Entrevista com o fã e coleccionador: Pedro Roberto Lima Pomina

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Pedro Roberto Lima Pomina: Olá amigos do blogue Tex Portugal. Chamo-me Pedro Roberto de Lima Pomina, nasci na cidade de Júlio de Castilhos, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, no dia 17 de Outubro de 1977. Tive uma infância normal, rodeada de brincadeiras e gibis (como é chamada a banda sesenhada aqui no Brasil), sempre gostei muito de ler. Casei-me em 1999 e logo em seguida mudei-me para a cidade de Rio Verde, no estado de Goiás, onde resido hoje e trabalho como contabilista, tenho três filhos maravilhosos e uma esposa linda.
Na minha mudança para Rio Verde, deixei a minha colecção de gibis, incluindo a de Tex, na casa de um parente, pois era muita coisa para levar, mas cerca de dois anos depois quando fui buscar, imaginem a minha surpresa/decepção: não havia sobrado nada, consegui resgatar algumas revistas de super-heróis, mas a colecção de Tex e da Espada Selvagem de Conan, as minhas favoritas, já tinham ido embora… Mas comecei novamente, e aos poucos estou montando tudo de novo.

Quando nasceu o seu interesse pela banda desenhada?
Pedro Roberto Lima Pomina: Bom, lembro que os meus primeiros gibis eram da Disney, que ganhei da minha mãe logo que aprendi a ler, mas logo me interessei pelos super-heróis, como Homem-Aranha e Super-Homem, que descobri através dos gibis que os meus primos tinham. Em seguida descobri Tex e depois Conan – O Bárbaro, o qual também gosto muito, embora bem menos que Tex. Na infância e juventude coleccionei vários gibis: Conan, Tex, Zagor, Tio Patinhas, Donald, Turma da Mônica, Thundercats, Bravestarr, Aventura e Ficção e de super-heróis (de tudo um pouco, como se diz por aqui…).

Quando descobriu Tex?
Pedro Roberto Lima Pomina: Fui apresentado a Tex pouco depois que aprendi a ler, quando eu tinha uns oito anos de idade. Lá pelo ano de 1985, fui morar com uma tia para estudar e o seu esposo coleccionava Tex. Lembro que li todos os gibis do Tex que ele tinha. Hoje dou-me conta dos tesouros de Tex que já passaram pelas minhas mãos e agora são praticamente impossíveis de ler novamente pela raridade que se tornaram. Refiro-me às primeiras edições de Tex no Brasil, que hoje são difíceis de encontrar ou quando se encontra, o preço muitas vezes é bem alto.

Porquê esta paixão por Tex?
Pedro Roberto Lima Pomina: Tex leva-nos a uma época diferente, cheia de aventuras, liberdade, perigosa, é verdade, mas mesmo assim emociona-nos e faz-nos sentir vivendo naqueles tempos. Quem nunca imaginou ser um cowboy lutando contra índios, caçando bisontes, viajando em diligências ou cavalgando nas pradarias? As histórias são simples, mas envolventes. Tex é um justiceiro implacável, inteligente e astuto, que leva a justiça a quem merece, não importa cor, raça ou classe social, mas também é um amigo leal e atencioso, sempre disposto a ajudar quem precisa dele. Acho que também encontramos em Tex o  que está faltando no mundo real de hoje: pessoas honestas, dispostas a ajudar sem interesses e, principalmente, confiáveis.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Pedro Roberto Lima Pomina: Para mim o que torna Tex diferente é a dinâmica das histórias. São histórias com um roteiro normalmente simples, mas que colocam as personagens em situações variadas, sem ser apelativo. Tex não tem super poderes e não usa uniformes coloridos, nunca morreu e ressuscitou, mas tem coragem, inteligência e astúcia de sobra, preza pela justiça, respeita os costumes indígenas e está sempre ao lado dos mais fracos. Mas acima de tudo, tem respeito pelos seus fiéis leitores, sempre nos trazendo aventuras cheias de acção e emoção.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Pedro Roberto Lima Pomina: Como já mencionei, a minha primeira colecção de Tex perdeu-se, então tive que recomeçar… actualmente tenho 228 exemplares, de títulos variados de Tex. Optei por comprar regularmente a Tex Mensal, a Tex Ouro (essa está completa, com as 87 edições lançadas até agora) e Tex Platinum, que me falta a número 2. Os outros títulos eu compro quando sobra um dinheiro extra (a $ituação não tá muito boa RR$$$….). As edições que tenho um carinho especial são a nº 76, de Junho de 1977 e a nº 83, de Janeiro de 1978, da primeira edição de Tex, publicadas pela Editora Vecchi, com um Tex de camisa azul na capa. A nº 83 eu tinha na primeira colecção e agora consegui ela novamente, acho que tenho mais apego por essa.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Pedro Roberto Lima Pomina: Colecciono somente os gibis, mas já vi livros publicados aqui sobre Tex, que ainda não tive oportunidade de adquirir, mas farei assim que possível. Aqui no Brasil, as opções são poucas, no que diz respeito a artigos que façam referencia a Tex, mas se tivesse, com certeza coleccionaria sim.

Qual o objecto Tex que mais gosta de possuir?
Pedro Roberto Lima Pomina: Sem dúvida a edição número 83 de Tex, que consegui novamente para a minha colecção.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Pedro Roberto Lima Pomina: É difícil escolher uma história para chamar de favorita, mas tem uma que li há pouco na Tex Ouro nº 83, A Grande Invasão, que com certeza pode constar entre as melhores histórias de Tex na minha opinião. Quanto aos desenhadores e argumentistas não costumo ser exigente, mas acho que os melhores são Letteri e Ticci nos desenhos e Boselli e Nizzi nas histórias.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Pedro Roberto Lima Pomina: O que mais me agrada em Tex é a capacidade de nos prender na leitura e nos fazer viajar, querer ler sempre mais, com relação à personagem, admiro o senso de justiça e a disposição para ajudar quem precisa. O que agrada menos? Sinceramente não sei responder, acho que em relação à personagem de Tex não tem nada que me desagrade. Só gostaria que as revistas chegassem mais rapidamente na minha cidade, hoje chegam com mais de um mês de atraso…

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Pedro Roberto Lima Pomina: Acho que o diferencial de Tex é ser fiel ao seu propósito desde a sua criação até os dias de hoje, lutando contra criminosos, levando a justiça onde for preciso e sempre acompanhado dos seus companheiros, sempre com histórias surpreendentes e sem apelação. Algumas mudanças são boas, mas não podem influenciar na personalidade da personagem, na sua forma de agir e pensar. Deixei de ler os quadradinhos da Marvel e DC pois foram tantas alterações nas personagens, que para mim perdeu o sentido, tudo ficou muito confuso. Tex leva-nos sempre a lugares diferentes, a ruínas de civilizações antigas, enfrenta feiticeiros, mestres do vudu, oficiais do exército, múmias, dinossauros, sem falar dos numerosos inimigos que já enfrentou (O Cobra, Tigre Negro, o Mestre, Jack Thunder…) contando só com seus punhos, revólveres e rifles…
Um herói assim merece muito respeito!

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Pedro Roberto Lima Pomina: Não, infelizmente não. Aqui onde moro não conheço nenhum…

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Pedro Roberto Lima Pomina: Tex está nas bancas há quase setenta anos (corrijam-me se estiver errado…) e espero sinceramente que possa continuar por muitos e muitos anos. A fórmula de Tex é diferente dos demais quadradinhos de hoje, pois segue um padrão que faz a gente querer buscar mais, conhecer mais desse universo do velho Oeste. Mas isso também pode ser um grande desafio para os argumentistas, pois acho que deve ser bem difícil criar histórias novas para uma personagem publicada há tanto tempo. Acho que poderia ser lançado um novo filme de Tex, divulgar mais a personagem, alcançar novos leitores, chamar a juventude a conhecer esta personagem ícone das histórias aos quadradinhos.

Prezado pard Pedro Roberto Lima Pomina agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

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