Texto da secção Artes e Vidas de 24/06/2014
Banda Desenhada
F. Cleto e Pina** Revistas brasileiras
Como aconteceu quando abundavam as revistas portuguesas, regularmente chegam aos quiosques nacionais diversas edições de banda desenhada brasileiras.
Entre as edições da Panini, com o humor da Turma da Mônica e os super-heróis da Marvel e DC Comics, ou da Mythos Editora, com os westerns Tex e Zagor e o policial de contorno humano J. Kendal – Aventuras de uma criminóloga, são cerca de meia centena de títulos, quase para todos os gostos e bolsas.
Estas revistas, apesar de alguns problemas de distribuição e dos cerca de seis meses de atraso que trazem em relação à publicação no Brasil, aumentam bastante a oferta, que crescerá em Setembro quando chegar Juiz Dredd Megazine (também da Mythos), com algumas das melhores séries e autores da revista britânica 2000 AD.
* Após longa ausência, publicações de banda desenhada ressurgem
* Mensalmente, estão disponíveis cerca de uma dezena de títulos
Durante décadas, títulos como o Mosquito, Cavaleiro Andante, Mundo de Aventuras, Tintin ou Jornal do Cuto acompanharam e fizeram sonhar os mais novos (e não só). Agora, depois de uma longa ausência, as revistas de BD voltam a marcar presença nos quiosques portugueses.
Na verdade, desde o início do ano, mensalmente são cerca de uma dezena de títulos diferentes, a que se devem juntar outras revistas que, não sendo exclusivamente de BD, também publicam histórias aos quadradinhos, como a Disney Júnior, a Winx Club ou a Invizimals.
Se durante décadas, as revistas de BD constituíam o principal divertimento dos mais novos, com a diversificação das ofertas de entretenimento – televisão, videojogos… – e o crescimento do segmento dos álbuns, a banda desenhada foi perdendo visibilidade e leitores. Assim, se entre os anos 40 e 80, era normal chegar a um quiosque e encontrar dezenas de títulos diferentes, para todos os gostos, idades e bolsas, na última década quase desapareceram.
Títulos como o Mosquito ou o Mundo de Aventuras, com mais de 1500 números publicados, ou outros como O Papagaio, Diabrete, Cavaleiro Andante, Camarada, Zorro, Tintin, Jornal do Cuto ou Jornal da BD, que marcaram indelevelmente os seus leitores, tiveram sempre a companhia de edições menores (na qualidade, no papel, no preço…) mas igualmente populares, como Condor, Falcão, Mickey, Pato Donald e outros, que ajudavam a garantir um espaço regular nos escaparates e a indispensável visibilidade.
Agora, neste regresso, as “hostilidades” foram reabertas há cerca de ano e meio, quando as revistas Disney, após um interregno de meia dúzia de anos, voltaram a ser publicadas em português. A oferta Disney inclui a Comix (que é semanal), a Hiper (mensal), a Disney Especial (com edições temáticas – está à venda a que é dedicada às aventuras futebolísticas de patos e ratos), a BIG (com algumas histórias clássicas) e a Minnie & Friends.
Esta última, dirigida especialmente às meninas, revela uma atenção especial da Goody para com as leitoras mais jovens – que durante muito tempo foram esquecidas por quem editava quadradinhos – que, ao entrar na adolescência, encontram também mensalmente uma outra edição Disney. É a Real Life, centrada nas aspirações amorosas de três jovens londrinas, às voltas com o rapaz ideal e com as potencialidades e perigos das redes sociais. A edição portuguesa de Real Life, que já vai no n.º 3, foi lançada em simultâneo com a edição espanhola e antes das versões italiana e francesa.
Para leitores de todas as idades, igualmente há três meses surgiu a Simpsons Comics, com histórias inéditas da família mais amarela da televisão. Retomando as bandas desenhadas originais norte-americanas em ordem cronológica, este mês propõe uma história especial que combina o universo dos Simpsons com os do super-herói Radioactive Man e o dos desenhos animados Itchy and Scratchy.
Este ano, aliás, tem sido pródigo em novas edições aos quadradinhos, pois desde Fevereiro estão disponíveis edições dos principais super-heróis da Marvel, Vingadores, X-Men e Homem-Aranha Superior, correspondentes ao reinício do seu universo designado como Marvel Now. São revistas mensais que têm, regularmente, companhia de uma edição especial, com mais páginas e arcos completos que nalguns casos complementam as publicações mensais. Em Junho, os apreciadores de super-heróis poderão ler Capitão América: Perdido na Dimensão X.
Em relação a tempos idos, há algumas mudanças nas revistas de BD: maiores cuidados editoriais, melhor papel, um maior respeito pelas obras originais e a diversificação dos pontos de venda, uma vez que a diminuição de bancas e quiosques faz com que surjam também em hipermercados e em cadeias de livrarias, facilitando a procura a quem deseja reencontrar os heróis que o acompanharam na infância e juventude.
*Copyright: © 2014 Jornal de Notícias; F. Cleto e Pina
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