ESTATÍSTICAS BONELLIANAS – 2011

ESTATÍSTICAS BONELLIANAS – 2011

Por Saverio Ceri

O 2011 bonelliano preanunciava-se como um ano de records e de festejos pelos 50 anos de Zagor, os 25 anos de Dylan Dog e os 20 ano de Nathan Never: e assim foi. De modo totalmente inesperado foi infelizmente também o último ano da editora sob a orientação de Sergio Bonelli. O próprio Sergio, com os seus colaboradores, tinha já traçado no entanto as linhas para o futuro: novas séries regulares, pelo menos uma mini-série a cores, e outras novas iniciativas editoriais anormais para os padrões da editora. Os frutos desta planificação vê-lo-emos a partir de 2012, no entretanto vamos dar uma olhada aos números do ano que está a findar.

As páginas inéditas publicadas este ano foram 17.789; 1.090 a menos comparativamente com o ano passado ou em percentagem menos 5,8% em relação a 2010. Na longa história da editora italiana este é todavia apenas o 11° melhor resultado anual. O melhor ano ainda é o de 2001 com quase vinte mil páginas. O ano que acaba de terminar  pode seguramente ser considerado o ano mais “colorido” da editora desde os tempos de Orient Express: 726 foram de facto as páginas a cores publicadas nestes últimos 12 meses. Os volumes necessários para publicar estas quase dezoito mil páginas foram 137; treze a menos em relação ao ano anterior. A média de páginas por volume aumentou das 125,86 páginas de 2010 às 129,84 de 2011 (+3,17%), batendo o record anterior (2007) de 128,96 páginas por volume. A tendência parece assim ser a de produzir volumes mais encorpados e coloridos; com efeito as 160 páginas do “Color Tex 1” representam um record: é o volume a cores publicado pela Bonelli com mais páginas.

ARGUMENTISTAS

Este ano foram 49 os argumentistas empenhados com os volumes bonellianos; 8 a mais do que em 2010, a somente três unidades do valor absoluto. Eis a classificação por páginas publicadas:

Boselli 2.216 páginas
2° Vietti 1.632
3° Ruju 1.444
4° Berardi 803
5° Burattini 796
6° Mignacco 788
7° Manfredi 726
8° Chiaverotti 724
9° Vigna 668
10° Faraci 489
11° Marzano 470
12° Morales 462
13° Nizzi 444
14° Calza 441
15° Recagno 436
16° Perniola 410
17° Gualdoni 362
17° Mantero 362
19° Cajelli 329
20° Segura 302
21° Simeoni 301
22° Castelli 296
23° Rigamonti 281
24° Piani 263
25° Enoch 250
26° Barbato 220
27° Paolucci 188
27° Rauch 188
27° Di Gregorio 188
30° De Nardo 160
31° Ambrosini 94
31° Falco 94
31° Bilotta 94
31° Cavaletto 94
31° Crippa 94
31° Eccher 94
31° Recchioni 94
38° Sammartino 81
39° Medda 72
40° Artusi 47
40° Lombardo 47
40° Raule 47
43° Serra 38
44° Accattino 32
44° Badino 32
44° Caccivio 32
44° Porretto/Mericone 32
44° Vinci 32

Mauro Boselli “vence” pela oitava vez, obtendo o melhor resultado dos últimos 10 anos e o melhor resultado anual de toda a história da editora Bonelli; praticamente mais de 6 páginas por dia, domingos incluídos. No segundo posto Stefano Vietti, graças ao seu melhor resultado anual de sempre. Cai, por causa do programado final de Cassidy, do primeiro para o terceiro degrau do pódio Pasquale Ruju. Luigi Mignacco destaca-se por ter emprestado o seu trabalho a quatro personagens diversas: Zagor, Dylan Dog, Dampyr e Martin Mystère.

Quase imutáveis os nomes do Top Ten: 9 em 10 confirmam-se, a única entrada nova é Vigna (em 2010, décimo quinto) que substitui Morales. Boselli está pelo 18° ano consecutivo entre os primeiros dez. Boa performance igualmente para Manfredi, que se mantém pelo 16° ano consecutivo também no Top Ten.

Castelli está no seu 35° ano de ininterrupta publicação, seguido por Nizzi no 31° ano sem jamais faltar nesta classificação e Mignacco no 25° ano. Segue-se Vigna com presença assídua nos últimos 24 anos, Chiaverotti (23), Boselli (22) e Burattini (21).

Dez são os argumentistas estreantes em edições da editora Bonelli em 2011, mas apenas em duas séries; para Dampyr: Crippa, Eccher, Artusi, Lombardo e Raule; para Dylan Dog: Badino, Caccivio, Porretto/Mericone e Vinci. Dois destes dez não são de todo estreias na editora, visto que já se tinham aventurado como desenhadores para a editora da Via Buonarroti.

DESENHADORES

A brigada dos pincéis foi composta por 119 desenhadores, empenhados em 2011 a transformar em imagens as quase dezoito mil páginas concebidas pelos argumentistas; dez a menos em relação ao ano passado. Eis a classificação por ordem de páginas publicadas:

Roi 724 páginas
2° Mangiantini 602
3° Bonazzi 542
4° Rubini 408
5° Andreucci 376
6° Torricelli 338
7° Simeoni G. 333
8° Ginostatis 330
9° Montanari & Grassani 314
10° Ortiz 302
11° Piccinelli 289
12° Di Vitto 286
13° Piccatto 282
14° Baggi 254
14° Brindisi 254
14° Rotundo 254
17° Michelazzo 252
17° Piccoli 252
19° Diso 251
20° Enoch 250
21° Giardo 248
22° Venturi W. 238
23° Gomez 224
23° Seijas 224
25° Busticchi-Paesani 222
26° Rossi R. 220
26° Ticci 220
28° Casertano 188
28° Chiarolla 188
28° Cossu 188
28° Olivares 188
28° Pesce 188
28° Russo F. 188
28° Siniscalchi 188
28° Stano 188
28° Toffanetti 188
28° Valdambrini 188
38° Mandanici 170
38° Vercelli 170
40° Rossi M. 168
41° Giez 160
42° Camagni 154
42° Esposito Bros. 154
42° Grimaldi 154
42° Ongaro P. 154
42° Romanini 154
47° Leomacs 151
48° Mari 138
49° De Angelis 132
50° Torti 128
51° Airaghi 126
51° Boraley 126
51° Enio 126
51° Marinetti 126
51° Piccioni 126
51° Spadoni 126
51° Zaghi 126
51° Zuccheri 126
59° Corbetta 124
60° De Biase 113
60° Rizzato 113
62° Antinori 110
62° Danubio 110
62° Pittaluga 110
65° Casini 95
66° Ambrosini 94
66° Armitano 94
66° Barletta 94
66° Bartolini 94
66° Biglia 94
66° Borgioli 94
66° Cavenago 94
66° Della Monica 94
66° Dotti 94
66° Ferri 94
66° Fortunato 94
66° Freghieri 94
66° Furnò 94
66° Gramaccioni 94
66° Gregorini 94
66° Jacomelli 94
66° Lozzi 94
66° Maroto 94
66° Nespolino 94
66° Piccininno 94
66° Pugliese 94
66° Raimondo 94
66° Santucci 94
66° Saudelli 94
66° Scibilia 94
66° Spada 94
66° Viglioglia 94
94° JannÌ 89
95° Perconti 81
96° Denna 79
97° Bormida 77
97° De Cubellis 77
97° Morales 77
100° Barbati 47
100° Calcaterra 47
100° Casalanguida 47
100° Oskar 47
104° Resinanti 46,5
104° Vicari 46,5
106° Arduini 33
107° Alessandrini 32
107° Di Gennaro 32
107° Romeo 32
107° Vinci 32
111° Bianchini 24
111° Dall’Agnol 24
113° Filippucci 20
113° Orlandi 20
115° Sforza 8

Vence pela primeira vez, graças ao novo Maxi Dylan invernal, Corrado Roi que este ano estabeleceu também o seu record pessoal, quase dobrando a sua precedente melhor performance que era de 388,5 páginas, que lhe tinha valido o terceiro posto em 1989. Este de Roi é o décimo melhor resultado anual de todos os tempos na editora Bonelli; desde 1999, quando se impôs Marcello com 790 páginas, que não eram publicadas num único ano mais de setecentas páginas de apenas um desenhador.

Record também para Marcello Mangiantini, que até este ano tinha um record pessoal de 254 páginas (2009), Germano Bonazzi, cuja melhor marca era de 378 páginas (1998), Rubini, Andreucci e, obviamente, Ginostatis, somente para ficarmos nos 10 primeiros. A propósito de Top Ten: ao contrário da classificação dos argumentistas, nesta lista não há ninguém que tenha conseguido repetí-la a um ano de distância. Interrompe-se assim a sequência positiva de Di Clemente, presente entre os primeiros dez nos anteriores quatro anos consecutivos. Fazem por sua vez a estreia no Top Ten, Mangiantini e o estreante Ginostatis. Os veteranos são por sua vez Ortiz e Roi ambos com a sétima presença consecutiva entre os mais prolíficos do ano.

O record de presenças consecutivas nesta classificação pertence a Freghieri com o 27° ano de publicação ininterrupta, seguido por Montanari&Grassani com 26 anos, Piccatto com 25 e Brindisi com 22. Interrompem-se por sua vez as séries positivas de Ramella, que falha esta lista após 23 anos de ininterrupta presença, e de Di Clemente ausente após 14 anos. Assinalamos a título de curiosidade Gallieno Ferri e Giovanni Ticci respectivamente pela 49ª e 43ª presença nesta classificação anual de material publicado.

Os estreantes nos pincéis foram sete mais um: Danubio, Ginostatis e Gomez em Tex, Fortunato e Scibilia em Dampyr, Casalanguida em Natah Never, Sforza em Martin Mystère e Aldo Di Gennaro em Dylan Dog, este último estreou-se como desenhador, mas não é um nome novo na Sergio Bonelli Editore, visto que desde há vários anos ilustra as páginas da série dos Almanaques.

AUTORES DAS CAPAS

Vinte e quatro foram os ilustradores chamados a desenhar as 153 capas inéditas do ano; além dos 137 álbuns das séries regulares há que acrescentar as capas inéditas para as duas séries reeditadas (“grandi ristampe”), para o super book de Dylan Dog e para a edição anexa ao especial de Verão de Martin Mystère.

De Angelis 18 capas
Villa 18
3° Ferri 17
3° Stano 17
5° Riboldi 14
6° Poli 11
7° Soldi 10
8° Alessandrini 9
8° Bertolini 9
10° Rotundo 7
11° Roi 6
12° Mastantuono 3
13° Enoch 2
13° Spadoni 2
13° Zuccheri 2
16° Bonazzi 1
16° Celoni 1
16° Irmãos Cestaro 1
16° Diso 1
16° Filippucci 1
16° Gomez 1
16° Garcia Seijas 1
16° Simeoni G. 1

A dupla VillaDe Angelis volta a figurar no topo desta classificação embora com uma capa a mais comparativamente com o ano de 2010. Para Claudio Villa trata-se da décima quarta vitória, a oitava empatada e a sétima consecutiva. Para De Angelis é a quinta afirmação. Para Spadoni, irmãos Cestaro, Gomez e Garcia Seijas foi a estreia de capas na editora Bonelli. Simeoni e Bonazzi, ambos na sua quarta capa, retornaram após vários anos de ausência.

PERSONAGENS

Como já tínhamos previsto o ano passado, record de números para as personagens bonellianas em 2011.

Dylan Dog – 2.438 páginas – 19 volumes
2° Tex – 2.340 – 17
3° Zagor – 2.182 – 17
4° Nathan Never – 2.006 – 17
5° Júlia – 1.606 – 13
6° Dampyr – 1.570 – 14
7° Martin Mystère -1.146 – 8
8° Cassidy – 940 – 10
9° Brendon – 724 – 7
10° Agência Alfa – 597 – 2
11° Romances Bonelli – 552 – 2
12° Universo Alfa – 340 – 2
13° Shanghai Devil – 282 – 3
14° Lilith – 250 – 2
15° Brad Barron – 238 – 1
16° Demian – 222 – 1
17° Asteróide Argo – 154 – 1
17° Histórias do Altrove – 154 – 1
19° Martin Mystère Apresenta – 48 – 0

Cada uma das primeiras quatro personagens bateu o seu próprio record pessoal anual, a quinta e a sexta igualaram-no. As três personagens do pódio bateram todos os records em absoluto num só ano, obtido em 2010 por Dylan Dog com 2.156 páginas. A fasquia foi elevada, mas a personagem recordista continua a ser o Investigador do Pesadelo, com 2.438 páginas publicadas este ano. Tex entretanto recuperou o segundo posto, conquistado o ano passado com alguma surpresa por Zagor. Para Dylan Dog trata-se da sexta vitória, a quinta consecutiva. Trata-se de um record também no que diz repeito aos volumes: jamais foram publicados 19 volumes inéditos por uma única personagem num só ano.

De assinalar também que Nathan Never com todas as suas “costelas” totaliza 3.097páginas em apenas 12 meses: um outro record.

Outras curiosidades relativas ao 2011 bonelliano:

2011 regista também o record das edições fora de série: foram 36 os volumes especiais (batidos os 31 de 2009 e 2010), para um total de 6.933 páginas publicadas em edições especiais, quase novecentas a mais em relação ao anterior record (6.058 em 2009).

Pelo terceiro ano consecutivo o mais prolífico argumentista de edições extra foi Vietti, que com as suas 1.068 páginas fora de série, pulveriza o anterior record anual detido por Burattini com as 892 páginas “especiais” de 2007. Mangiantini com as suas 446 paginas vence ao sprint (4 páginas) Roi na classificação dos desenhadores, faltando 30 páginas para bater o record absoluto de páginas especiais, ainda nas mãos de Walter Venturi, estabelecido em 2009.

Falando da classificação geral assinalamos entre os argumentistas que Boselli ultrapassou no decurso do ano Castelli posicionando-se agora no quarto posto em absoluto; uma posição ganharam também Vietti (12° às custas de Sclavi) e Ruju (14°, superando D’Antonio). Entra nos primeiros vinte, no 19° posto, Vigna, que nos últimos doze meses ultrapassou Toninelli e Memola.

Poucas alterações entre os desenhadores: assinalamos Roi que graças à performance deste ano ganhou duas posições passando a ocupar o 16°lugar em absoluto, uma posição ganha por Chiarolla (de 20° para 19°) e dupla ultrapassagem para Ortiz que deste modo entra no top 20 (de 22° para 20°) ultrapassando momentaneamente Civitelli.

Em Nathan Never no ano de 2011 Bonazzi voltou a ser o mais prolífico desenhador da personagem, respondendo com as suas 542 páginas deste ano às 501 de Di Clemente em 2010, que o tinham levado por alguns meses ao topo da lista dos desenhadores do Agente Alfa.

A classificação desta década (que por enquanto compreende apenas os anos 2010 e 2011) vê na categoria dos argumentistas Boselli (3.713 páginas) na liderança, seguido por Ruju (3.048), Vietti (2.686), Burattini (1.740) e Mignacco (1.702). Entre os desenhadores por agora prevalece Roi (978 páginas), seguido por Diso (836), Mangiantini (790), Bonazzi (636) e a dupla Freghieri-Baggi (602 cada um).

Para 2011 é tudo. Voltaremos em 2012 onde não faltarão ocasiões, como os 30 anos de Martin Mystére, para dar mais um pouco de números.

Saverio Ceri

Material apresentado no blogue de Moreno Burattini em 21/12/2011; Tradução e adaptação (com a devida autorização): José Carlos Francisco.
Copyright: © 2011, Moreno Burattini & Saverio Ceri

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

6 Comentários

  1. Dados muito interessantes embora eu seja somente leitor e fã de Tex e Zagor.
    Espero que a Bonelli Editore continue a ter sucesso, que 2012 seja um ano ainda melhor e que os fãs sejam presenteados com mais aventuras emocionantes de Zagor e Tex!

    • Claudio Nizzi realmente já se aposentou da função de escrever Tex, mas mesmo no futuro ainda terá direito a aparecer nas estatísticas texianas até porque Lucio Filippucci ainda está a desenhar aquela que é a última história escrita por Claudio Nizzi.

  2. José C. Francisco, nosso Zeca, um feliz ano de 2012 agradecemos as informações, são números interessantíssimos. Saudações TEXianas.

  3. Números, números, números e mais números…
    Quando digo que este é um dos melhores blogs da internet (não só sobre Tex, mas como um todo) acho que tenho toda a razão. Não é todo Herói que pode contar com um grupo de fãs tão prestativos e interessados quanto o nosso querido Tex Willer. Muito obrigado àqueles que mantêm este site em tal nível.
    Abraço a todos!

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