Entrevista com o fã e coleccionador: Vitor Sobreira

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Vitor Sobreira: O meu nome é Vitor Sobreira, nasci e moro na pequena cidade de Barroso, localizada no interior do estado de Minas Gerais/Brasil, no ano de 1993. Tenho 24 anos, gosto muito de ler livros e revistas – e algumas BD’s – e também do universo do Heavy Metal. Actualmente, encontro-me desempregado, e sou colaborador/redactor de alguns sites de Heavy Metal/Rock.

Quando nasceu o seu interesse pela banda desenhada?
Vitor Sobreira: Quando criança, em minha casa havia uma revista bem velha da Turma da Mónica, e lembro-me de ter achado engraçada, a disposição da história daquele jeito, em quadradinhos desenhados e a fala das personagens expressas em balões. Alguns anos depois,  na casa do (na época) namorado da minha irmã mais velha, encontrei várias revistas da Marvel, como X-Men e Homem-Aranha, bem como alguns outras da Disney (Mickey e Pato Donald), mas bem antigas – das décadas de 80 e 90 – guardadas com muito cuidado. Como morava em outra cidade, sempre que eu ia lá, lia algumas revistas. Também na escola em que estudei, na biblioteca haviam algumas poucas BD’s, e uma das que sempre lia, eram as épicas do Conan e as divertidas de Astérix e Obélix! Mas, nunca fui de coleccionar e comprar banda desnehada… Até que conheci a Sergio Bonelli Editore, com Tex, Zagor, Mágico Vento e Julia (Kendall).

Quando descobriu Tex?
Vitor Sobreira: Por volta de 2006, na mesma biblioteca mencionada acima, por puro acaso: Estava procurando por algum livro de aventura, e em uma cesta, vi uma revista do Tex. Infelizmente, não tenho muitas recordações da mesma, mas se não me engano, era a história ‘Os Sinos Dobram por Lucero’, e que era da década de 80. Levei para casa, e alguns dias após ler, já gostei do formato ‘FarWest’, das personagens, falas e desenhos. Peguei as outras três ou quatro que haviam lá, o que foi o suficiente para me fazer apreciar até os dias de hoje, essas fantásticas aventuras!

Porquê esta paixão por Tex?
Vitor Sobreira: Não há como não ser surpreendido e se apaixonar pelo universo de Tex! Desde o personagem Tex Willer em si – com sua língua afiada, gatilhos mais rápidos que o bote de uma cobra e o bom coração – passando pelos pards Kit Carson, Jack Tigre e Kit Willer, até as incontáveis aventuras, situações de perigo, os textos e diálogos muito bem escritos, pelas obras de arte ilustrativas, que são as cenas dos quadros e as capas… Enfim, tudo, é muito impressionante e marcante!

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Vitor Sobreira: Tex, tanto o universo em si quanto apenas o personagem, cativa pelo jeito verdadeiro de ser. Sempre em prol de agir pela justiça, lutar contra pessoas malignas e viver cada dia diferentemente do outro, muitas vezes sem imaginar que tipo de nova aventura o aguarda. Além do facto de que é realmente possível de se sentir que tudo foi criado verdadeiramente com amor, pelos mitológicos Giovanni Luigi Bonelli e Aurelio Galleppini, que devem ter tido um trabalho imenso, em retratar o mais fielmente o cenário dos séculos XVIII e XIX, dos Estados Unidos da América (além do México e Canadá, por vezes) tão longe da Itália natal deles.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Vitor Sobreira: Actualmente, possuo quase 70 revistas do TEX, entre várias versões, como Histórico, Almanaque, Coleção, Ouro, Platinum, Grandes Clássicos e o normal/mensal, compradas em bancas e sebos (alfarrabistas), novas e usadas. Compro e possuo por prazer em ter em minha casa algo que gosto, e poder ler sempre que possível, mas sem ser de facto, um coleccionador que se preocupa em ter todas as edições lançadas, etc. Também tenho algumas poucas revistas do Zagor, Mágico Vento, Julia e Conan.
Não diria que tenho apenas uma mais importante, por que gosto de todas as que li (e até as que não li ainda), e guardo com muito cuidado (mas não da maneira correcta, por falta de um espaço mais planeado, que será providenciado em breve). Todas são importantes.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Vitor Sobreira: No momento apenas as revistas mesmo. As únicas coisas diferentes que tenho, são o livro ‘A História da Minha Vida’ e um póster bem grande, colado no meu quarto.

Qual o objecto Tex que mais gostaria de possuir?
Vitor Sobreira: Mais e mais revistas, e também mais alguns pósters!! (risos)

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Vitor Sobreira: Difícil de se responder, pois todas as histórias que eu li até hoje, agradaram-me… Claro que algumas são melhores que outras, mas mesmo assim, não saberia mencionar uma favorita, pois consideraria uma injustiça. Cada aventura proporcionou-me (e ainda proporciona) bons momentos de diversão.
Gosto muito da dupla Galep e G.L. Bonelli, e das artes de Claudio Villa, que são muito boas, além de Nizzi, Del Vecchio, Gamba, Boselli… Enfim, todos que produzirem bom material! (risos)

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Vitor Sobreira: O facto de ser um homem verdadeiro, corajoso, que se preocupa com a paz… Também por ser muito bom de briga, e atirar como ninguém com seus trabucos. O que não me agrada muito, é que às vezes a sua língua é muito afiada e a sua auto-confiança é exagerada! Mas, nada que me faça gostar menos dele.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Vitor Sobreira: Tex está há praticamente 70 anos no mercado editorial… É o mesmo mundo, desde a sua criação, com pouca passagem de tempo, 1001 aventuras e tudo mais que nós, seus apreciadores temos direito. Além disso, Tex está cercado por fabulosos argumentistas e desenhadores, que cuidam para que o nosso personagem, seus pards e tudo envolvido, se mantenha imortalizado.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Vitor Sobreira: Infelizmente, não tenho a oportunidade de me encontrar com outros coleccionadores. Mas na minha cidade, descobri há algum tempo um outro fã de Tex chamado Rildo, que possui várias revistas do personagem, como algumas outras do Zagor, Mágico Vento, Ken Parker e Dylan Dog, mas o foco mesmo são as do Tex. Inclusive, em uma visita a casa dele, comprei alguns exemplares mais antigos que estava dispondo. Pessoalmente, é o único que conheço.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Vitor Sobreira: Tenho certeza de que Tex possui milhares de verdadeiros fãs ao longo do mundo, que sempre vão manter essa paixão viva. Também tenho certeza, de que a editora Bonelli dará continuidade às histórias do Ranger. No entanto, apesar de grande fascínio que gera, Tex infelizmente não conta com a mesma popularidade e exposição de outros personagens famosos no mundo todo,  o que de uma forma ou outra, acaba atrapalhando na divulgação para mais pessoas. Mas, penso que Tex será publicado ainda por muitos anos… E é assim que eu espero!

Prezado pard Vitor Sobreira agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

2 Comentários

  1. Olá, José Carlos, porquê a Bonelli não lança uma revista do Kit Carson? Na revista TEX número 265, Tex tem 40 anos e o Kit Carson 55 anos (página 47), como Tex nasceu em 1838 então Kit Carson nasceu em 1823 e teria aventuras no final da década de 1830, na década de 1840 e 1850 em fatos históricos interessantes e que ocorreram antes da participação de Tex que era mais novo.
    Sou leitor de Tex e Zagor desde 1978, Brasil estado do Rio Grande do Sul.

    • Prezado pard Teodoro Barros, de certo modo a Bonelli já está a começar a pensar com outros olhos para as outras personagens principais (Carson, Tigre e Kit) fazendo histórias a solo, como aconteceu com Kit Carson e com Kit Willer nos dois mais recentes Almanaques e no próximo também teremos uma história do Jack Tigre… pode ser o primeiro passo para termos revistas de Kit Carson, mas também de Jack Tigre e de Kit Willer. Vamos aguardar para ver o que o futuro nos reserva 😉

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