Collezione Storica a Colori de Tex vendeu a astronómica cifra de 27 MILHÕES de exemplares

Por José Carlos Francisco

A “Collezione Storica a Colori” (Colecção Histórica a Cores) agregada ao quotidiano “La Repubblica” e ao semanário “L’espresso” na Itália, terminou a longa maratona com o ducentésimo trigésimo nono volume publicado a 25 de Agosto de 2011. Tratava-se de uma proposta semanal iniciada no longínquo mês de Fevereiro de 2007 e foi uma iniciativa que obteve um sucesso entusiasmante e que permitiu aos leitores italianos desfrutar, no espaço de apenas quatro anos e meio, de toda a carreira do Ranger mais famoso e mais duradouro do mundo da banda desenhada, pela primeira vez a cores.

Era suposto ser apenas um “experiência” limitada a 50 números e que, em vez disso, motivada por um sucesso tão extraordinário quanto imprevisível, tornou-se um “encontro semanal” mais ou menos obrigatório para dezenas de milhares de leitores…

A colecção que reeditou todas as histórias da série principal de Tex marcou a introdução triunfal da cor no universo do nosso Ranger, uma “entrada” que, em doses assim maciças, nunca se tinha visto antes. Não foi fácil, para muitos leitores conseguirem completar com sucesso a série inteira, fosse pelo compromisso financeiro que a empreitada requereu, fosse para a obrigação de encontrar na própria habitação, um espaço suficiente para acolher uma espécie de “montanha de papel”. Mas, a oportunidade era realmente imperdível – mesmo única – e, profissionalmente, a Sergio Bonelli Editore não podia deixá-la fugir tal como os números finais (e oficiais) o provam.

Sabe-se hoje que a “Collezione Storica a Colori” (Colecção Histórica a Cores) ao longo dos seus 239 volumes vendeu um total astronómico de 27 MILHÕES de exemplares, o que dá uma média incrível de pouco menos de 113 MIL cópias vendidas a cada semana (a um custo unitário de 6,90€) e um facturamento incrível de 186 MILHÕES e 300 MIL EUROS.

Com estes números IMPRESSIONANTES os autores (ou os seus herdeiros em caso de morte) que realizaram as histórias de Tex ao longo destes 63 anos de vida editorial também tiveram fabulosos benefícios financeiros, isto porque a Sergio Bonelli Editore nos contratos com os seus autores prevê compensações financeiras aos seus argumentistas e aos seus desenhadores por cada vez que qualquer história seja republicada não somente pela Sergio Bonelli Editore nas outras reedições de Tex (Tex Tre Stelle, Tutto Tex, Tex Nuova Ristampa ou Tex Stella d’Oro) mas também nas reedições ocorridas em países estrangeiros ou para novas edições publicadas na Itália por outras editoras, como por exemplo a Mondadori ou esta do grupo editorial Espresso-Repubblica.

Para os coloristas tal não se aplica. O “problema” não é “não querer pagar”, mas antes porque Sergio Bonelli não reconhecia esse trabalho dos coloristas como um contributo artístico-criativo, pois para o editor milanês recentemente falecido o céu era azul, a erva verde e o colorista devia pintar o azul no céu, o verde na erva e o amarelo na camisa de Tex…

Perante estes números elevados compreende-se hoje porque logo após o fim da “Collezione Storica a Colori” a Sergio Bonelli Editore e o grupo editorial Espresso-Repubblica lançaram a reedição, em “technicolor”, dos Tex Gigantes, colecção que traz prestigiosas assinaturas da banda desenhada italiana e até mesmo mundial e que actualmente continua a sair também com uma cadência semanal e ao que sabemos, continuando a superar todas as melhores expectativas…

10 Comentários

  1. Boa noite:
    Agradecia uma informação se possível: essa coleção tem a ver com aquela colorida que está a sair agora e que salvo erro já vai no nº 10 ou 11?
    Obrigado desde já pela informação

  2. Amigo ZECA, você sempre com informações interessantes. Eu estou acompanhando, aqui no Brasil, as edições coloridas da Mythos. Espero poder continuar, pois compro também as edições: Ouro, Anual, Especial de férias, Gigante, Almanaque e a Mensal.

  3. Parabéns a Sergio Bonelli, Davide Bonelli e todos os envolvidos nesta fantástica coleção em cores. Infelizmente tais feitos não podem ser alcançados no Brasil apesar do esforços dos editores, e de táticas erradas de publicações ,infelizmente apesar do Tex ter o Brasil como sua segunda casa, jamais conseguimos publicar uma coleção correta e de qualidade do Tex no Brasil, sempre com capas repetidas, capas genéricas, interrupções repentinas, inúmeras republicações, etc…
    Quem sabe ao menos o Tex gigante em cores dê certo no Brasil, vamos torcer.

  4. É incrível como o público italiano adora Tex e nem mesmo a crise na Europa consegue afetar as vendas. Sem dúvida, trata-se de um fenômeno de venda. Tenha acompanhado os Tex em cores que a Mythos lança aqui no Brasil, com as primeiras aventuras do ranger e acho ela excelente.
    Agora, o mais curioso que achei nessa matéria, Zeca, é saber que os Bonellis respeitam seus profissionais e pagam direitos autorais por BDs até publicadas no exterior.
    Isto não acontece na América.
    Lá, há séculos, os autores estão brigando por isso e, pelo que sei, até agora nada.
    Os supers vendem em todo o mundo e seus criadores ficam a ver navios. Um total desrespeito a esses profissionais, visto que a Marvel e a DC passam a tomar posse dessas criações.
    Stan Lee e a família Kirby tiveram que entrar na justiça para receber o dinheiro dos filmes do Homem Aranha, é mole?
    Parabéns, pela matéria e à toda família Bonelli, que, de fato, são editores profissionais.
    Quem é que não queria trabalhar com uma empresa assim?
    Até eu.
    Boas festas à todos!

  5. Quem sabe com um slogan de BEST SELLERS estampado na capa, não se consegue fazê-la emplacar na Terra BRasilis!!
    Aqui só se vai com as outras marias ou quem sabe se a Ed. Mythos pagar para algum ator, teen singer ou jogador de futebol posar lendo (leia-se folheando!) TEC, e colocar essa propaganda em Tititi, Placar, Caras e Bundas e outras do gênero!!
    Que venha o TEC 13, e poderiam arrumar a baderna, publicando tal e qual à edição italiana (300 páginas), nossas edições com capas adicionais e menos páginas (252 páginas)!

  6. Tony Fernandes tem toda a razão. Poucas são as editoras de quadrinhos em todo o mundo (não apenas na América) que respeitam os direitos dos seus colaboradores artísticos, comprometendo-se a pagar-lhes não apenas pela primeira publicação, mas sempre que saia uma nova edição em qualquer outro país. Esses direitos têm sido escamoteados, com total desprezo pelas regras da mais elementar ética profissional (conheço vários casos passados com autores portugueses), e o facto de um editor como Sergio Bonelli ter marcado a diferença faz com que sintamos ainda maior admiração e respeito por ele.

  7. Sergio Bonelli foi um profissional diferenciado, sem dúvida. Para substituí-lo, com certeza serão necessárias umas 4 pessoas, cada uma numa área diferente.
    Quanto à qualidade das publicações de Tex no Brasil, já desisti de esperar. Não tenho nem uma revista de Tex em português. Graças a Deus (e ao José Ricardo) estou conseguindo manter minha coleção italiana atualizada e completa.

  8. Será retomada a publicação, até o número 700 da série MENSILE? Tomara!

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