“PATAGÓNIA” – UMA GRANDE AVENTURA ÉPICA, COM O SELO DA POLVO

Por Jorge Magalhães [1]

“Patagónia”, a edição PORTUGUESA com o selo da POLVO

Seja qual for o prisma por que a encaremos, “Patagónia” — uma novela gráfica que já se encontra á venda na Feira do Livro de Lisboa, com o selo da Polvo Editora — merece o título de obra-prima do fumetto italiano e, por aditamento, da longa historiografia de Tex Willer, o famoso ranger do Texas, criado em 1948, no apogeu da BD infanto-juvenil, por dois autores de grande craveira: Gianluigi Bonelli e Aurelio Galleppini.

Obra de outra dupla excepcional, Mauro Boselli e Pasquale Frisenda, esta história desenrolada num cenário invulgar, que nada tem de comum com o Oeste americano — apesar de alguns pontos de convergência nas encruzilhadas do destino que instigou os povos indígenas a uma épica luta pela sobrevivência, quer nas pampas argentinas, quer nas pradarias da América do Norte —, é um marco incontornável, no seu género, uma aventura cujo fôlego gráfico e narrativo atinge proporções raramente vistas na saga texiana e noutras obras que se apresentam com o modesto rótulo de histórias de cowboys ou westerns convencionais… por vezes tão inglório quanto redutor! Desde 1948 até ao século XXI, o western fez um longo caminho, conquistando novas audiências entre um público mais maduro e exigente, que continua a elegê-lo como um dos seus géneros favoritos.

Aproveitando a realização, em Anadia, durante o segundo fim-de-semana de Maio, da 2ª Mostra do Clube Tex Portugal, onde esteve patente uma exposição dedicada a “Patagónia”, a editora Polvo procedeu ao lançamento oficial do magnífico álbum com esta extraordinária epopeia — iniciativa oportuna e que constitui também um feito digno de nota, porque nunca o mítico herói bonelliano se apresentou ao público português vestido com tão requintadas galas: isto é, num grosso volume com mais de 200 páginas, impressas em papel de boa gramagem, com uma nitidez perfeita do preto-e-branco, capa em cartolina com badanas, prefácio e tradução excelentes de José Carlos Francisco, dinâmico presidente do Clube Tex Portugal, e um dos maiores coleccionadores e divulgadores de Tex a nível mundial.

A tudo isto, que não é pouco, acresce ainda um conjunto de ilustrações inéditas, realizadas por Pasquale Frisenda, com estudos para as capas e para alguns dos personagens desta memorável aventura, em que Tex Willer (Águia da Noite) está acompanhado pelo seu filho Kit (Falcão Pequeno).

O consagrado desenhador de “Patagónia” marcou também presença na 2ª Mostra de Anadia, presidindo à cerimónia de lançamento do seu álbum, ao lado do editor Rui Brito, e brindando o público com uma sessão de autógrafos e desenhos ao vivo.

A mim — que não pude comparecer ao evento por motivos de força maior, mas também tive direito a um autógrafo do mestre italiano, graças aos bons ofícios de João Amaral, a quem expresso uma vez mais, e publicamente, a minha gratidão —, coube-me um exemplar com a magnífica ilustração colorida que aqui vos apresento.


Grazie mille, Pasquale Frisenda!

[1] (Texto publicado originalmente no Blogue “O gato alfarrabista, em 20 de Maio de 2015)

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

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