Entrevista com o fã e coleccionador: Francisco Ferreira

Entrevista conduzida por José Carlos Francisco.

Para começar, fale um pouco de si. Onde e quando nasceu? O que faz profissionalmente?
Francisco Ferreira: Nasci em Abril de 1976, em Oliveira de Azeméis. Actualmente vivo em Santa Maria da Feira. Profissionalmente, sou escriturário, responsável pelo departamento de Recursos Humanos de uma empresa metalúrgica.

Quando nasceu o seu interesse pela Banda Desenhada?
Francisco Ferreira: É difícil ser preciso, talvez aos cinco-seis anos.

Quando descobriu Tex?
Francisco Ferreira: Aos 11 anos, quando adquiri o Tex nº 129 com a história “O Ouro do Colorado”.
Como nessa altura, por motivos financeiros, muito raramente comprava Banda Desenhada, lia o que um tio meu, que também partilhava o mesmo gosto pela Banda Desenhada, adquiria. Por entre os seus Mundo de Aventuras, descobri uma edição do Fantasma, na altura editado pela Rio Gráfica, a mesma editora do Tex, e numa das suas páginas a publicidade às aventuras do Ranger. Chamou-me de tal maneira a atenção, que assim que consegui juntar dinheiro para comprar uma revista, a escolha acabou por ser óbvia.
O engraçado é que durante imensos anos essa foi a minha única revista do Tex e só no ano passado é que consegui ler a conclusão dessa história, através da sua republicação no Tex Coleção.

Porquê esta paixão por Tex?
Francisco Ferreira: A paixão não vem tanto pela personagem mas sim pelos autores.

O que tem Tex de diferente de tantos outros heróis dos quadradinhos?
Francisco Ferreira: É western puro. No fim prevalece sempre o sentido de justiça.

Qual o total de revistas de Tex que você tem na sua colecção? E qual a mais importante para si?
Francisco Ferreira: Neste momento, cerca de sessenta. Mas a colecção vai continuar a aumentar. A mais importante, “Il Mio Tex” do Fabio Civitelli, com um desenho e respectiva dedicatória feita pelo autor aquando da sua passagem pelo MAB, no Porto. Destaco também o Tex Especial 60 Anos, por ser a que me levou a redescobrir a personagem.

Colecciona apenas livros ou tudo o que diga respeita à personagem italiana?
Francisco Ferreira: Para já, apenas livros.

Qual o objecto Tex que mais gostava de possuir?
Francisco Ferreira: Os próximos trabalhos de Civitelli. O Tex gigante a ser editado este ano e um Tex a cores a ser editado em 2014. Pelas amostras, as pranchas inéditas desses próximos projectos, que o autor teve a amabilidade de partilhar com os interessados aquando da sua vinda ao Porto, são as edições que mais aguardo. Vão ser mais duas obras de enorme qualidade gráfica.

Qual a sua história favorita? E qual o desenhador de Tex que mais aprecia? E o argumentista?
Francisco Ferreira: São várias. Destacaria “O Ouro do Colorado” pelas razões que já mencionei, “El Muerto”, o Tex Especial 60 anos e vários dos Tex Gigante, como os desenhados pelo José Ortiz, Joe Kubert ou Jordi Bernet.
Sou fã assumido do trabalho do Fabio Civitelli. Pessoalmente, o Tex de Civitelli, é a versão definitiva da personagem.
Quanto aos argumentistas, destaco o Claudio Nizzi e o Mauro Boselli.

O que lhe agrada mais em Tex? E o que lhe agrada menos?
Francisco Ferreira: A qualidade das histórias, com bons guiões e muito bem desenhadas, mas tenho sido bastante selectivo na compra das revistas. O que me agrada menos, apesar de perceber as opções da Mythos, a qualidade do papel.

Em sua opinião o que faz de Tex o ícone que é?
Francisco Ferreira: É um clássico, que apesar de fiel às raízes de um género, tem conseguido renovar-se, adaptar-se aos tempos, conseguindo assim manter o seu público e cativar novos seguidores. E já lá vão mais de 60 anos.

Costuma encontrar-se com outros coleccionadores?
Francisco Ferreira: Tive o prazer de trocar umas breves palavras com o José Carlos, no MAB, no Porto. Para além desse momento, não.

Para concluir, como vê o futuro do Ranger?
Francisco Ferreira: Enquanto a qualidade das histórias se mantiver, o futuro estará sempre garantido. Um ícone de 60 anos aliado a boas histórias, asseguradas por grandes artistas, será sempre garantia de um futuro risonho. E nós leitores, agradecemos.

Prezado pard Francisco Ferreira, agradecemos muitíssimo pela entrevista que gentilmente nos concedeu.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

3 Comentários

  1. Bacana a entrevista, e eu tenho a história “O ouro do Colorado“, que inclusive li hoje!

  2. Concordo, o papel das revistas da Mythos é fraco. Só o da edição colorida era realmente bom.

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