Entrevista com o fã e coleccionador: Rogério Stefanello

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Rogério Stefanello: Olá Pards. Nasci em Jaciara, interior de Mato Grosso no Centro Oeste do Brasil. Cresci em fazendas onde fui operador de máquinas e desde o ano de 2007 mecânico profissional e hoje sou mecânico de uma multinacional de alimentos. Casado, pai de um menino Autista de 13 anos.

Quando nasceu o seu interesse pela banda desenhada?
Rogério Stefanello: Até o dia de hoje eu não sei dizer ao certo como nasceu o interesse maior pelos quadrinhos em geral e por Tex em particular, mas recordo que eu havia visto livros do Zagor e Akim em 1989.

Quando descobriu Tex?
Rogério Stefanello: O meu primeiro encontro com Tex foi em 1994.

Porquê esta paixão por Tex?
Rogério Stefanello: Como disse anteriormente, o meu primeiro encontro com Tex foi em 1994 e talvez pela forma como houve o contato tenha sido o combustível desse apreço. O primeiro Tex que tive em mãos foi o Tex #251 do Vicenzo Monti e ganhei de presente num velório de um conhecido de minha família que havia sido cruelmente assassinado na época. Foi algo muito terrível na época e mexeu com todos. A paixão por este personagem se dá por causa de sua forma de fazer o que é certo, sem se importar com a lei, e ao mesmo tempo sem infringi-la, e Tex faz isso de uma forma que seria necessária hoje.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Rogério Stefanello: Os enredos dos autores, seus argumentos, o facto de trazer factos históricos e falar de coisas importantes da época talvez seja o primordial, além do facto de Tex e seus parceiros serem uma família talvez seja o referencial para o SUCESSO do personagem, além do humor sempre presente nas histórias, e da superação dos argumentistas em fazer histórias simples impactarem seus leitores.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Rogério Stefanello: Por ocasião de dificuldades financeiras na época de 2012 parei de colecionar Tex por um tempo, mas tenho 614 revistas de Tex, e já no próximo ano pretendo retomar essa paixão por Tex, que para mim é um marco das HQs (BD’s), principalmente em preto e branco, um clássico das leituras. Considero todas as coleções importantes, mas tenho um apreço especial ao Tex Ouro por trazer as histórias completas, por Tex Almanaque por trazer conteúdos de faroeste muito bons e enriquecedores, além é claro do Tex Anual. Colecionava somente Tex pela paixão pela história do personagem, já que nunca fui chegado aos quadrinhos. Tex é algo singular. Um fenómeno que me prendeu.

Qual o objecto Tex que mais gostaria de possuir?
Rogério Stefanello: Não tenho um objeto particular, teria vários, mas hoje o meu interesse maior seria ver o Tex Gigante do Magnus colorido. É o gigante preferido e a forma como ele desenhou aquela história marcou-me, assim como O Homem de Atlanta do Jordi Bernet que nunca consegui obter.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Rogério Stefanello: Minhas histórias preferidas são “A grande intriga” do saudoso Erio Nicolò, “Os Sete Assassinos” do Carlo Rafaelle Marcello e “Os invencíveis”, também do Marcello. Assim depois do saudoso Galep, meus desenhistas preferidos seriam o Marcello e o Fusco. O argumentista depois do Bonelli, é o Nizzi e o Boselli.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Rogério Stefanello: As histórias que mais me agradam em Tex são histórias com mais de 300 páginas e que abordam temas históricos na época. Histórias em duas partes geralmente são mais corridas e talvez não dê valor grandioso aos inimigos de nosso herói, e foi um dos motivos que desagradou (na minha opinião) a morte do Tigre Negro no Tex #489 com desenhos do Andrea Venturi e com argumento do Nizzi, mas tem muitos leitores que gostam de histórias assim...

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Rogério Stefanello: Somos apaixonados pela leitura do Tex por ele ser um personagem que tem uma forma singular de lutar contra a injustiça. Talvez seja este o fator pelo personagem ter sobrevivido já por mais de 7 décadas, com muito sucesso, e isso desde o longínquo ano de 1948 e mesmo com a queda deste mercado, Tex segue firme, com menos leitores, mas fiéis. No meu caso também tem o fator genético, por MANITU, sou descendente de italiano e vários membros de minha família tiveram contato. Tá no sangue, raios!!!

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Rogério Stefanello: Me desliguei por completo do mundo do personagem e só acompanhava os lançamentos e relia minhas revistas até meados de 2021 quando encontrei vários grupos e agora mantenho contato com vários colecionadores via internet e descobri outros que conheço pessoalmente, e que conhecem e colecionam também o personagem.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Rogério Stefanello: Quanto ao futuro do Ranger mais temido do Oeste?? Bem… Tex sobreviveu a 70 anos e está na ativa e tem fôlego para muito mais. Eu vejo que iremos cavalgar nas pradarias celestiais, mas nosso grande herói dos quadrinhos estará firme e na ativa lutando contra todo tipo de injustiça…

Prezado pard Rogério Stefanello, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

2 Comentários

  1. Excelente entrevista pard! E que bela coleção e histórias a contar! Adoro ouvir as anedotas dos colecionadores, mostra o sentimento que tem pelo personagem e pela coleção em si. Parabéns!

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