As avaliações do Mattheus: Tex 442/443 – Tumak, o Implacável

(**CUIDADO: este texto contém spoiler. Se você pretende ler essa edição, não leia a crítica**)

Tex 442/443 – Tumak, o Implacável

| Evolução dos personagens | Desfecho da história | | Tumak | Trama |

Lançado no Brasil em Agosto e Setembro de 2006, Tex 442 e 443 (na Itália nos n° 536 e 537), traz uma uma aventura escrita por Claudio Nizzi e com argumento do desenhador Fabio Civitelli.

O professor Lovestock, arqueólogo e pesquisador inglês da civilização pré-colombiana, organiza uma expedição arqueológica em busca do que seria um povoado da civilização pré-colombiana, os Anasazi. Mas, durante a viagem em território indígena, atraem para si as atenções do ambicioso guerreiro Tumak, que resolve varrer os brancos da face da terra, defendendo o vale sagrado e os direitos da sua gente. Tex é chamado para intervir e recebe a missão de evitar um terrível derramamento de sangue.

Já vi esse filme… ou melhor, BD
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A história Tumak, o Implacável, é idêntica à O Ouro do Colorado, escrita por G. L. Bonelli e desenhada por Ticci. Quem leu a edição citada, não deixará de notar a semelhança entre uma aventura e outra.

Assim como em O Ouro do Colorado, também temos em Tumak, o Implacável, as mesmas situações: Bandidos escoltando alguém para levá-los até o ouro, Tex e os outros pards seguindo os rastos dos bandidos, Kit e Carson buscando informações sobre quem está escoltando e sendo escoltado, bandidos impacientes e muitos outros factores iguais uns aos outros. A comparação é inevitável.

O blogue reconhece que criar histórias diferentes uma das outras com uma personagem que tem mais de 60 anos de vida é muito difícil, mas dois argumentistas juntos (Nizzi e Civitelli) limitarem-se apenas a “reciclar” um roteiro antigo é lamentável.

Tudo igual, porém, diferente
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“Continuando” o assunto acima, a aventura Tumak, o Implacável, é quase como um “replay” de O Ouro do Colorado. Porém, para a sorte do leitor, o que diferencia uma edição da outra e faz com que Tumak, o Implacável seja melhor do que O Ouro do Colorado é a presença e o peso que cada personagem, seja ela coadjuvante ou não, tenha grande destaque na história.

Aqui, cada personagem evolui e cresce na trama a partir do momento em que a expedição do professor Archi dá inicio à viagem até ao pueblo perdido. E a trama também cresce a partir do momento em que o arqueólogo e também professor Archi percebe o erro que cometeu (embora ele não tenha tido escolha) ao aceitar ser guiado ao pueblo perdido pelo inescrupuloso Link Muller.

Tensão, medo, angústia e emoção estão presentes no enredo. Cada personagem, seja ela boa ou má, reage de uma forma a cada situação apresentada, a cada imprevisto ocorrido, deixando a leitura cada vez mais e mais interessante. As surpresas e reviravoltas de Tumak, o Implacável, faz com que mesmo ao término da edição fique aquele gostinho de “quero mais”.

Implacável aonde?
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Prometeu e não cumpriu, esse é o resumo da actuação da personagem Tumak na aventura. Além de ter o seu nome como título da história, a personagem apresenta-se fazendo barulho e tocando o terror na parada. Porém, a empolgação do leitor vai embora na edição seguinte (Tex 442), onde Tumak revela-se um fiasco.

Além de não ter carisma nenhuma, tem momentos em que a personagem se torna chata e só atrapalha na evolução do enredo, que ia bem. Seria muito mais interessante se, em vez de voltar para a aldeia após Tex e os outros pards atearem fogo na passagem que Tumak seguia, o mesmo alcançasse a expedição do professor Archi e tivesse um confronto sangrento com Link Muller e seus capangas. Mas como o “se” não muda as coisas, o leitor só tem a lamentar.

Final justo
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Uma pergunta que provavelmente se formará na mente do leitor é: “Como será o final do professor Archi? Ele terá que morrer para não profanar os túmulos dos antigos xamãs?” Como o curandeiro do povo Hopi pediu para que Tex impedisse que o túmulo de seus antepassados não fossem violados, e o professor Archi veio de outro país para estudar isso, um dos dois lados (Tex ou Archi) não poderia concluir com êxito o seu objectivo. Nada mais óbvio. Mas nesta aventura ambos os lados saem ganhando.

Archi, consegue analisar os seus estudos sem profanar os túmulos dos antigos xamãs. Geralmente, os roteiristas dão um final ruim para os coadjuvantes em casos assim, mas desta vez, tivemos um final vantajoso para todos.

Conclusão:

Se você gosta de uma boa história, cheia de surpresas e emoções, tem a obrigação de ler Tumak, o Implacável. Nizzi e Civitelli apresentam-nos uma aventura, embora cheia de clichês, magistralmente rica em enredo. Com personagens interessantes e uma trama repleta de surpresas faz com que a história seja uma óptima escolha para uma leitura.

Nota: 8,0

*Material apresentado no blogue críticas texianas em 02/03/2013;
Copyright: © 2013

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