Tex, uma obra clássica, no Jornal de Notícias: 28 de Novembro de 2004

ClássicosTexto da secção Livros de 28/11/2004
Aos Quadradinhos
F. Cleto e Pina

“Clássicos”

O que torna uma obra clássica? O que a define? Para mim, há dois aspectos fundamentais: a importância que teve aquando da sua publicação e/ou a sua intemporalidade.

Em Portugal, as edições recentes de clássicos são diversas desde o western puro de Tex (Mythos Editora), ao humor de Astérix, Lucky Luke (ASA), Spirou, Gaston Lagaffe (Meribérica/Líber), Obras-Primas Disney (Edimpresa) ou Os Sobrinhos do Capitão (Gradiva), ou ao mundo fantástico dos sonhos de Sandman, uma das mais importantes obras dos quadradinhos em língua inglesa dos últimos vinte anos, por isso a escolha é vasta. E difícil. Sem prejuízo de voltar ao tema, quero destacar dois títulos.

O primeiro é Eu, Wolverine, uma das obras fundamentais da cronologia do X-Man de garras de adamantium, que nos conta a busca que ele empreende no Japão para reencontrar Mariko, a sua noiva, num argumento muito movimentado e violento de Chris Claremont, superiormente planificado por Frank Miller, em que o herói quase perde a sua humanidade.

A segunda é O Homem de Papel (Meribérica/Líber), que Milo Manara assinou a solo há mais de 20 anos, antes de se “especializar” como desenhador por excelência de obras erótico/pornográficas, embora seja já o seu traço personalizado que nos conta um invulgar western, onde os estereótipos do género servem apenas de pano de fundo para o desenvolver de uma história de amor (de desfecho trágico) entre o branco “Homem de Papel” e a índia “Rabo-ao-léu” que se destacam entre outras personagens estranhas mas possuidoras de surpreendente humanidade.


Copyright: © 2004 Jornal de Notícias; F. Cleto e Pina
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