TEX? QUE BICHO É ESSE?

Por Zé Oliveira

Eu nunca fui muito fã do Tex. Na verdade, só descobri o Tex recentemente porque quando eu era pequeno não havia Tex em Portugal. Os livros mais parecidos tinham Westerns ingleses e vinham na colecção Mundo de Aventuras. Depois vieram os Westerns espanhóis das colecções Caravana do Oeste, Façanhas do Oeste e Sioux. Posteriormente vieram os Westerns italianos da colecção Histórias do Oeste. E, finalmente, o Tex.

Mas, quando chegou o Tex eu já não comprava BD porque estava muito ocupado na Universidade. Portanto, só quando eu comecei a catalogar o Tex para o site BD Portugal é que comecei a ler o Tex. Li todos os livros de Tex que cataloguei e, descobri que tem histórias muito boas. Quem quiser, pode ver no site www.bdportugal.info as centenas de capas de revistas Tex que cataloguei.

Os livros do Tex que mais me impressionaram foram os da colecção Tex Edição Gigante. Ter tantos desenhadores famosos dá definitivamente grande prestígio ao Tex. Conclusão: Olhando para o Tex ninguém suspeitaria que a banda desenhada está em crise…

Recentemente, tive a honra de encontrar pessoalmente o grande desenhador Fabio Civitelli.

Aeroporto Francisco Sá Carneiro na cidade do Porto

Encontrei-o no Aeroporto do Porto onde o aguardavam alguns fãs e entusiastas do Tex. Eu desejava um desenho feito pelo Civitelli mas, estava com receio de o incomodar com um pedido tão egoísta.

Zé Oliveira, José Carlos Francisco, Carlos Moreira, Fabio Civitelli e Fernanda Martins no aeroporto após a chegada de Fabio Civitelli

Mas, o Civitelli olhou-me como se fosse para ele uma honra fazer um desenho para um fã e meteu mãos à obra. Ele parecia disposto a fazer o desenho em qualquer sítio, mesmo que fosse na cama de um faquir mas tal não foi necessário porque encontrámos uma mesa de uma cafetaria.

Fabio Civitelli a desenhar no aeroporto minutos após a sua chegada a Portugal

Estava à espera que o Civitelli começasse a desenhar com uma esferográfica e, fiquei estupefacto enquanto ele abriu um saco e começou a tirar material de desenho. Um lápis, uma borracha, duas canetas e um marcador. Alguns artistas limitam-se a fazer uns rabiscos com uma esferográfica mas, o Civitelli não se contenta com pouco…

Fabio Civitelli e o seu Tex verdadeiro

Depois de conhecermos o Civitelli descobrimos uma pessoa de alto nível moral.
Heróis como o Civitelli são cada vez mais raros e, só se costumam encontrar nas páginas da BD.

O falso Tex versus o verdadeiro Tex

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

Zé Oliveira, site www.bdportugal.info

11 Comentários

  1. Achei super interessante a idéia do Zé Oliveira e dos dois desenhos do Tex. Tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente no aeroporto.

    Abraços.

  2. Gostei muito de ler “Tex? Que bicho é esse?“.
    Fiquei até surpreso, mas ao mesmo tempo contente. Foi tão simples e bonito, o “aparecimento” do Tex na vida do Sr. Zé Oliveira.
    Mas como alguém já disse “Quando Tex entra no coração de alguém NÃO sai de lá“.
    Um abraço amigo
    Marco Avelar

  3. Muito tocante o depoimento desse senhor José Oliveira. Não o conheço, mas quem aprecia Tex e percebe de cara a nobreza do Civitelli é meu amigo de sempre. Achei linda a frase: “Heróis como Civitelli são cada vez mais raros, e só se costumam encontrar nas páginas da BD.
    Certamente vou usá-la em alguma matéria de Tex.
    Um abraço ao Zé Oliveira e à minha querida Nanda da Holanda.

  4. Concordo em pleno. Eu conheci Tex aos meus 6 anos de idade e desde então nunca deixei de ler as suas aventuras. Então já faz quase 63 anos que sou fã dele…
    😉

    …e de Fabio, claro! As aventuras desenhadas por ele sao aquelas que mais gosto, assim como as de Villa.
    🙂

  5. Parabéns ao Zé Oliveira pelo texto, partilho totalmente das suas palavras sobre o Fabio.

    Abraços,
    Carlos

  6. Como é? Você disse “Ter tantos desenhadores famosos dá definitivamente grande prestígio ao Tex“? Que é isso, é exatamente o contrário, Tex é que dá grande prestígio à eles. Tex é uma instituição, e não precisa de nenhum desenhador famoso para ter prestígio.

  7. Realmente Tex não precisa de nenhum desenhador famoso, Tex vende por si só, pelo que é, e já tem muito prestígio sem precisar de nenhum desses famosos. Os Tex Gigante seriam o que é com ou sem eles.

  8. Obviamente que Tex é uma instituição, mas há que reconhecer que graças à maioria dos desenhadores da série “Tex Gigante“, Tex ficou ainda mais engrandecido e prestigiado, por isso Tex também deve muito aos autores que o desenharam (e vice-versa, obviamente).

    É também por eles (desenhadores dos Tex Gigantes) que Tex tem/teve os melhores desenhadores do mundo pois qual outra personagem consegue ter sido desenhada por desenhadores do calibre de um Buzzelli, de um Giolitti, de um Zaniboni, de um Victor de la Fuente, de um José Ortiz, de um Magnus, de um Jordi Bernet, de um Goran Parlov, de um Alfonso Font, de um Milazzo, de um Colin Wilson, de um Joe Kubert ou de um Manfred Sommer?

    Claro que todos estes nomes ajudaram Tex a ser o mito que hoje é… não podemos ser injustos dizendo que Tex não precisou deles ou que somente Tex deu prestígio a eles… até porque há muitos leitores que somente conheceram Tex depois de lerem um Tex Gigante desenhado por um dos seus desenhadores preferidos (Kubert, Font, Ortiz, Magnus, De La Fuente, Colin Wilson, etc.) e só depois de serem cativados por essa história se tornaram leitores de Tex… além disso, muito do que Tex é hoje também deve a esta série dos Tex Gigantes que já existe há quase 25 anos e quase sempre desenhada por grandes nomes da BD mundial, muitos deles somente depois da história publicada no Tex Gigante é que passaram a ser desenhadores oficiais de Tex como por exemplo os espanhóis Ortiz, De La Fuente, Font ou Sommer…

  9. Adorei este depoimento, e a parte “parecia disposto a fazer o desenho em qualquer sítio, mesmo que fosse na cama de um faquir“, é mesmo isso!!! Que pessoa extraordinária, em prol dos fãs.

  10. O entusiasmo e a admiração patentes nas palavras do Zé Oliveira são de um genuíno fã… encantado com um autor que, logo à chegada, lhe satisfez o primeiro desejo (pondo Tex a dialogar com um curioso “sósia”).
    Temos de reconhecer que Civitelli é um caso à parte, pelas suas qualidades pessoais e pelo jeito de comunicar com os leitores, sempre com um sorriso caloroso e afável e sem recusar nenhum pedido, como se efectivamente tivesse artes de “faquir” e fosse insensível ao cansaço e à rotina, desenhando infatigável e primorosamente, mesmo numa mesa de café!
    Tem razão o Zé Oliveira quando chama herói ao Civitelli… porque ele, tal como Tex, pertence a um mundo muito especial, onde a aventura e o sonho, a fantasia e a arte, a amizade e a generosidade, andam de mãos dadas!

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