Por Mário João Marques
A ambição em seguir uma carreira como desenhador de banda desenhada esteve sempre presente, mas os passos dados para concretizar este desejo foram por vezes incertos e até casuais. As palavras são do próprio Pasquale Frisenda, milanês de 1970, e são reveladoras de um autor que chega à banda desenhada muito por vocação, mas também guiado pelo destino. E quis este que Frisenda frequentasse um curso de banda desenhada e ilustração de Castelo Sforzesco em Milão. Uma experiência que lhe permitiu contactar com outros nomes do meio e trocar experiências. Graças ao contacto mantido com o Studio Comix de Carlo Ambrosini e Giampiero Casertano, Frisenda começa a colaborar com a revista Cyborg e o seu primeiro trabalho é Tenebra, história que vai desenhar com texto de Michele Masiero.
O grande salto chega com a entrada na equipa de desenhadores de Ken Parker, chegando à Sergio Bonelli Editore quando esta série é adquirida pela editora. Aqui desenhará Mágico Vento, estreando-se com a aventura La Bestia, escrita por Gianfranco Manfredi e a partir do número 32 vai herdar a composição das capas das mãos de Andrea Venturi, desenhando-as até ao número 75 da série. Depois de expressar a Sergio Bonelli a sua vontade em mudar de registo e de personagem, desejando confrontar-se com outras atmosferas, Frisenda é convidado a desenhar um Tex Gigante, uma ocasião que, apesar de não permitir mudar de género, surgirá como uma oportunidade única e irrecusável para o autor, desenhando a aclamada aventura Patagonia, com argumento de Mauro Boselli. Desenha ainda uma curta aventura para Dylan Dog e passa para a série regular de Tex com a aventura Il Segreto del Giudice Bean, uma vez mais com argumento de Boselli.
Na banda desenhada Frisenda parece ter o western como constante na sua carreira. Apesar de tudo, Ken Parker, Mágico Vento e Tex são séries com variantes diferentes, mas curiosamente Frisenda não se considera como um desenhador do género ou como um autor capaz de representar o velho Oeste na sua real dimensão ou com a sua verdadeira capacidade. Frisenda considera-se mais um emotivo, um autor que ama o western, toda a sua atmosfera e todas as suas características, factos que o ajudam no seu trabalho.
Mas Tex é o herói por excelência, um monstro sagrado que acompanha Frisenda desde sempre. Quando começou a desenhar Tex em Patagónia, a maior dificuldade para Frisenda veio com a gestão da narração muito própria das aventuras do Ranger, aspecto que vai sendo moldado com a ajuda fundamental de Boselli, mas sobretudo com o próprio carácter de Frisenda, desenhador capaz de se documentar tanto ou mais que um argumentista. Tendo encontrado o ritmo certo, Frisenda considera que Patagónia acaba por reflectir a visão que o desenhador tem da personagem, a excelência narrativa de Boselli e a paixão que Sergio Bonelli colocava no seu trabalho, como também se constatará ao descortinar as páginas expostas neste evento de Anadia a realizar nos dias 9 e 10 de Maio onde teremos a presença do consagrado desenhador!
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Patagónia chega às bancas portuguesas antes da exposição?
Patagónia já foi distribuído no nosso país em Agosto de 2011, mas estamos a ver se será possível tê-lo também para venda em Anadia na 2ª. Mostra do Clube Tex Portugal…