Vídeo: Grande entrevista com Fabio Civitelli no decorrer do Festival de Banda Desenhada de Helsínquia (Finlândia)

Por José Carlos Francisco

Um dos maiores artistas de Tex Willer, Fabio Civitelli, esteve presente no Festival de Banda Desenhada de Helsínquia, nos dias 7 e 8 de Setembro de 2013, evento esse que é o maior festival de banda desenhada da Finlândia, tendo nesta última edição recebido 28.000 visitantes, um novo recorde.

Fabio Civitelli entrevistado durante o Festival de Banda Desenhada de Helsínquia, na Finlândia

Civitelli foi convidado pelo editor Jouko Ruokosenmäki, da editora Egmont Kustannus, que publica Tex na Finlândia, tendo sido entrevistado longamente pelo antigo editor do Tex finlandês, Asko Alanen.

Vídeo-entrevista essa que damos hoje a conhecer no blogue do Tex e onde Fabio Civitelli mostrou-se à vontade com os fãs e contou tudo sobre a sua carreira e Tex, carreira essa que ele iniciou na editora Sergio Bonelli, no início dos anos 80, com o objectivo de desenhar Mister No, mas logo ele foi convidado a trabalhar com Tex. O género western era algo novo para Civitelli, e ele confessou que no início copiava o estilo de Giovanni Ticci, especialmente no desenho dos cavalos. Com Fernando Fusco ele estudou como desenhar armas, casas, etc. Pouco tempo depois Civitelli descobriu o seu próprio estilo de desenhar Tex.

Fabio Civitelli (e Asko Alanen) falando do seu Texone

O Mestre aretino também disse que desenhar Tex é muito difícil pois só podem ser usadas duas cores: preto e branco. O problema é criar tonalidades de cinza. Civitelli estudou isso muito e desenvolveu o seu estilo único em como criar tonalidades de cinza: ele usa pequenos pontos para fazer esse efeito. E não, ele não cria esse pontilhado com o computador. Ele faz todos os pontos com caneta e pincel! Essa técnica foi muito importante para Civitelli quando estava realizando o seu “TexoneLa cavalcata del morto. Esse álbum foi premiado no festival de Banda Desenhada de Lucca, na Itália, como a melhor arte em Banda Desenhada em 2012.

Fabio Civitelli desenhando para os seus fãs finlandeses

Civitelli disse ainda nesta longa, mas muito interessante, entrevista que durante os primeiros 25 anos,trabalhou quase que sem excepções com Claudio Nizzi, que conhecia muito bem as qualidades e fraquezas de Civitelli. Por exemplo, no começo ele tinha dificuldades em desenhar desertos e poeira. Por causa disso, Nizzi colocava a maioria das suas histórias nas cidades. “Hoje em dia…“, disse Civitelli, “…eu não tenho problema algum com desertos e poeira.“.

Actualmente Civitelli está trabalhando com Mauro Boselli. A próxima história que estarão criando será uma nova história de Yama, o filho de Mefisto. Asko Alanen tentou perguntar que tipo de história seria. Civitelli respondeu [sorrindo] “Não me pergunte. Pergunte a Boselli. Ele é que está escrevendo a história!”. Entretanto, disse Civitelli, Boselli não gosta que Yama tenha sido retratado como um “filhinho da mamãe” no último episódio de Mefisto. Ele vai mudar isso. Yama será muito, muito maléfico de novo, mas melhor do que ler estas palavras é assistir ao vídeo com os mais de 50 minutos da entrevista realizada em Helsínquia com Fabio Civitelli:

(Para aproveitar a extensão completa das fotos acima, clique nas mesmas)

3 Comentários

  1. Uma longa entrevista de Fabio Civitelli, um talentoso artista gráfico a serviço do Ranger mais temido do Oeste. Decerto que o retorno de Yama, o filho de Mefisto, será em grande estilo pelas mãos do roteirista Mauro Boselli e do desenhista tema desse artigo, uma renomada dupla de autores texianos.

  2. Aprecio a reabilitação de Yama, que em sua primeira aparição mostrou-se um vilão muito mais eficiente que o (na minha opinião) sempre superestimado Mefisto.

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