As críticas do Marinho: “I forzati di Dryfork” e “Duri a morire” (Tex italianos 712 e 713)

Por Mário João Marques

“I forzati di Dryfork” e “Duri a morire” (Tex italianos 712 e 713)

As coisas nunca correm como nós desejaríamos e o jovem Greg Taylor que o diga. Primeiro por ter sido acusado de ter disparado contra um senhor rico e poderoso, a quem, por força de um destino cruel, devia uma larga soma de dinheiro. Depois, porque, ironicamente, o jovem não conseguiu acabar com a vida da sua vítima. Finalmente, quando vai a caminho da prisão, também por força de um destino que teima em contrariar a ordem normal das coisas, o jovem Greg vê-se em fuga, acusado de ter assassinado um xerife que o escoltava.

I forzati di Dryfork

Está assim dado o mote para uma magnífica história, uma aventura em estado puro, ritmada, calibrada, sem grandes deambulações e onde o tema da redenção e de uma nova oportunidade se encontra evidente. Nada de novo na série, porque quem a conhece e sobretudo quem conhece Tex, sabe que o Ranger é implacável perante as injustiças, mas é, ao mesmo tempo, alguém que conhece profundamente a alma humana e as suas motivações.

I forzati di Dryfork

Na personagem de Greg Taylor o leitor poderá encontrar semelhanças com outro jovem presente no imaginário da série, Andy Wilson, imortalizado na aventura Caccia all’uomo de Guido Nolitta. Mas se nesta aventura de 1976, Tex estava quase sempre ao lado do jovem Andy, ouvindo de própria voz as motivações que o levaram a cometer um acto contra a lei, em I forzati di Dryfork, que marca a estreia de Jacopo Rauch na serie mensal de Tex, o Ranger vai moldando a sua apreciação em função daquilo que lhe é narrado pelas várias testemunhas com quem se vai cruzando.

Duri a morire

Aventura intensamente clássica, linear, e cuja construção e desenvolvimento roçam a perfeição, toda a primeira parte é magnífica e a posterior gestão dos acontecimentos imprimida por Rauch vem sublinhar estarmos em presença de um autor que pode trazer muito a série.

Duri a morire

O apaixonado de western encontra aqui uma verdadeira antologia do género, entre disparos, traições, perseguições, fugas ou duelos numa cidade fantasma, tudo encontra o seu epílogo na força da justiça, mesmo que isso signifique fechar os olhos a algum cumprimento da lei, provando, mais uma vez, que o mundo de Tex não é preto ou branco.

Duri a morire

Tal como Rauch, também o desenhador Giuseppe Prisco vem de Zagor, e neste seu segundo trabalho na série o autor, com um estilo sintético, consegue um resultado mais pessoal e maduro.
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