Baptizada com nome TEX PUB, casa faz sucesso com balada sertaneja em Dourados, Brasil

Por Thalyta Andrade (texto) e Ademir Almeida (fotos) [1]

Uma balada que faz uma ‘ponte’ entre os cowboys do faroeste e os peões boiadeiros das laçadas, tão tradicionais em Mato Grosso do Sul. Baptizada com o nome do herói dos quadradinhos, Tex Willer, a casa ‘Tex Pub’, em Dourados, é um espaço temático que tem feito sucesso, principalmente, entre o público universitário – que forma um grupo de mais de 15 mil pessoas na cidade – que sai em busca de opções diferentes, o que está em falta na noite douradense.

O mais antigo cowboy de quadradinhos ainda em circulação, Tex Willer foi criado em 1948 por dois italianos, e no Brasil o herói estreou em 1951. E virou o nome da casa nocturna douradense por conta da paixão do pai de dois dos três sócios pelas histórias.

O fã do Ranger é o pai dos meus sócios, e na hora de escolher ele deu a sugestão meio que como homenagem, e eu acabei me apegando porque era uma referência que casou bem com a temática sertaneja que a gente queria para a casa. A decoração foi 90% de uma arquitecta que fez tudo dentro do que a gente queria para a casa ser verdadeiramente temática. Eu soube de um trabalho dela em Três Lagoas, e fomos escolhendo tudo junto. Cada detalhe representa bem o que a gente pensava”, explicou o empresário João Paulo Paz, 25, um dos proprietários da casa.

6 mil seguidores no facebook e referências de faroeste e sertanejo na decoração

Tex Pub

O Dourados News esteve em uma das noites do Tex Pub, que abre sempre às quintas e sextas, com entrada cobrada por meio do já popularizado ‘couvert artístico’, no valor de R$ 8 no primeiro dia e R$ 12 no segundo. E o motivo de não abrir no fim de semana, como muitos baladeiros por aí questionam? João Paulo explica: “Fim de semana geralmente é quando acontecem os eventos grandes, e quando tem algo assim, diferente, a turma vai em massa. Então fizemos esta opção de não abrir nos fins de semana. Não sei se é algo que um dia a gente mude, mas por enquanto vai permanecer assim, e está dando certo”.
No facebook, são quase seis mil seguidores em menos de um ano de funcionamento. Toda semana, a fila é grande na porta. O atendimento interno tem um diferencial: garçons na pista. “Quem não gosta de não ter que ir no bar ficar enfrentando fila e estar aqui na pista de boa, de patrão? Isso agrega muito valor!” resumiu bem empolgado um dos frequentadores. Toda semana, duplas e cantores sertanejos agitam os baladeiros no local.

Já na entrada o clima sertanejo é notado. Não só pelas músicas de Gustavo Lima e outros famosos do género no momento tocando ‘no último’, mas pelas cabeças de boi, berrante, selas, chapéus, e as dezenas de revistas Tex espalhadas pelas paredes.

Uma foto gigante em uma das paredes remete ao clima de bar no faroeste, e os espelhos no tecto são um toque final no conjunto da obra. Há também os detalhes na área de fumador com cactos e um piso com estilo rústico. “A turma vem gostando, estamos sempre tentando melhorar, inovar, toda sexta a gente traz uma atracção de Campo Grande, da Valley Pub, que é a referência nesse ramo não só no Estado como no Brasil em balada sertaneja. Temos quase seis mil seguidores no facebook, para uma casa com capacidade para 400 pessoas. Então se você imaginar que de repente 10% não frequentou, mas que 90% já vieram aqui, ou vem sempre, percebemos uma rotatividade de público muito grande. Tem gente que está aqui toda semana, tem gente que vem duas vezes”.

Cerveja da Oktoberfest

Cerveja Eisenbahn é de Santa Catarina, e ficou famosa por causa da famosa festa que acontece em Blumenau

No cardápio, uma cerveja ‘diferente’ chama a atenção. Tanto pelo nome ‘estranho’, quanto pelo sabor também: suave. Trata-se da Eisenbahn. A unidade long neck custa R$ 6,50 enquanto a Devassa Playboy, que é a outra opção da casa, sai por R$ 5. É uma cerveja que muita gente não conhece, ela é de Blumenau [Santa Catarina], e começou a ser fabricada de modo artesanal na Oktoberfest, mas hoje já conquistou espaço em muitos lugares. Trouxemos esta novidade para Dourados, e acredito que a receptividade é muito boa tanto entre homens, quanto entre mulheres, até porque não é uma cerveja cara”, disse João Paulo.

Desde 2007 na noite douradense, quando foi o responsável por casas de sucesso como o Skol Bar e o Dom Club, João Paulo conta que acredita ter dado ‘um tiro certo’ com o Tex Pub, ao entrar em um nicho de mercado forte actualmente. “Meus sócios aqui são grandes amigos de infância, e quando a balada que funcionava aqui fechou, que era uma casa de música electrónica de sucesso, decidimos abrir algo com uma proposta diferente, algo que não existia aqui em Dourados, uma casa sertaneja temática com decoração específica que fizesse as pessoas sentirem essa proposta assim que entrassem. Essa decisão foi motivada, principalmente, por esse público universitário que tem na cidade, que curte sertanejo porque nosso Estado é muito forte em sertanejo”.

Dourados é carente de casas e público é muito do ‘momento’

Área para fumadores também tem toda a ambientação inspirada no faroeste de Tex

Para o empresário, o público jovem é muito ‘do momento’, e a grande maioria, ainda que venha a ‘entortar o nariz’, acaba aprendendo a gostar do que tem disponível. “Se hoje o que está forte é o sertanejo, eles vão ouvir sertanejo, se é electrónico, eles seguem isso. Falo com propriedade porque já tive casas de estilos diferentes. Em 2005, quando comecei a mexer com evento, era muito forte pagode e a maioria das pessoas que antes viviam o pagode, ainda que a gente considere idade e época diferentes, mas quando falo disso me refiro às classes A, B e C, agora vivem o sertanejo”.

O empresário concorda com a opinião dos baladeiros douradenses, de que a cidade é carente de opções nocturnas. Para ele, seria bom ter concorrência não só para as casas que existem, quanto para atrair ainda mais gente. “A cidade vive realmente uma carência de casa temática ou aleatórias, as opções na noite ainda são poucas, e em um universo com mais de 200 mil habitantes aqui e ainda o pessoal que vem da região, acredito que o sector é muito carente. Quando abri o Tex eu achei que era o momento certo, porque tínhamos um ponto em que já teve uma casa de sucesso, apesar de ter sido no segmento electrónico. Mas, público não muda muito, justamente pelas poucas opções. E eu sou minha única concorrência no momento”.

Fim da filas, que são alvo de críticas dos baladeiros

O western e Tex sempre presentes no Tex Pub

Para 2014, muitas ideias e projectos. Principalmente no que diz respeito às críticas sobre filas para entrar e sair, que foi a reclamação de muitos dos baladeiros ‘texanos’ ao Dourados News. João Paulo admite que isso é algo muito ruim, e que existem alguns projectos para mudar.

Hoje uma coisa que sabemos que é ruim e queremos melhorar é a questão da cobrança de comanda porque demora, faz fila, e tem vezes que todo mundo resolve sair na mesma hora e vira um caos. Isso acaba gerando criticas, impaciência, então estamos estudando para ainda no mês de Março aumentar a estrutura de atendentes dando a saída do pessoal e tentar resolver esse problema. Sobre a entrada, a casa tem capacidade para 400 pessoas, e se 800 chegam querendo entrar, como acontece, não podemos colocar para dentro. Tirando isso, o resto são detalhes que são casuais e normais de quem trabalha na noite”, finalizou o empresário.

[1] Material apresentado no sítio Dourados News;
Copyright: © 2014, Dourado News, Thalyta Andrade e Ademir Almeida.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

2 Comentários

  1. Nossa, tenho que conhecer esse pub. Esse tipo de ambientação é muito raro aqui no Brasil. Sempre as ambientações são mais para o regional do Brasil.

    Valeu pela matéria, Zeca.

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