UMA PEREGRINAÇÃO PELO UNIVERSO DO FUMETTO ITALIANO

Por Thiago Gardinali*

Primeiro surgiu a paixão pela leitura. Logo em seguida, o interesse pelo colecionismo. Assim que comecei a ler histórias em quadradinhos, por volta de 5 anos de idade, também passei a procurar por edições antigas, pois queria ir além daquilo que as bancas de jornais poderiam me oferecer. Teve início então o hábito que mantenho até hoje de “garimpar” em revistarias e lojas especializadas, muitas delas popularmente conhecidas no Brasil como “sebos”. Como o critério do bom estado das publicações sempre foi pré-requisito em minhas buscas, o grau de dificuldade para encontrá-las sempre foi bem alto. Nunca comprei nenhuma revista apenas para fazer parte da coleção, adquiro apenas aquilo que tenho real interesse em ler. Nas minhas viagens internacionais, sempre procurei conhecer de perto o mercado da banda desenhada em cada país, mas em função da pressa motivada na maior parte das vezes por motivos profissionais, nunca pude dedicar o tempo que realmente gostaria para essas “garimpagens”. Isso até a minha mais recente viagem à Itália.

Em Milão, lojas especializadas oferecem grande quantidade de títulos Bonelli

Para quem é apaixonado por Tex e pelas publicações Bonelli em geral, percorrer as fumetterie (lojas especializadas em quadradinhos) e edicole (bancas de jornais) italianas tem um significado muito especial. É um prazer indescritível encontrar o tempo todo seus títulos e personagens preferidos nas prateleiras. Realmente a Bonelli não poderia ter nascido em um lugar melhor: a Itália tem um grande amor e respeito pela banda desenhada, e isso eu pude presenciar pessoalmente durante três meses de uma verdadeira peregrinação em busca de publicações neste país maravilhoso.

Começando pela fantástica Milão, cuja praticidade permite o fácil deslocamento para qualquer lugar em poucos minutos. Minha primeira surpresa foi conhecer a espaçosa Supergulp no Naviglio Grande. Quando desci para o andar inferior, a alegria de ver prateleiras repletas de títulos Bonelli em ordem crescente de numeração e todos em estado impecável. Salvo raras exceções, a grande maioria por preço de capa ou muito perto disso. Ou seja, é possível comprar várias edições antigas gastando pouco. Fiquei horas admirando tudo aquilo, sem sentir o tempo passar. Conversei bastante com os atendentes, extremamente atenciosos e conhecedores dos produtos da loja. Outra ótima visita foi a que eu fiz a La Borsa del Fumetto, onde o que mais chama a atenção é o anexo denominado Il Borsino, onde há apenas edições antigas. Uma loja extremamente apertada, com quadradinhos do chão ao teto, com uma organização como eu nunca vi nos “sebos” brasileiros. Foi ali que, logo de cara, comprei a sequência de “O passado de Tex” (Tex #83, #84 e #85) e “O passado de Carson” (Tex #407, #408 e #409) que sempre tive vontade de ler nos seus originais italianos.

Em Roma, o festival Romics consegue lotar seis enormes pavilhões

A sensação de “respirar Bonelli” pode ser vivenciada em todos os cantos de Milão. A simples experiência de usar o Metropolitano para deslocamentos pela cidade possibilita isso. Em todas as estações – todas mesmo – existem bancas de jornais, e em todas elas é possível encontrar títulos Bonelli. Que bacana poder sair de manhã cedo, parar para tomar um café e comer uma brioche, e conferir se tinha algum lançamento naquele dia. Aliás, pela grande quantidade de títulos bonellianos, era difícil ficar mais de dois ou três dias sem comprar um novo título. Algo que para os italianos é totalmente normal, mas para mim era motivo de grande entusiasmo, tendo em vista que, infelizmente no Brasil, atravessamos um período de diminuição drástica de bancas de jornais, sem contar com a descaracterização das poucas que ainda restam e passam a comercializar todo tipo de produto, menos revistas em quadradinhos. O saudável hábito de leitura, também em queda livre no Brasil, mantém-se vivo no sangue italiano e pode ser visto dentro de trens, ônibus e em praças públicas. Além das bancas e lojas especializadas, os fumetti estão nas livrarias em edições de luxo, álbuns e livros. A mais famosa rede italiana, La Feltrinelli, dispõe de áreas específicas onde é possível encontrar grandes sagas de Tex em volumes grossos com histórias completas. Ali pude comprar edições temáticas dedicadas a importantes personagens como Morisco e Mefisto.

Mas a oportunidade de vivenciar as publicações Bonelli vai além de bancas, comic shops e livrarias. Ela é ricamente presente nos eventos. Se existe turismo histórico, turismo ecológico e turismo religioso, então eu posso garantir que a Itália tem também o turismo “fumettologico”. O adjetivo pode não existir, mas o conceito é real. Sempre há algum evento relacionado a quadradinhos ocorrendo em alguma parte do país. Como eu fiquei bem atento a sites e redes sociais, não perdi quase nenhum deles durante os meses nos quais fiquei em território italiano. Com a vantagem da fantástica rede ferroviária e seus trens de alta velocidade, o deslocamento para qualquer parte do país é fácil e prazeroso. Sendo assim, não perdi a chance de ir para Roma e passar um final de semana na Romics, evento que lota seis enormes pavilhões com uma extensa programação de palestras, encontros com autores e desenhistas, além de muitas fumetterie com seus preciosos acervos. Ali pude comprar muita coisa boa, como por exemplo os álbuns de figurinhas completos de Tex e Zagor. As editoras montam seus estandes oficiais e a Bonelli estava lá, com lançamentos, edições variantes, especiais e artigos como camisetas, canecas e chaveiros. Um evento realmente espetacular que reuniu aficcionados por quadradinhos de toda a Itália. Ainda bem que os trens italianos oferecem espaçosos bagageiros acima dos acentos, onde pude colocar as sacolas abarrotadas de revistas que comprei no evento!

Sergio Bonelli Editore sempre presente nos eventos e festivais por toda a Itália

Ainda em Roma, destaco a ótima loja Fumettopoli, com grande acervo e a simpatia de seu proprietário Fabio, com o qual fiquei horas conversando sobre nossas leituras, histórias preferidas de Tex e curiosidades dos demais títulos bonellianos. Uma rica troca de experiências entre leitores.

Na medida em que fui conhecendo outros eventos, entendi que não importava o tamanho e a quantidade de pessoas, mas sim o propósito. O interessante é que existem vários grupos e associações, de norte a sul da Itália, de fãs de banda desenhada que se encontram e organizam os festivais, recebendo o apoio das editoras e lojas que participam montando seus estandes. Continuei rodando o país e tive o prazer de visitar a Torino Comics, no Piemonte, e a Firenze Comics, na Toscana. Sempre encontrando leitores de Tex com os quais eu conversava, contava sobre a história editorial do personagem no Brasil e ouvia sobre o mercado editorial italiano. Foi muito interessante saber dos leitores italianos o que eles mais gostam nas histórias, seus roteiristas e desenhistas preferidos e a expectativa que têm para o futuro das publicações.

Mas não pense que os festivais de quadradinhos acontecem apenas nas grandes cidades italianas. Eles estão por todos os cantos. E resolvi também visitar os eventos menores, mas não menos interessantes. Um deles foi na simpática Piacenza, cidade natal do desenhista Paolo Bisi, responsável por belos trabalhos em Mister No e Zagor. Curiosamente, uma das sagas zagorianas que ele desenhou foi “Sertão”, que se passa justamente no Brasil. Não  poderia perder a oportunidade de bater um bom papo com ele sobre o ótimo resultado da pesquisa que ele fez para retratar o sertão brasileiro. A recepção foi das mais calorosas possíveis, parecia que ele não acreditava que um leitor de tão longe estava ali elogiando e comentando detalhes sobre seu trabalho. Comecei a perceber o quanto os artistas da banda desenhada italiana são bacanas e o respeito que eles têm pelos seus leitores. Uma grata troca de energia entre quem cria e quem lê.

Alfredo Castelli mostra o computador de Martin Mystère em sua sala na Bonelli

O contato com o importante staff bonelliano foi intensificando-se. Em uma feira do livro na cidade de Rho, região metropolitana de Milão, tive o prazer de conversar com Fabio Civitelli, que até gravou um recado em vídeo a meu pedido para os leitores brasileiros e portugueses. Na ocasião, pude adquirir o especial de luxo de “O sinal de Yama”, belíssimo trabalho de Civitelli. Uma grande fila se formou no estande da Bonelli com muitos leitores em busca de autógrafos. Mais uma oportunidade imperdível de vivenciar e sentir a repercussão das publicações com os leitores italianos. Na sequência, fui até Sesto San Giovanni, também próxima a Milão, onde o pai de Martin Mystère dava uma palestra. Ao final, me aproximei me identificando e pedindo um autógrafo em um álbum gigante de Martin que eu tinha adquirido em uma das tantas fumetterie que havia visitado. A conversa extremamente agradável foi além das minhas expectativas. Ao final, Castelli me perguntou se eu já havia visitado a Sergio Bonelli Editore. Ao ouvir a minha negativa, pediu que eu marcasse seu telefone e que ligasse para marcar uma ida à editora. A receptividade e simpatia italianas me surpreendiam cada vez mais. E teria início ali uma amizade que eu jamais imaginaria que pudesse existir.

Confesso que visitar a Bonelli sempre esteve em meus planos, mas estava pensando como seria a melhor forma de realizar. Não queria chegar batendo na porta sem conhecer ninguém. Sendo assim, um convite de um dos mais importantes funcionários da editora era a oportunidade que tinha caído dos céus. Conforme combinado, liguei para Castelli e marquei o dia para ir até a famosa Via Buonarroti 38. Fui extremamente bem recebido naquela manhã de terça-feira e conheci uma equipe realmente fantástica, em todos os setores da editora, trabalhando com amor e empenho para presentear seus leitores com as edições maravilhosas que tanto gostamos. Ser recebido por Davide Bonelli na sala de seu pai e ouvir deliciosas histórias das viagens de Sergio ao Brasil realmente superou toda e qualquer expectativa. Estava ali a razão do sucesso de Tex e de tantos personagens: o respeito por cada leitor e a motivação de oferecer sempre o melhor. Foram horas muito agradáveis que culminaram em um simpático convite de Castelli para almoçarmos juntos. A conversa sobre quadradinhos se estenderia tarde afora e aquele seria o primeiro de muitos encontros.

Com Davide Bonelli na sala de seu pai: uma história de dedicação e respeito aos leitores

Descobri que o fumetto italiano, além das bancas, lojas, livrarias, eventos grandes, médios e pequenos, estava também no ambiente acadêmico. Alfredo Castelli é frequentemente convidado para seminários e aulas especiais nas mais diversas universidades. E logicamente que eu não poderia perder a oportunidade de acompanhá-lo nestas ocasiões. Cursos como literatura e artes gráficas abrem espaço para analisar e estudar a fundo a banda desenhada. Me enfiei ali no meio dos alunos para também aprender junto com eles. Não fazia ideia que o autor das aventuras do professor Mystère, que leio há 30 anos, era também um habilidoso docente que prende a atenção de uma grande plateia de alunos.

Em um dos encontros com Castelli, surge um convite para um evento que eu desconhecia, por mais ligado que estivesse em sites especializados e redes sociais. Tratava-se de uma feira na cidade de Reggio Emilia, na Emilia-Romagna. E Castelli foi enfático ao me explicar que, neste evento, eu encontraria apenas “roba vecchia” (coisas antigas). Achei ótimo, e lá fomos com o fantástico trem de alta velocidade. Ate aí, eu não tinha ideia de que estava prestes a visitar o mais espetacular evento de banda desenhada em toda a minha vida. Chegamos ao centro de eventos da cidade, nada fora do comum. Mas quando eu entrei e comecei a andar pelos corredores dos estandes, me impressionei de verdade. Nada de editoras, nada de lançamentos… apenas coleções e mais coleções, dos anos 1930 aos dias de hoje. Eu estava simplesmente na maior feira de quadradinhos antigos e colecionismo de toda a Itália. Tudo aquilo que eu “garimpava” nas dezenas de lojas pelo país reunido em um só lugar. A feira chama-se Mercato del Fumetto e é organizada pelo grupo Amici del Fumetto. Além da feira, eles também realizam uma premiação para os destaques do mercado editorial italiano. Nesse dia, Civitelli foi um dos premiados, e tive o prazer de revê-lo e conversar com ele novamente, desta vez sobre as novidades programadas para os 70 anos de Tex. Colecionadores e lojistas de toda a Itália estavam ali reunidos naquele sábado, com edições das mais raras e preciosas. Nada de cosplayers, nada de games… apenas quadradinhos! As primeiras edições de Tex no formato talão de cheques estavam ali, juntamente com toda a história editorial dos 70 anos do nosso querido ranger, além de todos os outros personagens bonellianos e de outras editoras italianas. Mais uma vez agradeço à companhia de trem pelo espaçoso bagageiro que acomodou as muitas sacolas de revistas que comprei nesta feira. O evento acontece duas vezes por ano e a cidade fica a menos de uma hora de trem de Milão. Extremamente recomendado para quem procura exemplares difíceis para completar coleções ou mesmo para quem quer adquirir edições mais recentes.

Com o mítico Fabio Civitelli e o seu autógrafo desenhado

A esta altura do campeonato, já com centenas de exemplares que havia adquirido em minhas peregrinações, resolvi começar a despachar um pouco para o Brasil através dos correios, pois não tinha me dado conta da quantidade de quadradinhos que se acumulava, tamanha a empolgação de conhecer e participar de tantas situações interessantes. Acabei fazendo amizade com as atendentes dos correios, que ficavam incrédulas quando eu declarava que o conteúdo daquelas enormes caixas era apenas e tão somente os famosos fumetti que eles tão bem produziam.

Os festivais, como citei no início, não cessam. E então parti para a Sicília para participar de um dos grandes, o Etna Comics, na Catania. Tirando a dificuldade inicial para compreender o sotaque siciliano, todo o resto foi sensacional. O evento aconteceu em uma grande fábrica desativada e ofereceu uma extensa programação. Além dos estandes de editoras e lojas especializadas, exposições e conferências temáticas. De todos os eventos que participei, este foi o que mais tempo permaneci em auditórios assistindo os debates. Isso porque muitos dos painéis apresentados foram sobre títulos Bonelli. Na ocasião, além do mestre Castelli, tive a satisfação de estar ao lado de Moreno Burattini, editor e roteirista de Zagor. Uma das conferências foi sobre o centenário de Aurelio Galleppini, o criador gráfico e desenhista de Tex. A organização ficou por conta do grupo Bonelliani Siculi, formado por leitores e colecionadores da Sicília. Roberto Recchioni, curador de Dylan Dog, fez uma ótima explanação sobre as novidades do personagem. Castelli e Burattini também falaram sobre Martin Mystère e Zagor, respondendo às perguntas do público. Momentos como esses são muito bacanas para aproximar os leitores dos profissionais que produzem as revistas que eles lêem todos os meses.

Em Bologna, a maior fumetteria da Itália, com entregas em todo o planeta

O Etna Comics contou ainda com um momento bem interessante. O tema de um dos painéis foi “A inovação na tradição” com as participações de Simone Airoldi, diretor geral da Bonelli, e Giovanni Boninsegni, diretor de marketing. Eles deram um panorama geral da editora e revelaram informações importantes. A primeira delas foi quanto à dimensão da Sergio Bonelli Editore. Airoldi divulgou um dado impressionante sobre o volume de produção: são 25 mil páginas por ano contra 23 mil da Marvel Comics. É isso mesmo! A Bonelli é a maior produtora de páginas de banda desenhada de todo o planeta. “Muitos podem questionar o fato de a Marvel ter mais títulos do que a Bonelli. Mas não esqueçamos que a média de páginas de cada título Bonelli é sempre superior a 100 páginas. Ou seja, temos menos títulos que a Marvel, porém com uma quantidade maior de páginas em cada um.” – explicou Airoldi. Ele ainda revelou que cada revista publicada tem uma média de um ano de preparação e que a Bonelli conta atualmente com 400 colaboradores.

Em outro momento da palestra, foi abordada a questão de novas mídias e a utilização dos personagens em animações, filmes e séries. Sem especificar quais seriam os primeiros a serem utilizados, Airoldi fez questão de deixar claro que o mais importante é manter o controle dos personagens para evitar que eles sejam descaracterizados. Pelo clima de expectativa quanto aos 70 anos de Tex, eu seria capaz de arriscar que são grandes as chances do ranger estrear essa nova plataforma. Foram abordadas também questões relativas ao futuro do mercado editorial. Novos formatos devem ser testados, seguindo por exemplo o que foi feito na recente mini-série de Chico, “Um passeio no tempo”, publicada a cores, em seis volumes de 64 páginas (quantidade menor do que o habitual bonelliano) e formato maior. Seria uma forma de atrair novos leitores que preferem uma leitura mais rápida. Também se falou de crossovers entre personagens, a exemplo de Dylan Dog e Dampyr. Será que o tão esperado entre Tex e Zagor pode ser o próximo?

Simone Airoldi, diretor geral da Bonelli: produção de mais páginas do que a Marvel

Seguindo com as visitas às fumetterie, parti para Bologna. E ali havia um motivo especial. Com o cancelamento por parte da Bonelli das expedições para fora da União Europeia, não foi mais possível comprar os títulos através do site da editora. Foi então que eu descobri a Alessandro Distribuzioni, única fumetteria italiana que entrega em qualquer parte do mundo. Satisfeito com as encomendas recebidas no Brasil, não poderia deixar de conhecê-la pessoalmente. E sem exagero, posso dizer que trata-se da maior fumetteria que visitei na Itália, em termos de espaço físico da loja e quantidade de títulos do acervo. Metade da loja é tomada pelos títulos Bonelli, cuidadosamente acomodados em prateleiras especiais em ordem numérica. Nos fundos, um arquivo dos clientes de todo o planeta, com etiquetas nominais e as respectivas revistas. É possível, por exemplo, reservar determinadas edições mensais e recebê-las em um pacote a cada três meses. Um sistema bem prático e funcional para receber os títulos bonellianos.

Mais uma cidade: Nápoles. Eis que desço na estação de trem com a minha lista de lojas para visitar. Passo pela primeira, pela segunda, pela terceira… até que entro naquela que iria me surpreender! E desta vez a surpresa não vinha do acervo, mas sim de seu proprietário. Foi em território napoletano que conheci o maior fã e colecionador de Tex da Itália. De tão incrível que foi esse encontro, resolvi escrever um artigo específico sobre ele, que pode ser lido na página 32.

Minha peregrinação “fumettologica” na Italia ainda não estava completa. Acabei descobrindo que o grande autor Tito Faraci, responsável por grandes aventuras de Tex e outros personagens, daria um curso de uma semana sobre roteiro de quadradinhos. Não poderia perder esta oportunidade. Me inscrevi e frequentei assiduamente e com muita atenção todas as aulas. Era a experiência que faltava para entender como funciona a produção de banda desenhada na Itália. Detalhes de narrativa, as indicações aos desenhistas, a construção da história da ideia inicial ao roteiro final. Não preciso nem dizer que, após as aulas, emendei longos papos com o Tito para falar ainda mais do assunto que tanto gostamos. Excelente profissional dos quadradinhos e com ótima didática para ensinar.

Curso de roteiro com Tito Faraci, autor de várias aventuras de Tex e outros títulos

Além de tudo o que relatei, lançamentos de novas edições em livrarias com a presença dos autores são frequentes e estive em muitos deles. Foi uma submersão no universo dos fumetti, uma aula de cultura, uma convivência prazerosa com o fantástico povo italiano… e o aumento da minha admiração pela Sergio Bonelli Editore!

* Texto de Thiago Gardinali publicado originalmente na Revista nº 7 do Clube Tex Portugal, de Dezembro de 2017.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima clique nas mesmas)

2 Comentários

  1. Esta reportagem é daquelas… mais ou menos como abrir um velho livro encontrado no porão e dele resgatar um fato histórico desconhecido, de grande importância, que impacta o leitor. De facto, não conhecia até agora este “As Viagens de Gardinali” e confesso-me surpreendido com a narrativa e com os incríveis fatos e imagens com que me deparei. (Vou ler novamente e fazer algumas anotações e visitas via web nestes sítios para aproveitar melhor o aprendizado).
    Já tive a oportunidade de conhecer o Gardinali, durante o Festival de Limeira, dedicado ao Tex, em 2018, e, formatei dele uma persona bastante ativa e contundente, isto é, que me causou buona impressão e caráter, o que confabula bem com um texiano. Todavia, não pude imaginar todo o carinho com o Tex, porque a meu ver estava apenas desempenhando um trabalho, e, ademais, não pudemos conversar muito.
    Pensando bem, creio que esta viagem já havia se realizado, mas não foi possível desenvolvê-la verbalmente em meio ao barulho no Saloon de Limeira, onde trabalhávamos para consumir os bifes de quatro dedos de altura e as batatinhas fritas, acompanhadas por uma caneca de cerveja…
    Woah… mas esta narrativa épica serve de prova e respaldo definitivo para colocá-lo na rol dos grandes texianos de carteirinha e gibis.
    Esta semana o Adriano Rainho me perguntava se não tenho o incrível desejo de conhecer a Sergio Bonelli Editore… E incrivelmente respondi que não. Pode parecer uma loucura. Pazzzesco! Mas é porque eu gostaria mesmo seria de fazer tanto ou mais do que fez o nobre viajante: ficar lá um ano todo.
    Termino minha singela cartinha deveras contente com a leitura e a oportunidade de ver e sentir tantas emoções vividas e não vividas, arrancadas do passado para o presente neste presente especial de reportagem.
    Obrigado e parabéns, Thiago. Meus aplausos!

    • Grande G.G.,
      Aguarde que ainda teremos aqui no blogue mais matérias sensacionais das viagens Texianas do Thiago Gardinali que foram publicadas em 2017 na Revista do Clube Tex Portugal…
      A pouco e pouco, embora vários anos depois, vamos mostrando o rico e imenso conteúdo publicado na cada vez mais prestigiada Revista do Clube Tex Portugal ao longo dos anos…

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