AUTORES DE BANDA DESENHADA
GIANCARLO BERARDI
Giancarlo Berardi nasceu em Génova, a 15/7/49. Depois de algumas experiências como autor e actor de Teatro amador, além de cantor, tem os primeiros contactos com a Banda Desenhada, quando andava na Universidade. As suas primeiras colaborações são publicadas nas revistas “Horror” e “Sorry“. O seu encontro com Ivo Milazzo em 1971 é a mola impulsionadora do génio do escritor. “Tarzan”, “Gato” e “Diabolik” serão algumas das personagens para as quais criará argumentos, pouco a pouco.
Em 1974, junto com Milazzo, dá vida à personagem “Ken Parker“, ainda com uma única aventura. Dois anos depois cria o indiozínho “Tiki” para a revista “Il Giornalino” e escreve o conto “Terra Maledetta“, para o desenhador Antonio Canale. Em 1977 é o ano das grandes criações, com a continuação da série “Ken Parker” e “Welcome to Springville“, para o desenhador Ivo Milazzo para a primeira série e de novo para este artista e também para Renzo Calegari, para a segunda série. Com Milazzo produz “L’Uomo Delle Filippine“, as séries “Marvin il Detective” e “Tom’s Bar” e, em 1989 cria a sua Editora Parker.
Entretanto resolve escrever mais guiões para outras histórias dispersas, incluindo “Oklahoma!“, para a série “Tex“, desenhada por Letteri. Alguns argumentos de “Nick Raider” são também seus. A partir de 1998, escreve os argumentos de “Julia“, uma criminologista.
IVO MILAZZO
Natural de Tortona, onde nasceu em 20 de Junho de 1947, desde a infância Milazzo vive e trabalha na cidade de Génova.
Depois de concluir o curso secundário e prestar serviço militar como oficial do exército, no início dos anos 70, durante os seus estudos superiores conhece Giancarlo Berardi, com quem consolida uma profunda amizade e também uma sólida e profícua parceria profissional, a partir de 1971, quando ambos escrevem e desenham algumas aventuras de “Tarzan” para o mercado francês. Em seguida colabora na revistas “Horror“, desenha ainda duas histórias de “Diabolik” e outras quatro, com personagens de Walt Disney.
Depois é a vez de “Ken Parker” (1974) e de outras personagens que se seguirão:
“Tiki” (1975), “Welcome to Springville” (1977), além de “Ken Parker” já com revista própria, “Marvin” (1978), um ex-actor do Cinema mudo que passa a ser detective privado, nos anos 30 em Hollywood, “Tom’s Bar“, “O’Henry“, “Nick Raider“, etc., e de novo histórias de “Ken Parker“, depois da série “Giuli Bai & Co.“. Desenha uma história de “Tex” (Sangue no Colorado). Ultimamente tem-se dedicado a desenhar uma nova série chamada “Magico Vento“.
DAN SPIEGLE
Dan Spiegle, como outros artistas, tinha 6 anos de idade, quando começou a desenhar, para tentar fugir à rotina dos estudos.
Depois esteve três anos na Marinha, durante a Guerra, onde pintava insígnias nos aviões e desenhava “cartoons” para o jornal da base. Em 1946 é desmobilizado e ingressa então no Instituto de Artes de Los Angeles. Começou a desenhar cavalos e sempre desejou ser um artista ligado ao “western“.
Dan Spiegle nasceu a 10 de Dezembro de 1920.
A primeira prancha dominical de “Hopalong Cassidy” seria publicada no dia 30 de Abril de 1950 e a última a l de Janeiro de 1956. Quanto às tiras, começaram mais cedo, em 1949, tendo desaparecido em 1955.
Depois de “Hopalong Cassidy“, Spiegle tentou oferecer outra série, “Pen & Chris“, que apresentava aventuras de piratas, mas sem sucesso. Volta-se então para os “comic-books” e começa a desenhar “Roy Rogers“. Em 1958 é a vez da série “Maverik“, adaptado da televisão, que terminaria em 1962, depois de ter alcançado alguma aceitação.
Mais tarde a sua carreira apresenta-se com muitas irregularidades, numa tentativa de sobrevivência. Ocupa-se de tudo o que lhe aparece e, lentamente, um artista de craveira transforma-se numa sombra daquilo que era.
Indicam-se alguns dos seus trabalhos:
“Lawman” (11 revistas de 1958 a 1962) e “Sea Hunt” (13 revistas de 1958 a 1962). Desenha igualmente “Shotgun Siade” e “Johnny Ringo” para a Dell, na revista “Four Colour“. A seguir deixa o “western” e dedica-se à ficção-científíca: “Space Family Robinson” (37 revistas de 1962 a 1969) e “Magnus Robot Fighter” (46 revistas de 1963 a 1977).
Quando Russ Manning deixa a Dell em 1967, para desenhar “Tarzan“, será Spiegle a ocupar-se de “Korak, Son of Tarzan” (algumas das suas aventuras seriam publicadas em Portugal, através de APR, na revista com o mesmo nome).
Durante esse período, desenhará também numerosas adaptações dos filmes de Walt Disney, para o formato de “comic-book“. Em 1981 Spiegle volta ao “western“, desenhando a personagem da DC, “Bat Lash“, uma série de humor criada em 1968 por Nick Cardy, com textos de Sergio Aragones. É o princípio do fim…
CLARENCE EDWARD MULFORD
Nos primeiros anos deste Século, um jovem escriturário, em Brooklyn, Nova Iorque, resolveu escrever um conjunto de obras sobre o Oeste, que foram publicadas no “Outing Magazine“. O jovem escritor chamava-se Clarence Edward Mulford. Essas histórias foram mais tarde recuperadas e publicadas em livro, em 1907. O conhecimento que Mulford tinha do Oeste era nulo. Só depois de 1924 e quando a sua principal personagem já era conhecida como “Hopalong Cassidy“, é que visita a região que descrevia nos seus textos. Sem ligar ao contexto histórico, escreveu uma série de histórias onde “Hopalong“, um cavaleiro sem igual, que mascava tabaco e matava a torto e a direito, vivia as suas aventuras. A fórmula pegou e venderam-se mais de um milhão dessas histórias.
O “Hopalong Cassidy” de Mulford não tem a mínima semelhança visual com a mesma personagem, interpretada no Cinema e para a televisão pelo actor William Boyd. O primeiro tinha 25 anos e era ruivo. O segundo era um homem de mais idade, elegante e só disparava em último recurso, como mandam as normas. O sucesso literário de Mulford foi, ironicamente eclipsado, pelo êxito da própria personagem, encarnada pelo artista William Boyd. Nas adaptações para o Cinema desapareceram as mortes por vingança, as bebedeiras e as lutas constantes, sendo substituídas pelo estilo muito próprio dos “heróis-vaqueiros” dos filmes dessa época. William Boyd vestia de preto, montava um cavalo branco e portava-se à altura de uma personagem mais sóbria e convincente.
Desiludido com o tratamento que deram à sua personagem, Mulford vendeu todos os direitos de “Hopalong Cassidy” e partiu para a sua Quinta no Maine. Quando o interesse pelos filmes desta personagem se esgotou, a televisão resolveria lançá-lo em 66 episódios, que se tornariam num êxito total, com a consequente venda de vários produtos de Marketing. O sucesso na televisão de “Hopalong Cassidy” não levaria à reedição dos livros de Mulford, mas sim ao lançamento de “comic-books” com as suas aventuras. Mais tarde William Boyd, mais velho, aparecia igualmente a viver as suas aventuras com o seu próprio nome, como se vivesse quer as suas aventuras quer as de “Hopalong Cassidy“, Mulford morreu em 1958. Com ele desapareceriam igualmente as histórias da sua personagem.
JOSE LUIS SALINAS
Jose Luis Salinas é considerado, justamente, como um dos grandes mestres da Banda Desenhada argentina em particular, e do mundo em geral. Autodidacta, mas dotado de um grande talento, ele seria influenciado por Harold Foster, na execução dos seus primeiros traços. No entanto, desde o início, ele teria já um estilo muito próprio e de grande impacto visual.
Nascido em 11 de Fevereiro de 1908, em Buenos Aires, irá morrer na mesma cidade, devido a uma crise cardíaca, a 10 de Janeiro de 1985.
Depois de uma breve passagem pela Banda Desenhada, em 1929 resolve, apesar disso, dedicar-se à Publicidade. Mas em 1936 encontramo-lo de novo na Banda Desenhada, ao criar a personagem “Hernan el Corsario” para a revista “Patoruzu“. Com este sucesso, vamos reencontrá-lo dois anos depois a adaptar alguns romances da Literatura. Em 1945 dedica-se à BD humorística com “Ellos“, ao retomar esta série com o pseudónimo de Joseph Louis. Em 1949 vai aos Estados Unidos da América, para apresentar os seus trabalhos à King Features Syndicate. Será então contratado para desenhar “Cisco Kid” de 1950 a 1968.
De 1968 a 1974 Jose Luis Salinas dedica-se à pintura, ao mesmo tempo que em paralelo e a partir de 8 de Janeiro de 1973, cria a série “Gunner“, com textos de Alfredo J. Grassi. Depois de executar oito episódios desta série, abandona-a às mãos de Lucho Olivera, de 5/5/75 a 31/8/81, altura em que a mesma termina. Cego, viria a morrer em 1985. Teve um filho em 1933, chamado Alberto Salinas, que também trabalhou na Banda Desenhada. Recordamos “A Moira, A Escrava de Roma“, publicada no “Jornal do Cuto” e mais tarde toda recuperada numa pequena brochura, por Manuel Caldas.
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