Resgatando o passado: Encontros inesquecíveis no Brasil (2001/2002)

Por José Carlos Francisco (Junho de 2003)

Mesmo passado já algum tempo, não posso deixar de registar para os anais da história um encontro de texianos, mesmo já tendo passado algum tempo. As narrativas aqui descritas ocorreram em Dezembro de 2001, ocasião em que me desloquei de Portugal ao Brasil com a família e pude conhecer texianos valorosos dos quais preservo a amizade até hoje.

Com Nilson Pires Farinha

Era 23 de Dezembro de 2001. Fomos até a bela cidade de Jundiaí, localizada a 60Km da cidade de São Paulo, onde vive a família Nilson Farinha, cidade essa em eterno crescimento, como podemos constatar, e onde o agito de uma grande metrópole se mistura com a vida pacata desta cidade do interior.

Com uma população de aproximadamente 400.000 habitantes, a cidade de Jundiaí teve sua origem, pelo que soubemos, em 1615. Está situada geograficamente entre as cidades de São Paulo e Campinas, a uma altitude de 750m acima do mar e com uma área total de 432 km², e a cidade tem acesso a cinco ferrovias e duas rodovias estaduais. Também ficamos a saber que a cidade de Jundiaí tem clima privilegiado, como foi atestado nesse dia, por estar ao lado da Serra do Japi – a mais importante reserva biológica do estado de São Paulo.

Nilson Pires Farinha e familía com José Carlos Francisco e família na Gibiteca do Nílson

Depois de entrarmos na cidade, fomos à procura da rua onde mora o Nilson, rua essa que encontramos cheia de edifícios residenciais, sendo um deles, muito belo por sinal, o do nosso webmaster do Portal TEXBR. Após nos identificarmos perante a segurança do edifício, foi-nos informado que o Nílson se aprestava para nos receber. Um forte abraço ainda na portaria do edifício marcou este primeiro encontro que ambos estávamos assumindo, e por tanto tempo esperado.

Fomos convidados pelo Nílson para subirmos até ao seu apartamento, onde também fomos simpaticamente recebidos pela sua amável esposa, a Elaine e sua linda filha Bia. Depois das apresentações partimos à descoberta da Gibiteca do Nílson, onde nos surpreendemos com as maravilhosas colecções que Nilson possui, tanto de Tex como de Zagor, sobretudo de edições italianas, algumas das quais muito especiais, que tivemos o prazer de ter nas mãos e folhear algumas páginas, lendo alguns parágrafos e vendo os respectivos desenhos.

É em sua Gibiteca que o Nílson se refugia para realizar seu magnífico e importante trabalho no Portal TEXBR, ao lado de Gervásio Santana de Freitas, já que o seu computador se encontra naquele mesmo aposento.

José Carlos Francisco com a família Farinha em Jundiaí

Eu, Nílson e Dorival Vitor Lopes (que também se fazia presente, tendo sido o condutor da diligência que nos levou a Jundiaí) conversávamos animadamente sobre Tex, Zagor e tudo o que rodeia a vida dos nossos heróis no Brasil, como seja os dilemas editoriais que por vezes surgem e as respectivas opções.

Em espírito de amizade, as pequenas Andreia Sofia e Bia (a primeira é minha filha), se entretinham a brincar junto à árvore de Natal, fazendo- nos lembrar do espírito natalício presente naqueles dias. Já Elaine e Fátima (a segunda é minha esposa) tinham se refugiado na cozinha, ao que, passados alguns minutos, nos surpreenderam com  um lanche maravilhoso, composto por um magnífico bolo e um café delicioso.

Após esse agradável lanche ofertamos ao Nílson com uma pequena colecção de miniaturas de garrafas de Vinho do Porto e procedemos entãoàs respectivas despedidas, prometendo um novo encontro em nossa próxima ida ao Brasil ou, em contrapartida, se eles se deslocassem primeiro até Portugal.

Dorival Vitor Lopes, Nilson, Elaine, José Carlos e Andreia em Jundiaí

Hoje, passados um ano e meio deste encontro, nossa amizade consolidou-se cada vez mais e a prova disso foi uma oferta maravilhosa que o Nílson tempos mais tarde me agraciou: a revista especial Fumetti, O Melhor dos Quadrinhos Italianos e … (até estamos sem palavras) a edição da Revista Júnior nº 198… a revista que por primeiro apresentou o Tex no Brasil… uma preciosidade, uma edição com 48 anos…

Com Júlio Schneider e Gervásio Santana de Freitas

Após este encontro que só um herói como Tex nos poderia proporcionar, tivemos o prazer de conhecer pessoalmente também o Júlio Schneider, considerado o maior coleccionador de Tex do Brasil e Gervásio Santana de Freitas, o mentor do Portal TEXBR, na encantadora cidade praiana de Itapoá, cidade litorânea catarinense que faz divisa com o Paraná, cujo nome de origem indígena significa ITA-Pedra, POÁ-Ponta. Mas desses encontros já falamos aqui tempos atrás em Encontro Internacional de Texianos, sempre com a presença do editor Dorival Vitor Lopes.

Júlio Schneider, José Carlos Francisco, Gervásio de Freitas e Dorival Vitor Lopes na cidade praiana de Itapoá

Com Vander Dissenha

Nosso encontro seguinte começou logo no dia primeiro do novo ano de 2002, já em Curitiba, cidade Sorriso. Cidade perfumada pelo pinheiros e araucárias que ali nascem altivos em seus parques e praças.

José Carlos Francisco na Casa de Portugal em Curitiba

Destacamos desta cidade o revolucionário sistema de transporte colectivo, considerado um dos melhores do mundo, conforme nos explicou o Júlio Schneider, e que tornou-se atracção turística. Os ónibus “ligeirinhos”, como o nosso guia nos informou, funcionam como metropolitanos de superfície e as estações-tubo, feitas de vidro e metal, agilizam o embarque e desembarque e ficamos deliciados com este sistema pensando o quanto seria muito útil em Portugal.

Voltando ao tema do encontro, ele realizou-se no Bar do Polaco, bar de propriedade do cunhado do Júlio Schneider e que, além da família Francisco, contou com a presença do tam bém querido Amigo Vander Dissenha e foi testemunhado igualmente pelo Dorival. Julio Schneider procedeu às apresentações, já que o Vander já conhecia o tradutor de Tex, mas também o Dorival.

Dorival Vitor Lopes, Vander Dissenha e José Carlos Francisco

Enquanto bebíamos uma Coca-Cola, eu e o Vander, o Júlio e o Dorival apreciavam uma cerveja refrescante. Em clima muito agradável, as conversas também giraram à volta de nossas colecções e dos nossos heróis como não podia deixar de ser, até porque se não fossem eles provavelmente nunca nos conheceríamos. O diálogo franco revelou que o Vander é uma pessoa de excelente trato, muito simpático e um verdadeiro amigo.

Como sabia que o Vander coleccionava latinhas de Coca-Cola dos mais diversos países do mundo, ofertei a ele três latas diferentes de Coca-Cola portuguesa que o nosso amigo ainda não possuía, enquanto que o Vander me presenteou com uma edição nova de TEX-013 – Luta Implacável com os Falsificadores de Dólares, edição essa que tinha em pior estado na minha colecção.

Andreia, José Carlos, Vander e Fátima Francisco

Após as bebidas, registamos para a posteridade este nosso encontro em duas belas fotos e despedimo-nos com a esperança que novo reencontro surja de novo. Foi a melhor maneira de terminar o ano de 2001 e de começar o ano de 2002!

Em tempo:
Os relatos deste encontro ocorreram no final de Dezembro de 2001 e no início de 2002, ocasião em que a família Francisco esteve em visita ao Brasil, conhecendo a Mythos Editora e vários coleccionadores bonellianos. Mesmo já tendo passado algum tempo do encontro, publicamos a matéria pelos aspectos interessantes que a mesma apresenta na narrativa.

(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)

2 Comentários

  1. Querido Zeca,
    Feliz quem tem amigos e um belo passado a relembrar.
    Conhecer a família Francisco foi precedida de uma grande ansiedade, pois a amizade sincera e virtual se tornaria uma amizade real, com um grande e forte abraço pra começo de conversa. Receber a família Francisco, e o famoso editor de Bermudas em minha casa foi motivo de muita alegria e orgulho. Andréa e Bia se entenderam rapidamente, Elaine e Fátima “sumiram” mas por um bom motivo, já detalhado pelo Zeca. Foi uma tarde maravilhosa! Um pequeno detalhe desse dia, nosso querido editor Dorival estava um pouco nervoso e o motivo: seu time do coração, o Santos, estava em campo, mas em casa ainda não tínhamos tv a cabo então não pode assistir. Posso dizer sem dúvida alguma, Sou Feliz!

  2. Grande Zeca!

    Essa postagem sobre o “resgate do passado” é de março de 2020, mas só estou vendo agora, quatro anos depois… Desculpe! Realmente esse nosso primeiro encontro foi muito interessante. Ainda tenho as latinhas de Coca-Cola na coleção. Um detalhe que me chamou atenção é que na última foto da pra ver uma aliança de noivado em minha mão direita. Eu tinha ficado noivo poucos dias antes. Acredita que essa é a única foto existente em que apareço com aliança? Tempos depois o noivado foi rompido e estou até hoje sem casar… kkkkk

    Grande abraço Zeca!

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