João Amaral, confesso fã e coleccionador do Tex e ilustre sócio do Clube Tex Portugal, é um dos mais prestigiados autores portugueses de Banda Desenhada e é um frequentador assíduo desde o primeiro momento das Mostras do Clube Tex que se realizam anualmente, desde 2014, na cidade bairradina de Anadia, e é precisamente no decurso da 7ª Mostra que se realiza no Museu do Vinho Bairrada nos dias 30 de Abril e 1 de Maio, que o consagrado autor vai efectuar o lançamento nacional da sua mais recente obra: Rattlesnake, um western com o selo da editora Escorpião Azul.
O seu nome ninguém o sabe. Ela é apenas uma mulher conhecida pela alcunha de “rattlesnake” (cobra cascavel) pelo estranho assobio que faz ecoar às suas vítimas, pouco antes de morrerem às suas mãos. Da sua personalidade, aparentemente algo distante, também pouco se sabe. No entanto, provavelmente devido a algo que ficou escondido lá atrás no passado, ela denota um profundo senso de justiça. Sempre pronta para defender os que não têm voz, tem a noção de que vive num mundo onde a ambição e a ganância ditam implacavelmente a lei do mais forte. É então contra esse estado de coisas que age, utilizando algumas vezes métodos pouco ortodoxos, para, no fim, voltar a seguir apenas o seu solitário caminho, rumo ao sol que se ergue e se põe todos os dias para lá do horizonte…
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João Amaral estreia-se em 1994, com Rui Carlos Cunha, pelas Edições ASA, numa adaptação para banda desenhada de A Voz dos Deuses, de João Aguiar. Colabora nas Selecções BD – 2ª Série, entre 1999 e 2000, com O Que Há de Novo no Império? e O Fim da Linha, um remake de O Comboio Apitou Três Vezes, de Fred Zinneman, passado numa aldeia portuguesa durante a viragem do milénio. Ganha uma menção no Festival da Sobreda, em 2002, na categoria de Novos Valores, com Game Over. Em 2003, é um dos autores que participa no álbum Vasco Granja: Uma Vida, Mil Imagens, com Missão Quase Impossível, elaborada com o argumentista Jorge Magalhães. A mesma dupla fará Ok Corral, uma história de quatro páginas (assinando com os pseudónimos de Jhion e Zhion). Nos anos seguintes, publica História de Manteigas, Bernardo Santareno: Fragmentos de uma Vida Breve e História de Fornos de Algodres, pela Âncora Editora.
Durante dois anos, colabora no jornal Cruz Alta, com Isabel Afonso, em O Gui, a Nô… e Os Outros, sob o pseudónimo de Joca. Em 2012, novamente pelas edições ASA, assinando como Jhion, lança com Miguel Peres o álbum Cinzas da Revolta, passado em Angola nos primeiros anos da guerra colonial. Em 2014, publica pela Porto Editora a adaptação para banda desenhada do romance homónimo de José Saramago A Viagem do Elefante. Já em 2017 lança, sob a chancela das Edições Esgotadas, Museu Nacional Grão Vasco: 1916-2016 – Em Busca da Arte Perdida, um livro que narra os vários episódios que formam a história do museu ao longo de cem anos. Em 2019, a propósito dos 25 anos do lançamento de A Voz dos Deuses, publicou uma nova edição desta obra pela editora Arcádia, desta vez mais consentânea com o original, ou seja a preto e branco. Pelo meio, colaborou também em ações publicitárias, com a revista A Rua Sésamo, fez postais de felicitações e ilustrações para livros, desde romances a manuais escolares. No seu blogue, entre inéditos que mostra, assinou desde 2010 (e durante vários anos), como Joca, a tira Fred & Companhia. Por fim, em 2013 ganhou, no Festival Internacional de Banda Desenhada de Viseu, o troféu Animarte pelo conjunto da sua obra.
