Na edição italiana Tex Nuova Ristampa nº 223, datada de 15 de Janeiro de 2009, o editor italiano de Tex e responsável pela editora com o seu nome, Sergio Bonelli, dedica um novo editorial de Tex a Portugal.
Desta vez para falar das comemorações do sexagésimo aniversário de Tex ocorridas em Portugal, com realce para a presença da sua personagem no XIX FIBDA com a exposição “60 ANOS DE TEX” que contou com a presença dos desenhadores Fabio Civitelli e Marco Bianchini e onde estiveram expostas pela primeira vez num país fora da Itália, pranchas originais de Tex e ainda pelo amplo espaço dado pelo BDJornal, sobretudo devido ao dossier sobre o western na BD que traz uma série de artigos que comemoram condignamente os 60 anos do Ranger da Editora Bonelli.
É mais uma prova inequívoca da importância (e do carinho) que Sergio Bonelli, dá à presença de Tex em solo português, mesmo sendo Portugal um país onde Tex não é editado, como o próprio editor italiano faz referência uma vez mais no seu texto, que damos a conhecer (na nossa língua) abaixo a todos os interessados:
“Caros amigos,
por mais de uma vez, nesta mesma página vocês leram os meus lamentosos comentários sobre o total desinteresse que, de há alguns anos, os editores (e os leitores) de toda a Europa reservam às nossas séries, caracterizadas pelo “velho” tradicional, preto e branco. Desta vez, porém, não tenho motivos para lamentar-me: um país, Portugal, com efeito tributou uma lisonjeira homenagem aos 60 anos de Tex Willer (testemunhado pelo simpático pin que vos mostro no alto à direita) por meio de uma mostra de desenhos originais expostos por ocasião da mais prestigiosa manifestação nacional, o Festival da Amadora – centro habitacional a poucos quilómetros da capital Lisboa – ocorrida na primeira semana de Novembro.
Hóspedes de honra, o incansável Fabio Civitelli, de Arezzo, precioso embaixador no exterior da nossa Editora, e o seu concidadão e colega Marco Bianchini, que não se deixaram impressionar pela difícil situação dos transportes aéreos no nosso país e foram acolhidos com grande afecto por um público simpático e bem informado.
Como se não bastasse, a mais difundida revista de “bandas desenhadas” (assim se denominam naquelas paragens os fumetti) dedicou páginas e páginas à figura de Bonelli pai, à evocação de toda a história da nossa Editora e à edição de uma breve história minha, assinada com o pseudónimo de Guido Nolitta, intitulada “Uma tarde quente”, e desenhada magnificamente por Giovanni Ticci. Verdadeiramente uma bela emoção, deixem-me confessar-lhes!
E dizer que os aficionados “texianos” portugueses não podem sequer contar (como já lhes disse há algum tempo atrás) com uma edição nacional, mas devem “contentar-se” com os exemplares enviados pela editora brasileira Mythos de São Paulo.
O tom todo italiano que caracteriza este número da revista (podem ver aqui abaixo a capa) é reforçado pela entrevista com o ilustrador brasileiro, Wilson Vieira, que, embora tenha desembarcado em Génova como emigrante “faz tudo” acabou encontrando uma inesperada oportunidade como desenhador de banda desenhada no estúdio Staff di IF de Gianni Bono; talvez algum de vós se recorde ainda de alguma página sua realizada para o Piccolo Ranger.
Inútil dizer que por detrás desta exaltação bonelliana esconde-se, uma vez mais, a figura do nosso amigo português José Carlos Pereira – afectuosamente chamado Zeca – apaixonado coleccionista e um experiente crítico de toda a produção da Editora Bonelli.
Muito obrigado, caro Zeca!
Sergio Bonelli“
(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)
Obrigado caro Zeca e obrigado também ao caro Bonelli, por mencionarem o meu nome, como um dos desenhistas do personagem Il Piccolo Ranger, o qual desenhei ao seu tempo com muito prazer. Um forte abraço para ambos.
Wilson
Um editorial histórico para Portugal! Parabéns a todos os que o tornaram possível. Um abraço. Orlando Santos Silva