Entrevista com o fã e coleccionador: Pard Felipe

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Pard Felipe: Nasci em Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Sou bacharel em Direito e atuo nessa área.

Quando nasceu o seu interesse pela banda desenhada?
Pard Felipe: Desde criança sempre fui muito fã de HQs. Mesmo antes de saber ler já gostava das imagens, portanto é difícil precisar, mas desde muito novo.

Quando descobriu Tex?
Pard Felipe: Sempre via a revista nas bancas e ficava curioso, eu costumava comprar turma da Mônica, mas um dia comprei uma Tex porque era um Tex Ouro que achava muito bonito, história era Missão Suicida, gostei muito da história e fui pesquisar, e algum tempo depois comecei a colecionar pra valer.

Porquê esta paixão por Tex?
Pard Felipe: O ambiente do faroeste sempre foi um dos meus preferidos, seja para filmes, jogos e consequentemente HQs. E poucos exploram tão bem esse mundo como TEX. A profundidade das histórias, roteiros e dos personagens é muito interessante. A própria história de vida do personagem é de uma complexidade admirável. Além do mais acho fantástico como vários temas sociais e políticos são abordados nas histórias também acontece de uma maneira exemplar. Acho porém que o que mais me atrai é a questão do senso de justiça do personagem, não se importando de se por do lado certo mesmo quando tudo for contra, acho essa mensagem de valor inestimável.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Pard Felipe: Comparações são sempre muito difíceis de serem feitas, mas no geral, acho que nenhum outro quadrinho que busca esta dinâmica do heroísmo consegue manter tamanha regularidade e consistência em suas histórias, além do ambiente de faroeste muito bem explorado. A qualidade dos personagens e roteiros é algo quase inigualável, no sentido da regularidade.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Pard Felipe: Atualmente possuo 187 revistas, as que coleciono fielmente são a revista Tex mensal, que assim como Tex Coleção, acho que possui a vantagem de permitir uma regularidade e a Tex em Cores, edição que infelizmente está interrompida, mas por mostrar as histórias desde o começo na ordem italiana original, permite aos leitores o resgate do mesmo sentimento e do entendimento dos personagens.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Pard Felipe: Apenas as revistas e os brindes que vêm eventualmente, é difícil achar outros objetos do personagem apesar de existirem.

Qual o objecto Tex que mais gostaria de possuir?
Pard Felipe: Creio que cada vez mais revistas.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Pard Felipe: A história que mais me marcou foi “Juramento de vingança”. Os sentimentos que se passam ali na história e a maneira como o Ranger encara acho que mostram de forma única o sofrimento de Tex, não ali como um herói, mas mais o lado vingador, justiceiro. Lembro da primeira vez que li essa história e como fica surpreendido em cada quadrinho. Acho difícil eleger outros que não sejam a dupla Bonelli e Galleppini, os pioneiros, os que criaram toda a base na qual TEX se mantém.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Pard Felipe: O que mais me agrada certamente são os personagens, a ambientação e regularidade como já citados. O que tem me desagradado ultimamente talvez sejam algumas tentativas de lançar Tex em formatos diferentes, por exemplo em graphic novels, acho que isso se afasta muito da essência que faz Tex ser o que é. Além disso acho que no caso da Mythos, a editora, apesar do excelente trabalho, acho que falta trabalhos de divulgação principalmente aos novos leitores.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Pard Felipe: Heróis são importantes para as pessoas terem ideais do que é certo e errado, e Tex é um herói que passa exatamente essa situação de justiça, além da atratividade romântica do ambiente de faroeste, tudo isto trabalhado de uma forma tão bem feita é o que faz Tex ser o que é.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Pard Felipe: Apenas no meio virtual, infelizmente não tive a oportunidade ainda de encontrar outros fãs de Tex pessoalmente.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Pard Felipe: Prever o futuro é sempre difícil. Acho que existem alguns pontos que nos deixam otimistas: as revistas em quadrinho estão em alta, principalmente por conta do sucesso do cinema dos filmes de heróis recentes; as histórias de Tex possuem um formato de arco fechado que facilita a entrada de novos leitores, todas as histórias podem ser compreendidas sem necessidade de prévio conhecimento e por último, Tex possui muitos fãs fiéis. Também vejo alguns pontos negativos: vejo poucos jovens leitores se interessando pela revista; na nossa sociedade das redes sociais e celulares, o hábito de leitura vem se perdendo. Acho que falta por parte principalmente das editoras uma busca maior por alcançar novos leitores.

Prezado Pard Felipe, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

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