Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.
Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Márcio Rocha: O meu nome é Márcio Gley Santos da Rocha. Nasci na cidade de Rondon do Pará, estado do Pará em 11 de Outubro de 1980, portanto tenho 35 anos. Nasci na cidade, porém morei num sítio (fazenda) com os meus pais até os 14 anos de idade quando deixei a fazenda e vim morar na cidade para poder estudar. Hoje eu sou servidor público municipal actuando na área educacional. Sou graduado e tenho Licenciatura em Matemática.
Quando nasceu o seu interesse pela Banda Desenhada?
Márcio Rocha: Ainda garoto quando comecei a ser alfabetizado demonstrei grande interesse pela leitura. Normalmente é nessa fase de garoto quando descobrimos o mundo da leitura que surge o interesse pelas histórias em quadrinhos, pois é a forma de literatura mais acessível e de fácil leitura.
Quando descobriu Tex?
Márcio Rocha: Devido a eu morar na fazenda não tinha acesso aos recursos literários. Porém o esposo de uma prima que morava próximo da minha casa cultivava o hábito da leitura e tinha uma grande quantidade de livros e revistas. Percebendo o meu interesse pela leitura o esposo da minha prima começou a oferecer as suas revistas para eu ler. E como ele era fã do Tex tinha grande quantidade de revistas do famoso ranger. Foi assim que descobri Tex e desde então virei um grande fã. Li todos os exemplares que ele possuía.
Porquê esta paixão por Tex?
Márcio Rocha: Para um garoto que estava descobrindo o magnífico mundo da leitura ser apresentado ao mundo de Tex tornou-se uma paixão imediata. Contribuiu ainda o facto que Tex foi o primeiro herói imaginário que eu passei a conhecer. Além disso, de alguma forma o seu universo tinha uma proximidade com o meu devido a eu morar numa fazenda, montar a cavalo e lidar com animais.
O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Márcio Rocha: São muitos os motivos que fazem de Tex um herói tão apreciado. Creio que um dos grandes méritos está associado à qualidade das suas histórias sempre escritas com competências por todos os argumentistas que já escreveram as suas histórias. Também merece destaque o senso de justiça singular de Tex sempre protegendo os injustiçados e punindo com justiça os inimigos não importando quem seja.
Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Márcio Rocha: Apesar de ser fã desde garoto eu só comecei a comprar as revistas e formar a colecção depois que comecei a trabalhar e ter uma renda mensal estável, ou seja, há 12 anos atrás. Tenho só 206 revistas. Não tenho uma que seja considerada a mais importante. O primeiro exemplar que deu início à colecção foi a edição 375 do Tex normal ou regular como é definido aqui no Brasil.
Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Márcio Rocha: Colecciono apenas revistas (gibis) e livros publicados no Brasil. Aqui no Brasil, até onde eu sei, não há no mercado de outros itens destinados aos fãs. Compro quase todas as edições brasileiras: Tex Normal, Almanaque Tex, Tex Gigante, Tex Gigante em Cores, Tex em Cores, Tex Colorido, Tex Anual, Tex Especial de Férias, etc.
Qual o objecto Tex que mais gostava de possuir?
Márcio Rocha: Devido ao meu acervo de exemplares ser bem pequeno, o meu desafio é conseguir a cada dia adquirir o maior número de exemplares que não possuo. Então estou sempre procurando comprar os exemplares que faltam em sebos (alfarrabistas), lojas virtuais e bancas de revistas.
Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Márcio Rocha: Não tenho favoritismo por nenhuma história específica pois considero todas de grande qualidade. Gosto do traço do Fernando Fusco e do Fabio Civitelli. Creio que um dos argumentistas mais importante anualmente seja o Mauro Boselli.
O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Márcio Rocha: O que mais me agrada em Tex é que suas aventuras não ficam restritas apenas no território do oeste americano. Ele já percorreu quase todo o território das Américas. EUA, México, Canadá, Panamá, Cuba, Colômbia, Argentina e algumas ilhas do Pacífico pelo que consigo recordar (seria interessante o blogue fazer um levantamento de todos os lugares/países onde Tex esteve). E ainda suas histórias envolvem desde índios e cowboys típicos do velho oeste até criaturas sobrenaturais, seres pré-históricos e aliens do espaço. Todas essas aventuras são narradas com muita verosimilhança. Não tem algo que me desagrada em Tex. Porém sempre desejei muito ver uma aventura onde Tex visitasse o velho continente, ou seja, a Europa. Seria muito justo uma aventura vivida na Itália por ser o país de seus criadores, caso não fosse a Itália poderia ser também na França ou Inglaterra. Ainda no continente americano ele poderia vir ao Brasil pois creio que o Brasil seja o país com maior mercado e número de leitores do ranger fora da Itália.
Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Márcio Rocha: Creio que seja o compromisso e respeito dos seus criadores que mantém o personagem por mais de 60 anos com as mesmas qualidades sendo publicado de forma ininterrupta.
Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Márcio Rocha: Não. Nunca tive oportunidade de participar de nenhum evento de fãs e coleccionadores. Mas tenho vontade.
Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Márcio Rocha: Eu acredito que o ranger ainda terá muitos anos pela frente pois os responsáveis pelo seu sucesso procuram renovar as histórias o que acaba agradando aos novos fã mas mantém a mesma essência do personagem que é responsável pelo duradouro sucesso do mesmo. Quanto a mim pretendo incentivar os sobrinhos, Sofia com 5 anos e Marcos Vinicius com 1 ano e meus futuros filhos a tornarem-se leitores de Tex.
Prezado pard Márcio Rocha, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.
(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)
É notório que a maioria dos entrevistados aqui no Blog são brasileiros.
Parabéns ao Brasil
Gostaria que o amigo Zeca fizesse entrevistas com os pards portugueses que participam do Blog e do Clube Tex Portugal.
Seria interessante saber as historias desses abnegados divulgadores de Tex pelo mundo.