Coleccionador italiano de Tex recupera o ‘seu’ número 1 graças à polícia postal

Por José Carlos Francisco (texto) e Manuel Migliorini (fotos)

A policia postal de Rimini resolveu um caso muito particular de fraude na Internet, que devolveu o sorriso a um coleccionador italiano de Tex Willer. Num site de leilão on-line (e-bay) tinha pago 1.500 Euros  pelo número 1 da série regular ‘La mano rossa‘ (A mão vermelha) a um calabrês, de 40 anos, vigarista em série que residia em Turim.

Depois de ter pago, mas nunca recebido, o número 1 de Tex Willer está finalmente nas suas mãos

Demorou um ano, mas agora, o Dr. Ambrogio Lattanzi, de 61 anos, possui finalmente nas suas mãos o número 1 de Tex, ‘La mano rossa‘, de 1958. Após negociações difíceis, repetidos controlos para confirmar que era original e diversas trocas de e-mails, Blackwater ’72, a pessoa que tinha contactado num site de coleccionadores, evaporou-se  como fumo. O dinheiro já o tinha recebido, 1500 Euros, pagos no que deveria ser uma conta bancária, mas que, na realidade, era um cartão recarregável.

A revista, no entanto, possuí-a realmente. O vigarista em série, um calabrês de 40 anos, residente em Turim, tinha vendido a outras sete pessoas, pela mesma cifra. Àquele preço, nenhum ‘verdadeiro’ coleccionador o deixaria escapar, visto que o seu valor é de cerca de 6.000 Euros. Em 1958 custava 200 liras!

Lattanzi, médico, residente em Altavalmarecchia, não é um incauto, e não se rendeu à ideia de ter sido enganado: “Para além do nosso profissionalismo, também tivemos de colocar o nosso coração – confidenciou o inspector  Vincenzo Papagni da policia postal de Rimini – como fazemos com todas as denúncias que recebemos. As vigarices deste tipo são irritantes porque as vítimas são quase sempre pessoas de boa fé”.

O doutor Ambrogio Lattanzi com o seu precioso Tex nas mãos

Ter denunciado o golpe à polícia postal de Rimini, com a ajuda do amigo advogado Nicolò Durzi, permitiu ao doutor de ser, hoje, o único proprietário oficial da preciosa revista Tex nº 1, que se juntará à sua colecção de cerca de 2.000, compradas todos os meses, desde quando era criança. O golpista foi preso em Turim há um ano atrás, logo depois da denúncia e ainda está sob prisão domiciliária.

Tex nº 1, ainda embrulhado, prestes a ser entregue ao seu novo dono

A entrega ao doutor Ambrogio Lattanzi do seu Tex nº 1, um ano depois de ter pago

A entrega do Tex nº 1 selada com um aperto de mãos entre coleccionador e polícia postal

Conferência de imprensa de um “resgate” texiano de sucesso

9 Comentários

  1. Olha, realmente está de parabéns esse senhor, principalmente pela competência da policia e a sorte de possuir tal exemplar. Sou colecionador há mais de 30 anos e há cerca de 10 anos faço esporadicamente algumas transações pela Internet e felizmente nunca tive problemas mais graves.

  2. Excelente trabalho!

    Quanto valerá o n.º1 da edição brasileira (O signo da serpente)?

  3. Depende de que posição você está.
    Para mim que tenho o nº 01, não tem preço, não tem valor estimado, mas para quem não tem, e deseja muito ter, o valor dependerá da negociação entre quem tem e deseja vender (que com certeza será um colecionador, já que essa edição está esgotada) e aquele que deseja comprar (que também, com certeza, será um colecionador).
    Na verdade, eu que comprei o meu em uma banca de jornais na minha cidade na época de sua edição, não sei avaliar o preço de um desejo desses.

  4. Êpa! Vale 6.000 Euros? Vou correndo olhar minha coleção para verificar se o número 1 italiano que possuo é de 1958 (infelizmente creio que não, comprei-o em 1977 na Livraria Italiana em Belo Horizonte-MG).
    O pior é que o vigarista vendeu a revista a 7 colecionadores, a 1.500,00 Euros por cabeça. Ou seja: 6 colecionadores dançaram…
    Tá danado!

  5. O que não está escrito na matéria, mas que eu fiquei sabendo aqui em Charqueadas, é que a policia teve ajuda de um índio Navajo nas buscas, um tal Jack Tigre, que seguiu o rastro do fora da lei sem lhe dar tréguas…

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