal, intitulada “Epopeia-Tri”.
    Também recordo as histórias que D’Antonio realizou para Inglaterra, na sua maioria de temática bélica, algumas das quais foram cá publicadas na revista “Guerra” e no “Falcão” (2ª série).
    Todos estas histórias de que me recordo e que ainda releio amiúde são trabalhos notáveis em toda a acepção da palavra, que demonstram a versatilidade de D’António, o seu estilo dinâmico, claramente influenciado pelos grandes artistas clássicos americanos como Alex Raymond, o seu rigor documental, a sua inata percepção do movimento e do ritmo cinematográfico, a espontaneidade dos seus enquadramentos…
    E como argumentista também pede meças aos melhores!
    É por isso que aguardo ansiosamente o seu primeiro e último trabalho para a Bonelli, que pelas páginas que o blogue do TEX já nos permitiu admirar, vão exceder certamente todas as expectativas!
    Jorge Magalhães

  3. Que os caríssimos “pards” que costumam ler estes comentários, me desculpem a lamentável confusão… pois o que eu queria dizer era: “o primeiro e último trabalho de D’Antonio para o TEX”, e não para a Bonelli, onde, como todos sabem, era colaborador de longa data.
    A propósito, cito mais duas das suas magníficas criações, publicadas precisamente por Sergio Bonelli na colecção “Un Uomo, una Avventura”: “O Homem da Zululândia” e “O Homem de Iwo-Jima”, que felizmente possuo em edições brasileiras e espanholas, respectivamente.
    São dois extraordinários trabalhos, que figuram, na minha opinião, entre os melhores publicados nessa colectânea e ainda com a particularidade de terem argumentos do próprio D’Antonio, que também escreveu os argumentos de outros volumes dessa colecção, como “O Homem do Deserto” e “O Homem de Rangoon”, com desenhos de Tacconi, “O Homem de Pequim”, ilustrado por Polese, e “O Homem de Bengala”, ilustrado por Buzzelli. Tenho-os quase todos, pois fui-os comprando à medida que me apareciam, tanto em álbuns franceses como espanhóis. Hoje em dia são muito mais raros, mas vale a pena tentar arranjá-los.
    Há tempos o Zé Carlos enviou-me a relação completa dessa colecção (30 volumes), pelo que lhe estou muito grato.
    Jorge Magalhães

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