Almanaque Tex nº 30 no BDJornal #22, de Jan/Fev 2008

Texto da secção Recensões e Críticas de Janeiro/Fevereiro – 2008
Por Pedro Cleto
Almanaque Tex #30 – O preço da honra/A força do destino

Claudio Nizzi (arg) e Venturi (des) Mythos Editora (data previsível de distribuição em Portugal: Início de Abril)

Almanaque Tex 30 - O preço da honra - A força do destinoNuma série como Tex, com produção regular mensal (com tudo o que de bom e de mau este conceito acarreta), e uma qualidade média bastante razoável, as histórias mais interessantes, a nível de argumento, para mim, acabam por ser aquelas que fogem mais aos estereótipos normalmente associados ao herói.
Ou pela abordagem de temáticas distintas ou por se atreverem a um tratamento diferente do (tão imutável) protagonista (que é assim, porque é assim que os leitores gostam, por muito que alguns “críticos” gostassem de ver outros temas/situações nas suas histórias).

Um desses casos é o díptico publicado neste número do Almanaque Tex, colecção que publica histórias inéditas de Tex originalmente publicadas na série italiana “Almanacco del West” ou histórias que ficaram por publicar quando era a Editora Vecchi a responsável pela edição brasileira de Tex.

Numa história recente, de 2006, como habitualmente bem narrada e estruturada, funcionando à base de constantes flash-backs, aparentemente dentro dos códigos que regem um dos mais famosos e populares westerns europeus, há uma diferença fundamental: Tex, geralmente dono e senhor da situação, infalível e (quase) omnipotente, falha estrondosamente. E logo por três vezes. Primeiro, quando não consegue evitar o fim trágico de Natay, o índio rebelde que quase lhe rouba o protagonismo da narrativa. Depois, quando não consegue que o verdadeiro criminoso, o oficial do exército corrupto, seja levado à justiça.
Finalmente, quando não consegue evitar ou pelo menos atenuar o castigo (apesar de tudo justo) do seu assassino. Motivos suficientes – mas há mais, que deixo aos leitores descobrir – para mergulhar na leitura destas mais de 200 páginas.

PS – A titulo de curiosidade, uma nota: se o desenho de Venturi é profissional q.b., eficiente, expressivo e dinâmico, não deixa de ser interessante reparar como o Tex das situações em flash-back é igualzinho ao Tex das cenas passadas na actualidade. Isto, apesar dos cerca de 20 anos que medeiam entre as duas. Mais uma prova da imutabilidade de Tex e de que os grandes heróis são mesmo eternos!

Copyright: © 2008 BDJornal; Pedro Cleto
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