Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.
Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Eros José Sanches: Inicialmente gostaria de agradecer a oportunidade, que muito me deixa honrado, em participar deste Blog que é o maior meio de divulgação do nosso Tex no mundo. Agradeço e parabenizo a todos os envolvidos por este grande empreendimento!
Meu nome é Eros José Sanches e sou paranaense (Estado do Paraná, Sul do Brasil) da cidade de Paranavaí, nascido a 18 de novembro de 1967. Porém, desde muito criança minha família fixou residência na cidade de União da Vitória, ainda no Paraná, mas divisa com a cidade gêmea do Estado de Santa Catarina, nominada Porto União.
Sou militar do Exército Brasileiro, tendo prestado serviço ativo no período de 1986 a 2016 e passando à “reserva” (aposentadoria) após 30 anos de atividade.
Curiosidade: nas fileiras do Exército, quando participei da missão de paz da ONU para Angola (1996-1997) tive a oportunidade de me relacionar com muitos militares de Portugal em missão naquele país africano (ex-colônia portuguesa).
Sou escritor com cinco livros publicados e atualmente ocupo uma cadeira como membro da Academia de Letras do Vale do Iguaçu.
Quando nasceu o seu interesse pela banda desenhada?
Eros José Sanches: Eu desenho desde muito pequeno (minhas lembranças reportam aos cinco anos de idade) e devido a isso os quadrinhos muito chamavam minha atenção. Então posso dizer que cresci com os quadrinhos e eles sempre fizeram parte das minhas lembranças ao ponto de eu não saber precisar o início de tudo.
Nos anos 90 estive a frente de um fanzine chamado “Próximo Nº” sendo eu um dos principais desenhistas e escritores, criando personagens e seus enredos.
Quando descobriu Tex?
Eros José Sanches: Não consigo precisar também quando Tex surgiu na minha vida. É provável que por eu ter nascido no ano de 1967 e as histórias em quadrinhos estarem constantemente presentes na minha família (além de meu pai, meus irmãos mais velhos também os liam), quando Tex voltou às bancas pela Editora Vecchi em 1971 ele possa ter sido “consumido” em minha casa, levando-me a ter contato com o personagem desde sempre.
No entanto, minhas lembranças de colecionar os tão desejados “gibis” se constroem a partir da segunda metade da década de 1970.
Lembro, por exemplo, quando meu pai trouxe para minha coleção (refiro-me aqui especificamente a coleção do Tex) o nº 37 da segunda edição, “O Temível Coiote Negro”, datado de maio de 1980.
Fato triste e lamentável foi que minha primeira coleção acabou completamente destruída por uma grande enchente que ocorreu em nossa região no ano de 1983, coincidentemente no mês de julho, juntamente com a falência da querida e saudosa Editoria Vecchi.
Passei longos anos voltados a outras formas de colecionismo (coleção zoológica científica, coleção de militaria, organização da minha biblioteca particular) para só voltar ao colecionismo Tex mais recentemente.
Porquê esta paixão por Tex?
Eros José Sanches: Quando eu era criança eu colecionava de tudo em termos de histórias em quadrinhos, mas sempre tive uma preferência por Tex. Lembro que à época eu me sentia meio importante por estar lendo e colecionando um “gibi de adulto” (Tex), caracterizado na minha concepção infantil por ser em preto e branco e com muitas, muitas páginas (risos).
Quando a Vecchi lançou no Brasil o Zagor em agosto de 1978, este novo personagem passou a disputar com Tex a minha preferência. Ken Parker, lançado em novembro daquele mesmo ano (e o único dos três que eu tinha o número 1), não me chamava tanto a atenção, pois hoje entendo que apresentava uma temática muito adulta para os meus interesses de garoto.
Mas, respondendo objetivamente a pergunta, Tex era a minha paixão porque as aventuras tinham uma variedade grande de situações e ambientes e o conjunto dos personagens (os “pards”) permitia alguma identificação com as diferentes personalidades. Claro que naquele tempo eu não sabia nada disso, mas hoje, rememorando aqueles dias consigo perceber o que o “menino Eros” sentia ao ler aquelas grandes aventuras.
O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Eros José Sanches: Acredito que por ser um personagem factível e ao mesmo tempo flertar livremente com o sobrenatural e a fantasia, despertando tanto uma realidade possível em nós como a excitação ao explorar o inconcebível.
Essa característica mais humana de Tex faz com que seja possível “sermos ele”, nos apropriarmos do seu caráter, da sua invencibilidade e do seu senso moral. Tex sangra (mas não morre), leva soco e chutes (mas nunca é vencido) e com isso ele se torna uma esperança para nossas fraquezas; Tex sofre a ausência de pessoas amadas, perde amigos queridos e com isso ele praticamente se torna um de nós.
Tudo isso bem explica o sucesso desse incrível personagem, uma espécie de “super-herói humano”, indestrutível e ao mesmo tempo muito próximo de cada um de nós.
Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Eros José Sanches: Neste exato momento eu tenho 1.676 revistas de Tex, mais 12 livros sobre o personagem.
Tenho um problema com minha coleção: o espaço limitado! Isso me leva a não poder colecionar “tudo” de Tex, assim deixei de fora coleções importantes, mas de republicações como Tex Edição de Ouro, Edição Histórica e Platinum, além da maioria das republicações de luxo.
Minha estratégia foi focar em coleções tradicionais como a Mensal (1ª e 2ª edições) e Tex Coleção. Também busquei pelas séries com histórias inéditas como a Anual (Maxi), Almanaque, Gigante e Tex Willer. Das novidades editoriais fiquei com a excelente Omnibus, além das especiais coloridas (Globo e Mythos) e as mais antigas republicações como Especial de Férias e Os Grandes Clássicos. Mantive ainda as minisséries especiais e outras edições especiais ocasionais.
Todas as coleções do meus acervo as tenho completas.
Costumo dizer que minha coleção é “seletiva” e “completista”. Por “seletiva” refiro-me a estratégia especial de escolha das coleções em si, e por “completista” entendo os itens anexos às edições como posteres, cards, marca páginas, chaveiro, moeda, etc, que procuro ter todos e os mantenho condicionados à edição de origem (no mesmo saquinho plástico), exceção dos itens metálicos. Se computarmos esses itens colecionáveis o número geral do acervo acresce substancialmente.
Quanto ao “item mais importante” eu considero dois: o nº 1 da primeira edição do Tex Mensal, “O Signo da Serpente” (fevereiro de 1971) e o nº 29 das edições Júnior, “O Rochedo que Fala” (março de 1951), este a única edição do Júnior que eu tenho na coleção.
Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Eros José Sanches: Atualmente coleciono apenas as revistas em quadrinhos e os livros publicados sobre o personagem. Por questão de espaço (ainda tenho que dividir o espaço com minha biblioteca de mais de 1500 livros) preciso ser comedido no colecionismo.
Também não coleciono nenhuma outra HQ que não seja Tex e desta somente as edições brasileiras.
Qual o objecto Tex que mais gostaria de possuir?
Eros José Sanches: Ainda pretendo completar a coleção do Júnior, dos números 28 ao 263. Este meu próximo desafio como colecionador, mas ciente de que será oneroso e paulatino.
Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Eros José Sanches: São muitas as histórias que tenho por favoritas.
Para responder objetivamente sua pergunta vou citar somente a clássica e irrepreensível “O Grande Golpe”, publicada pela primeira vez no Brasil nas edições mensais da Vecchi dos números 107 a 110, no ano de 1980. Esta aventura tem um enredo perfeito não só pela trama e grande suspense, mas pelo protagonismo que dá aos três “pards”, havendo uma exuberância de ações por parte de Tex, Carson, Tigre e Kit. Realmente uma das pérolas de Giovanni Luigi Bonelli!
Sobre os desenhistas tem-se muito a falar!
Como todo o fã da “velha guarda” eu tenho o semblante do Tex firmado no traço de Galep, Ticci, Letteri, Nicolò e Fusco, no meu caso com uma preferência por Erio Nicolò. Isso não faz deles, em sentido técnico, “os melhores desenhistas” de Tex, até porque essas escolhas invariavelmente recaem no gosto pessoal do leitor. De qualquer forma, quando lembro de Tex o vejo automaticamente no traço de um desses desenhistas. Acredito que foram eles que definiram o semblante e a expressão física e “cinematográfica” do personagem.
Contudo, e para ser mais sintético, eu vejo com empolgação o arranjo gráfico do Ranger e seus “pards” melhorar cada vez mais! Admiro muito a perfeição dos traços de um Villa ou Dotti e fico boquiaberto com o incrível realismo de um Bocci ou Ginosatis.
Como desenhista e de uma forma geral aprecio mais os desenhos realistas que os mais caricatos.
Sobre roteiristas rendo todas as homenagens a Bonelli pai e filho. São irrepreensíveis! Impossível, no entanto, não admitir que os roteiros estejam entregues atualmente a genialidade de escritores que continuam mantendo apreciáveis as aventuras deste septuagenário herói.
O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Eros José Sanches: Há muitas coisas que me agradam em Tex.
Gosto particularmente de seu desapego ao dinheiro e ao conforto. Alguém poderá dizer, “claro, tendo todo o ouro da reserva Navajo à disposição, até eu não me importaria com dinheiro” (risos), mas o fato é que ele já se mostrava desapegado dos bens materiais (dinheiro inclusive) em sua fase mais errante. Tex tem mesmo certo desprezo pelo dinheiro e é bem bacana quando vemos o mesmo comportamento em seus pards. Sobre o conforto, às vezes ao ler uma aventura eu penso, “Nossa! Há quanto tempo esse cara não come e nem dorme?”. É… o velho Kit Carson tem razões de sobra para implorar um bom bife e uma cama macia (risos).
Outra coisa que me chama a atenção positivamente no Ranger é sua capacidade de “ler semblantes”. Tex olha no rosto do indivíduo e já identifica possíveis falhas de caráter.
Ainda sobre o que admiro muito em nosso herói não posso deixar de citar sua irredutível imparcialidade! Talvez essa seja a virtude que mais admiro. Não importa cor, gênero ou credo, se for bom caráter será respeitado, se não for levará uma “esfrega” (embora neste caso, como um digno cavalheiro, ele não agrida jamais uma dama).
O que não me agrada muito em Tex são alguns exageros temperamentais no trato com meliantes. Como exemplo cito o dia em que ele para provocar o barman Kelly Wells (que ele havia expulsado da cidade na aventura da edição mensal nº 15, “Traição na Trilha do Ouro”) passou deliberadamente a derramar a cerveja no balcão reclamando que estava quente e mandando-o limpar a cada vez que entornava a bebida (na já citada edição mensal nº 107, “O Grande Golpe”). Para mim pegou pesado demais! (risos)
Ainda lembro outra aventura mais antiga em que ele deu uma esfrega em outro barman só porque o coitado perguntou se ele teria dinheiro para pagar a bebida (risos).
Felizmente parece que a idade acalmou o espírito mais irascível do Ranger… será?
Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Eros José Sanches: Acredito que a longevidade e o consequente fenômeno editorial de Tex dão-se na subjetividade da esperança que ele nos traz acerca de uma justiça lídima e, principalmente, alcançável.
Quando ficamos com aquele “nó” na garganta ante tanta injustiça real vem o Tex e mostra que aquela justiça que esperamos ele próprio realiza, e esta realização passa metaforicamente a lavar o gosto amargo da injustiça que somos obrigados a engolir nas estrepolias, reinterpretações e manipulações das legislações vigentes…
Psicologicamente nos sentimos vingados quando Tex esmurra o bandido, o poderoso, o inatingível figurão oculto no poder e no dinheiro.
Isso faz (e continuará fazendo) de Tex um ícone.
Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Eros José Sanches: Tenho um certo apego à inércia (risos), mas estive recentemente no Encontro Nacional em Chopinzinho-PR, nos dias 24 e 25 de junho, na cinematográfica Vila Texas, e pretendo estar presente também no evento em Porto Alegre-RS, “Uma Tarde Bonelli”, comemorativa dos 75 Anos do Ranger, previsto para os dias 30 de setembro e 1º de outubro.
Esses eventos são bastante importantes para sentirmos o movimento texiano e conhecer seus bravos “pards” componentes. Há a participação dos profissionais da Mythos o que dá uma proximidade da editora conosco os leitores.
Gostaria muito de ver os “pards” lusos na capital gaúcha! Seria deveras gratificante!
Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Eros José Sanches: 75 anos desgastam qualquer um e o nosso Ranger pode muito bem sofrer de “artrites” editoriais.
O futuro de Tex, especialmente editorial (que funciona como uma energia vital ao personagem), está intimamente relacionado com a capacidade de mantê-lo atual e “consumível”.
A SBE vem fazendo o seu possível (e um bom trabalho) em buscar um aprofundamento no passado do Ranger através dos incríveis textos de Mauro Boselli, outro gigante do mundo editorial de Tex. Ainda que esta fórmula me pareça por vezes meio “forçada”, acredito ser um filão com muito a oferecer.
O grande desafio está em apresentar e tornar Tex palatável às novas gerações. Seja pelo próprio gênero “Western” ou pelo modelo rústico de sua época, não é uma tarefa tão simples o de cativar novas gerações. É preciso a ação de intermediários, verdadeiros advogados da causa texiana e divulgadores da excelência editorial da SBE no tocante ao Tex.
No Brasil há um belo movimento nesse sentido através da plataforma YouTube. Canais joviais como “Estante do Tex” (Elder), “Hqólatras” (Clóvis), “Multiverso38” (Rafael), entre outros, tem se esmerado a levar o ranger dentro de uma conversação mais adequada ao novo público.
Vejo com preocupação o surgimento de um abismo entre velhos e novos leitores trazendo rivalidades e oposições.
Neste sentido tenho a intenção de criar um canal específico sobre o colecionismo Tex, levando orientações técnicas e históricas sobre esse universo em um formato mais jovial e comunicativo (o que é um desafio para qualquer velho).
Aqui no Brasil a Mythos Editora já vem entrando na onda da SBE e trazendo republicações voltadas ao novo público, com edições mais “gurmetizadas” (edições de luxo, com capa dura e colorizadas) de grandes histórias do passado.
Enfim, o futuro de Tex depende de uma releitura editorial para os dias atuais.
Meu maior temor é que uma nova percepção social tida como ideal venha a influenciar o Ranger, deturpando-o em sua mitologia. Tex é um homem do Século XIX e deverá ser mantido com essa configuração, pois é exatamente o primitivismo de sua época que o torna alguém apreciável por suas atitudes de extrema justeza moral.
Longa vida a Tex Willer!
Obrigado!
Prezado pard Eros José Sanches, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.
(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)
Ótima entrevista… Parabéns, amigo Eros, a quem tive o prazer de conhecer em Chopinzinho. Nota-se o nível de conhecimento e de leitura que o pard tem. Muito bom mesmo.
Obrigado, querido Neimar! A satisfação em conhecê-lo foi recíproca!
Agradeço muito ao pard José Carlos Francisco pelo convite e a condução desta entrevista. Me sinto verdadeiramente honrado em participar do Tex Willer Blog! Abraços!
Obrigado, mas a honra é toda minha em poder dar a conhecer melhor ao mundo texiano, um dos grandes fãs e coleccionadores de Tex no Brasil, pard Enos.
Um abraço desde Portugal e mais uma vez, parabéns pela fantástica entrevista!
Caro amigo Eros,
Quero começar esta mensagem expressando o quão imensamente feliz e orgulhoso estou por você ter concedido uma importante entrevista ao Blogue: Tex Willer, o blogue português do Tex. Parabéns por esse grande feito!
É inspirador ver você compartilhando seus pensamentos e conhecimentos com um público mais amplo, e tenho certeza de que sua entrevista foi repleta de insights valiosos sobre esse universo tão querido que é Tex Willer. Sua paixão e dedicação ao assunto são evidentes, e tenho certeza de que isso se refletiu na entrevista.
Que esta seja apenas a primeira de muitas oportunidades para você brilhar e compartilhar sua expertise. Sei o quanto você se empenha em aprofundar-se no universo de Tex, e essa dedicação está sendo reconhecida através desse espaço no blogue.
Continue trilhando esse caminho com entusiasmo, autenticidade e comprometimento, pois tenho certeza de que grandes coisas ainda estão reservadas para você. Sua contribuição para a comunidade de fãs de Tex é inestimável, e tenho certeza de que seu nome se tornará cada vez mais conhecido e respeitado nesse meio.
Mais uma vez, parabéns por essa importante conquista. Desejo a você muito sucesso em suas futuras empreitadas, e que cada passo dado nessa jornada o leve a novos horizontes e realizações. Estarei sempre aqui torcendo por você e celebrando cada vitória.
Um forte abraço
João Ferreira Neto
Caríssimo pard João F. Neto! Seu comentário me permite dizer aqui, aquilo que a entrevista não deu oportunidade de fazê-lo, que foi a sua influência em meu retorno ao colecionismo Tex. Foi você, com suas brilhantes restaurações de capas das edições Vecchi, inicialmente no Grupo “Tex o Ranger” (FaceBook), que me despertou o desejo em reaver a minha coleção. Muito te agradeço (e te responsabilizo kkkkk) por essa volta. Também te agradeço por seus presentes que me enviou assim que soube do meu retorno. O que dizer??? Obrigado, obrigado e obrigado, querido amigo, querido pard!
Saudações texianas,
Foi uma entrevista de fôlego, Eros. Parabéns! Sua dedicação à trajetória editorial de Tex no Brasil é invejável. Fico lisonjeado por ter sido citado na parte final do texto.
Grande abraço,
Grande Rafael Multiverso38!!! Eu é que te agradeço por ser um link a levar o Tex de forma tão eficiente aos novos leitores. Você e seus colegas “gibitubers” são verdadeiros embaixadores do Ranger! Obrigado!
Espetacular entrevista Pard e amigo Eros, a quem tive um prazer imenso em conhece-lo pessoalmente em Chopinzinho, e estaremos novamente em Porto Alegre em setembro… viva Tex!
Grande Carlos “Chico” Ramalho! Você é outro grande responsável por eu ter reavido a minha colação, graças a sua completíssima gibiteria Texas Ranger. Muito obrigado, pard, e logo estaremos trocando aquele “quebra costela”! Forte abraço!
Parabéns belíssima entrevista do pard.
Obrigado, pard!
Parabéns pela grande entrevista, Eros. Dá para ver que você é um grande conhecedor da trajetória do mitológico ranger, assim como o GG Carsan, que considero o maior especialista em Tex no Brasil. Admirável sua bibliotex. Daqui senti um pouquinho de inveja, mas só um pouquinho mesmo. Não sou um colecionador, grande parte devido condições econômicas e financeiras mesmo, mas com certeza gostaria de sê-lo um dia. Tenho números esparsos e sempre que posso estou comprando da Mythos pelo site. Agora mesmo estou esperando meu primeiro pedido com os números em formato italiano. Devagarinho quero fazer minha bibliotex. Aprecio outros quadrinhos e leio muitos livros também, mas Tex tem um canto especial guardado em meu coração. Você é de 1967, eu sou de 1968, somos quase da mesma idade, mas somos opostos geograficamente, pois sou do Ceará, no Nordeste brasileiro, e moro em Fortaleza, porém irmanados pelo mesmo personagem e universo western. Um dos motivos que acho Tex um mito verdadeiro, um ícone dos quadrinhos, é que ele transcendeu o próprio gênero em que foi criado, o faroeste ou western ou bang-bang, para usar uma expressão quase onomatopaica, que praticamente era um gênero dominante nos cinemas, nos quadrinhos, nas tv e nos livros de bolso, marcando mais de uma geração de fans, mas que vem se extinguindo lentamente pelo menos desde a década de 60 e hoje pouco conhecido entre as novas gerações. Porém, Tex permanece inabalável, para nosso deleite, transcendendo, como disse, o gênero onde foi criado. Muito legal isso, né. Um abraço texiano e vida longa ao nosso herói.
Esqueci de comentar que a primeira revista de Tex que li foi exatamente “O Grande Golpe”, de janeiro de 1980, edição 107 da Vecchi, e sua sequencia esperada ansiosamente a cada mês, até a conclusão no número 110, se não me engano, denominada “A Sombra do Patíbulo”, uma palavra intrigante, patíbulo, para um menino de 11 anos e muito curioso como eu era, um apaixonado pela leitura. Não tinha como não virar fan desse notável personagem, quase de carne e osso como a gente, depois de ler essa grande saga. Como disse, as condições financeiras de um menino do sertão nordestino nos distantes anos 80 do século passado, filho de família pobre e que dava duro para subsistir com o básico, não fornecia condições para comprar quadrinhos, então lia emprestado de um colega em melhores condições, bendito amigo que me proporcionou amar Tex até hoje. Acho que eu ficava mais ansioso que ele pela nova edição mensal que completava o gancho deixado pela anterior, até a espetacular edição final.
Olá Franzé! Bacana seu relato. Rapaz… você é um baita colecionador também! Colecionar é juntar itens semelhantes e guardar com carinho. É justamente o percurso que levamos para completar que deixa tudo mais divertido. Forte abraço, pard!
Obrigado, caro Eros. Vida longa ao nosso ranger.