TEX ANO POR ANO

Por Saverio Ceri

O mítico primeiro número de Tex Albo d’Oro – capa de Aurelio Galleppini

Nos nossos “relatórios” anuais dos números bonellianos, citamos por vezes resultados passados de vários autores e de várias personagens da editora da  Via Buonarroti, em Milão. Dado o bom apreciamento por parte dos nossos leitores destes resumos numéricos pensamos em fazer uma coisa que certamente agradará todos os texianos que nos visitam: a lista de todos os autores que ano após ano são publicados, ou seja num certo sentido os mais prolíficos, sejam eles os escritores ou os desenhadores. Reiteramos, apesar de crer que não haja necessidade, que se tratam de classificações de quantidade e não de qualidade.

Estes números referem-se a Tex, que não é somente o herói mais veterano da editora italiana, mas sobretudo o mais vendido até hoje, sendo inclusive o protagonista de uma histórica série quinzenal publicada entre  1952 e 1960 que tinha como título o nome Albo d’Oro, que continuou uma série ainda mais antiga Albo d’Oro Audace iniciada em 1943, uma das primeiras séries da actual Sergio Bonelli Editore que daqui a poucos dias festejará o seu 75° aniversário já que o primeiro exemplar de Audace editado pela família Bonelli trazia a data de 18 de Janeiro de 1941.

Arte original de Claudio Villa para a capa do Tex Magazine

Assim sendo, mostramos de seguida ano por ano, a quantidade de páginas publicadas, seus autores e quantidade de páginas dos escritores e dos desenhadores mais publicados. Os números decimais devem-se ao facto de que nas duas primeiras décadas as aventuras do Ranger foram publicadas no formato striscia (talão de cheques), correspondente a um terço mas actuais páginas que são a unidade de medida das nossas classificações.

Ano Páginas   Escritores Páginas   Desenhadores Páginas
1948 149,33   Bonelli G.L. 149,33   Galep 149,33
               
1949 533,33   Bonelli G.L. 533,33   Galep 533,33
               
1950 554,67   Bonelli G.L. 554,67   Galep 496
               
1951 544   Bonelli G.L. 544   Galep 480
               
1952 565,33   Bonelli G.L. 565,33   Galep 565,33
               
1953 554,67   Bonelli G.L. 554,67   Galep 437,33
               
1954 554,67   Bonelli G.L. 554,67   Galep 320
               
1955 554,67   Bonelli G.L. 554,67   Galep 490,67
               
1956 565,33   Bonelli G.L. 565,33   Galep 517,33
               
1957 554,67   Bonelli G.L. 554,67   Galep 448
               
1958 554,67   Bonelli G.L. 554,67   Galep 498,67
               
1959 565,33   Bonelli G.L. 565,33   Galep 397,33
               
1960 554,67   Bonelli G.L. 554,67   Galep 490,67
               
1961 554,67   Bonelli G.L. 554,67   Galep 504
               
1962 554,67   Bonelli G.L. 554,67   Galep 464
               
1963 554,67   Bonelli G.L. 554,67   Galep 506,67
               
1964 963   Bonelli G.L. 963   Galep 554,33
               
1965 1387   Bonelli G.L. 1387   Galep 783,67
               
1966 1387,3   Bonelli G.L. 1387,3   Galep 666,67
               
1967 613,67   Bonelli G.L. 613,67   Galep 293,33
               
1968 283,33   Bonelli G.L. 283,33   Galep 144
               
1969 1320   Bonelli G.L. 1320   Galep 526
               
1970 1320   Bonelli G.L. 1320   Letteri 590
               
1971 1320   Bonelli G.L. 1320   Galep 412
               
1972 1320   Bonelli G.L. 1320   Nicolò 511
               
1973 1320   Bonelli G.L. 1320   Letteri 320
               
1974 1320   Bonelli G.L. 1320   Nicolò 563
               
1975 1320   Bonelli G.L. 1320   Letteri 372
               
1976 1320   Bonelli G.L. 870   Nicolò 438
               
1977 1320   Bonelli G.L. 815   Fusco 358
               
1978 1320   Bonelli G.L. 1297   Letteri 330
               
1979 1320   Bonelli G.L. 745   Nicolò 457
               
1980 1320   Bonelli G.L. 989   Fusco 374
               
1981 1320   Nolitta 837   Ticci 330
               
1982 1320   Bonelli G.L. 943   Nicolò 393
               
1983 1320   Bonelli G.L. 762   Galep 422
               
1984 1320   Nizzi 500   Fusco 402
               
1985 1320   Nizzi 744   Letteri 335
               
1986 1320   Nizzi 1012   Civitelli 287
               
1987 1320   Nizzi 1052   Letteri 434
               
1988 1544   Nizzi 1544   Fusco 312
               
1989 1546   Nizzi 1389   Civitelli 369
               
1990 1544   Nizzi 1544   Ticci 374
               
1991 1882   Nizzi 1434   Letteri 448
               
1992 1544   Nizzi 1544   Fusco 353
               
1993 1544   Nizzi 958   Letteri 586
               
1994 1638   Nizzi 636   Marcello 330
               
1995 1633   Nizzi 1031   Letteri 366
               
1996 1862   Nizzi 1463   Marcello 317
               
1997 1995   Boselli 862   Marcello 492
               
1998 1638   Nizzi 921   Ortiz 330
               
1999 1915   Boselli 980   Marcello 508
               
2000 1995   Nizzi 1104   Repetto 345
               
2001 1970   Nizzi 1214   Ticci 330
    Fusco 330
               
2002 2005   Nizzi 1565   Repetto 645
               
2003 1980   Nizzi 1768   Diso 334
               
2004 1984   Nizzi 994   Ortiz 330
    Font 330
               
2005 1929   Nizzi 1434   Fusco 330
               
2006 1980   Nizzi 1540   Ortiz 330
               
2007 1980   Nizzi 1210   Diso 326
               
2008 1980   Boselli 990   Cossu 326
               
2009 1972   Boselli 664   Ortiz 318
               
2010 1980   Boselli 884   Font 330
               
2011 2340   Boselli 1150   Ginostatis 330
               
2012 2132   Faraci 868   Seijas 330
               
2013 2258   Boselli 1722   Fernandez 316
               
2014 2276   Boselli 1072   Diso 334
               
2015 2342   Boselli 848   Font 330

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Na classificação estão assinalados a vermelho os melhores resultados de todos os tempos. Descobre-se assim que o ano passado é o mais rico de sempre em relação ao número de páginas de Águia da Noite publicadas; que Claudio Nizzi detém o record de páginas publicadas num único ano entre os escritores de Tex com exactas 1768 páginas assinadas em 2003, enquanto entre os desenhadores é Aurelio Galleppini, co-criador da personagem a conseguir o record em 1965, com 2351 tiras (correspondentes a 783,67 páginas actuais ).

G.L. Bonelli (desenhado por Sergio Tarquinio)

Usamos uma cor diferente para cada autor para evidenciar melhor os vários períodos “criativos” de Tex; especialmente entre os escritores vê-se bem como o leme da série esteve firmemente na mão do seu criador G.L. Bonelli até 1983, passando depois, por cerca de um quarto de século, para as confiantes e prolíficas mãos de Claudio Nizzi que o cedeu em 2008 às igualmente seguras mãos de Mauro Boselli.

Inevitavelmente menos linear a sucessão ao lugar mais alto do pódio entre os desenhadores. Se até ao final dos anos sessenta um desenhador, neste caso Aurelio Galleppini, podia realizar praticamente sozinho uma série de sucesso como Tex, com a multiplicação das páginas inéditas a publicar anualmente, era urgente constituir um verdadeiro staff de ilustradores. Os primeiros a assumir a liderança dos desenhadores foram Letteri, Nicolò, Fusco e Ticci, que por quinze anos se evidenciaram no comando; depois a equipa foi ampliada até se constituir num staff moderno composto por talentos italianos e internacionais, estes últimos vencedores em doze ocasiões ao longo dos últimos dezoito anos.
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Para clarificar ainda mais o ponto de situação entre os escritores mostramos, aqui do lado esquerdo,uma tabela com os autores que venceram pelo menos um “scudetto” de Tex, pela ordem de número de sucessos anuais obtidos.
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Continuando na metáfora futebolística, apenas podem costurar na sua própria camisola as estrelas que indicam 10 anos de sucessos somente Bonelli pai e Nizzi. A Mauro Boselli falta uma vitória para alcançar a estrela. Curiosamente Nolitta que tantas páginas dedicou ao Ranger conseguiu ser o escritor mais produtivo num único ano, enquanto Nizzi embora tendo vencido “apenas” em  22 ocasiões, escreveu quase o mesmo número de páginas texianas do que o mítico G.L. Bonelli que conseguiu 35 das safras.
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Segue-se, do lado direito, a lista dos desenhadores que venceram pelo menos uma vez a classificação dos mais publicados por ano.
Duas estrelas para Aurelio Galleppini, que praticamente nunca será alcançado, tendo em conta o quanto é difícil hoje em dia destacar-se na classificação dos desenhadores. O último a vencer dois anos consecutivos foi Marcello, há mais de vinte anos, enquanto autores históricos como Ticci, ou veteranos como Font o Diso, os mais adiantados na classificação, entre aqueles ainda em actividade, apenas se impuseram em três anos.
 
E encerramos aqui este primeiro capítulo deste novo ano dedicado aos números de Tex! Bom 2016 a todos os nossos leitores!
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Saverio Ceri

Material apresentado no blogue Dime Web em 01/01/2016; Tradução e adaptação (com a devida autorização): José Carlos Francisco.
Copyright: © 2016, Saverio Ceri

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

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