Por José Carlos Francisco e Mário João Marques
Hoje no blogue do Tex divulgamos a capa, da autoria de Claudio Villa, de Tex #547, com lançamento previsto para 25 de Maio, cujo título é “O resgate de Slade” (no original: Tex nº 647, “Il ricatto di Slade”, de Setembro de 2014) e que contém a primeira parte de uma história escrita por Tito Faraci e desenhada por Giovanni Bruzzo.
De certa forma, alguns leitores receberão uma nova história de Tex escrita por Tito Faraci com algum receio, conhecendo de antemão a qualidade dos seus recentes trabalhos na série. Já o sublinhámos noutras ocasiões, apesar dos seus argumentos partirem de boas ideias, o posterior desenvolvimento privilegia a construção de cenas de acção capazes de criar um certo impacto junto do leitor, em detrimento de uma maior espessura e densidade de personagens e situações ou de diálogos mais elaborados. Numa primeira abordagem, O resgate de Slade parece levar o leitor a concluir que pouco ou nada mudou, mas apesar de se manterem as principais características que o autor vem evidenciando, esta aventura encerra algumas qualidades que importa sublinhar.
O bando de Tom Slade dedica-se a assaltar e a roubar, não hesitando em matar quando é necessário não deixar rasto. Durante um assalto a uma diligência, o bando depara-se com um cofre que parece conter algo mais do que uns quantos dólares, algo muito importante e que não pode ser revelado sob pena de comprometer alguém poderoso. Algo tão importante que leve Madison, um governador local, a auxiliar Tom Slade a evadir-se da penitenciária onde se encontrava a cumprir pena, depois de entretanto ter sido capturado por Tex e Carson. Os dois rangers desconfiam de todos estes acontecimentos e acabam por ir no encalço de Tom Slade.
Giovanni Bruzzo trabalhou na SBE para Mister No e Brad Barron, antes de chegar a Tex, assinando agora a sua segunda aventura na série. É notória a evolução do desenhador relativamente ao seu trabalho anterior em O Homem de Baltimore (Tex #493 e #494), também escrita por Faraci, onde já nos tinha deixado boa impressão. Bruzzo tem um estilo clássico, muito elaborado e com grande atenção na composição da fisionomia das personagens.
Se estas duas aventuras texianas têm vindo a revelar um desenhador dotado e com um estilo muito próprio, o seu Tex parece ainda muito decalcado do modelo ticciano. Numa primeira fase parece-nos ser uma estratégia natural e adoptada por quase todos os desenhadores da série. Quando Bruzzo firmar a sua própria personalidade e definir claramente o seu Tex, acredito estarmos em presença de um grande desenhador da série.
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Na estréia de Bruzzo eu gostei, vamos ver nessa história se a evolução continua ou ficou na mesma. O rosto de Tex ainda me parecia que ele estava inseguro. Na história passada Kit esteve muito bem graficamente. Vamos aguardar…