CRONOLOGIA ESSENCIAL DE TEX – Décadas de 40 e 50

O blogue do Tex, apresenta diariamente, a partir de hoje, dividido por décadas, devido à enorme extensão do artigo, uma cronologia de Tex Willer, desde o seu nascimento até aos nossos dias.
Com esta cronologia essencial de Tex que se segue, pretendeu-se somente fazer uma revisão de alguns dos momentos temática e criativamente, mais em destaque na história da personagem, num texto de José Carlos Francisco, baseado no livro-catálogo “Tex Habla Español“.

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Collana del Tex nº 1
30 de Setembro de 1948
– Tex aparece nos quiosques italianos pela primeira vez. “Il totem misterioso” é o título do primeiro episódio da colecção TEX; colecção que se publicaria semanalmente em formato de tiras (striscias). Este primeiro número custava 15 liras e constava de 36 páginas – ou tiras – .
Durante quase 20 anos – até 1967 – a colecção foi publicada nesse formato, mediante uma sucessão de 36 séries consecutivas que completariam 973 episódios, o último dos quais tinha 84 páginas e custava 50 liras. As diferentes séries tinham uma extensão variável, que iam desde os 75 números da maior até os 11 episódios da menos extensa e apresentavam nomes de cores – verde, amarelo ou azul -, lugares – Califórnia, Kansas ou Arizona – ou  povos índios – Navajos, Apaches ou  Comanches–.

Il Totem Misterioso
No arranque da série, Tex é perseguido pela justiça, por motivos não claramente especificados; contudo este papel não convencia Tea Bonelli, de modo que Tex mudaria rapidamente de campo. Assim no décimo terceiro número, travará uma amizade inquebrável com Kit Carson, membro da corporação dos Rangers do Texas, o que possibilitará que se una ao corpo como agente especial. Gianluigi Bonelli e Galep, logo nos episódios iniciais nos apresentaram uma série de personagens que resultarão essenciais na evolução da saga, como por exemplo Mefisto, o seu principal e mais importante inimigo, o revolucionário mexicano Montales e o já mencionado Kit Carson.

Sobre a personagem Carson, há que assinalar que pese o facto de ter existido efectivamente um Kit Carson, personagem real da História norte-americana, este nada tem a ver com a personagem criada por Bonelli e Galep. De facto poderemos dizer que são diametralmente opostos, já que o Kit Carson real tem a atónita honra de ter sido quem mandou o povo Navajo para a reserva, enquanto que a relação do companheiro de Tex com a mencionada tribo é especialmente cordial por motivos que veremos adiante.

Dezembro de 1949 – Arranca a segunda série em formato tiras. Durante os seus 75 números, assistimos a diversos acontecimentos cruciais para a personagem: no mítico episódio do “Il patto di sangue”, Tex é capturado pelos Navajos e quando se encontra amarrado no poste dos martírios, numa situação bastante comprometedora, intervém Lilyth, a filha do chefe Flecha Vermelha, que compromete-se a casar com o prisioneiro para assim salvar-lhe a vida. De repente, Tex vê-se casado e fazendo parte da tribo, que o baptiza com o nome de Águia da Noite.

Lilyth e Tex
Também será apresentado um pouco mais adiante, Jack Tigre, um índio navajo duro e estóico, que manterá uma fidelidade de ferro para com Tex e uma amizade igualmente férrea com o futuro herdeiro deste.

Maio de 1951 – Inicia a terceira das séries das striscias. Passaram vários anos desde os acontecimentos da série anterior. Lilyth morreu e deixou a Tex um herdeiro, que conhecemos já menino – a primeira aparição de Kit Willer acontece quando vemos uma flecha atirada por si, atravessando o chapéu de Carson –.   Tex vive com os Navajos no Arizona – Tex é natural do Texas – e será investido chefe dos mesmos após o falecimento de Flecha Vermelho, seu sogro; fixando então a partir daí a aldeia Navajo como a sua base de operações. Desde então já teremos a série nos parâmetros que todos conhecemos, Tex é simultaneamente agente especial dos Rangers e chefe dos Navajos e já está formado o grupo principal de protagonistas: Tex, Kit Carson, Jack Tigre e Kit Willer, este ainda em fase de crescimento.

Outubro de 1958 – Aparece a colecção mensal de Tex que conhecemos na actualidade. As aventuras de Tex em formato de tiras, foram reeditadas em várias ocasiões e em distintos formatos; isso motiva que a esta colecção mensal se conheça tecnicamente como segunda série gigante – o termo gigante talvez surpreenda tendo em conta as medidas da revista que são 21 x 16 cm, porém o termo comparativo era o tamanho das striscias –. Ao princípio reeditaram todo o material das striscias, montando três tiras por página, em edições bimestrais que arrancaram com 164 páginas e 200 liras de preço. Posteriormente se passaria a 132 páginas e mais tarde às 114 actuais, convertendo-se em mensal em Janeiro de 1962.
A nova colecção não supunha no entanto, o desaparecimento da striscia semanal com aventuras inéditas em formato de tiras. Ambos os formatos conviveram durante quase 10 anos, até ao desaparecimento do primeiro deles em 1967.

Tex nº 1 - La Mano Rossa

3 Comentários

  1. Parabéns pela matéria! É muito esclarecedora e interessante. Tenho 23 anos e não era muito ligado em HQ por sempre achar as histórias fantasiosas demais, ou então, muito infantis. Isso mudou quando conheci Tex Willer e sua fidedigna turma!

    É bom ver que tem mais gente que gosta da revista. Parabéns pela iniciativa de manter esse blog!

  2. Alex, seja muito bem vindo ao blogue do Tex!
    Agradeço as suas palavras quanto ao texto e quanto ao blogue, já quanto a Tex, ele realmente é uma personagem fantástica, um verdadeiro companheiro que temos ao lê-lo e coleccioná-lo e não apenas um herói de papel!
    Sempre que puder, visite o blogue que sempre encontrará decerto algo que goste, pois Tex Willer dá muitos assuntos e matérias 😉

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