As Leituras do Pedro*
Revista do Clube Tex Portugal #4
Vários autores
Capas de Enrique Breccia
Clube Tex Portugal
Portugal, Junho de 2016
210 x 280 mm, 48 p., cor, capa mole
Exclusiva para sócios
(ver condições de adesão aqui)
Publicação de e para fãs, a Revista do Clube Tex Portugal, ultrapassa esses limites e justifica a leitura por simples apreciadores de BD. Ou de western.
Embora sinta que este texto já venha tarde – a revista merecia ter tido já o destaque que agora lhe concedo – a minha ausência como colaborador neste número foi a mola impulsionadora.
Convém escrever desde já, que a revista é distribuída apenas aos sócios – cujas quotas (2,00 €/mês) a pagam, bem como à Mostra do Clube Tex que Anadia acolheu nos últimos 3 anos – e fica por isso o alerta para que leitores (do blogue) menos atentos a tentem encontrar à venda.
Aberta à colaboração dos sócios – e de ‘texianos’ de várias origens, de Portugal ao Brasil, passando por autores do universo Bonelli! – a revista ganha e sofre por isso mesmo, oscilando a qualidade do seu conteúdo com a maior capacidade/inspiração dos seus cronistas e – quatro números passados, com sucessivos aumentos do número de páginas – parece-me que chegou o momento de o seu corpo directivo dar um passo em frente na exigência e começar a seleccionar – na completa acepção do termo – as colaborações. E também de fazer passar o seu conteúdo – algum do seu conteúdo pelo menos… – pelo crivo de uma escrita correcta em português, porque, mais do que aos autores dos textos, as incorrecções factuais e as discordâncias de escrita afectam a imagem da publicação.
Em termos gráficos, se a maquete seguida não é especialmente inspirada, finalmente temos um número (quase) sem os constrangedores (e inexplicáveis) espaços em branco que se viam nalgumas páginas dos três primeiros números. Mesmo assim, há disparidades gritantes entre o tamanho das ilustrações publicadas – mais em função do espaço a ocupar do que da sua verdadeira importância…
Passando ao conteúdo em si, sendo de saudar – e de certeza apreciado pelos leitores/coleccionadores – a publicação de desenhos elaborados especificamente para serem publicados nela e até a existência de duas capas diferentes – uma chamariz extra para coleccionadores – deixo uma referência positiva para a diversidade de abordagens ao universo do ranger e para inclusão neste número de pranchas em pré-publicação. O ponto forte, no entanto, é a publicação de uma banda desenhada curta, completa, de Tex, inédita a cores fora de Itália, (curiosamente) remontada para o formato da revista – e numa publicação de e para fãs, não teria sido interessante publicar (e analisar o funcionamento d)as duas versões, mesmo que a original fosse publicada mais reduzida, só na forma de fotos como a mostrada na página de introdução?
A finalizar – e não querendo este texto ser mais do que um contributo positivo para a revista – sendo evidente que o seu caminho está traçado, é evidente que há (sempre) melhoramentos que podem ser introduzidos.
*Pedro Cleto, Porto, Portugal, 1964; engenheiro químico de formação, leitor, crítico, divulgador (também no Jornal de Notícias), coleccionador (de figuras) de BD por vocação e também autor do blogue As Leituras do Pedro
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