Por João Marin*
O ano de 2018 foi especial para Tex que comemorou 70 anos de existência e de publicação ininterrupta na Itália. Um marco que poucas personagens da banda desenhada alcançaram.
No Brasil Tex também tem números expressivos. A longevidade das publicações do personagem é indiscutível, são mais de 56 anos, sendo que 49 são de forma contínua (os 50 estão chegando!…). Podemos considerar duas épocas de Tex no país. A primeira foi na revista de nome Júnior, a partir do nº 28, de Fevereiro de 1951 e que foi até o nº 263, de Julho de 1957.
A segunda iniciou-se em Fevereiro de 1971 e continua até os dias de hoje, tendo passado pelas editoras: Vecchi, Rio Gráfica (RGE), Globo e Mythos, nas suas várias edições e coleções.
Outro marco de Tex no Brasil é a quantidade de exemplares que foram lançados desde 1951 até aos dias de hoje, e que trouxeram histórias do ranger. São mais de 2.000 edições publicadas contendo suas aventuras. Sim, isso mesmo! São mais de 2.000 revistas trazendo o nosso herói, marca essa que foi alcançada em 2019. É claro que nem todas essas edições trouxeram na capa o título “Tex” ou trouxeram histórias inéditas, mas a quantidade impressiona.
Duas edições têm características singulares. Uma delas é o Almanaque do Bufalo Bill para 1956, cuja história publicada era uma produção apócrifa feita na Argentina. A outra é a “História do Faroeste” nº 22, que foi uma edição inicialmente produzida com história de Tex mas que não foi distribuída para venda, e os poucos exemplares sobreviventes são hoje itens para colecionadores. Essa edição foi substituída por outra com personagens diferentes.
Como curiosidade e para informação e consulta dos texianos, apresentaremos duas tabelas com as quantidades de edições publicadas que contêm histórias de Tex, a primeira de forma agrupada por editoras e a segunda com a listagem de todas as edições efetivamente publicadas. Lembramos que “O Globo, Rio Gráfica e Globo” pertenciam ao mesmo grupo.
Livros, álbum de cromos, revista-póster, etc. não entraram no cômputo de quantidade. Foram consideradas apenas edições que contêm histórias em quadradinhos.
HISTÓRIA APÓCRIFA…
O Almanaque do Bufalo Bill para 1956, da Rio Gráfica Editora, trouxe uma história de Tex (Texas Kid), “A lei do revólver!”, a qual foi integralmente produzida na Argentina e publicada originalmente na revista “Super Rayo Rojo” de 20 de dezembro de 1954, que saiu no formato striscia (tira) 8,5 x 18 cm, com o título “A punta de revolver” cujos autores são Julio Almada e Carlos Cruz. A referida história, de acordo com o que se sabe, não foi produzida com autorização da Bonelli italiana, sendo portanto apócrifa.
EDIÇÃO NÃO PUBLICADA…
No ano de 1981 “Tex” era o título de maior sucesso da Editora Vecchi. O editor, para alavancar as vendas de outro título, “Histórias do Faroeste”, confeccionou a edição nº 22 com a primeira aventura de Tex “O totem misterioso”, que já havia sido publicada no Tex nº 82 de Dezembro de 1977. Quando a revista estava impressa e pronta para ir para a distribuidora, o diretor, Lotário Vecchi, não autorizou a sua publicação.
Na época pagava-se por página publicada do personagem e bastava o diretor de publicações, Lotário, concordar em fazer isso, mas ele não quis, e todo o lote deste nº 22 da “Histórias do Faroeste”, que já estava impresso, foi destruído. Com isso, novo lote foi confeccionado às pressas, com as mesmas informações e retirando-se tudo que se relacionava a Tex e inserindo no lugar histórias de outros personagens, e, finalmente, publicado. A primeira versão do nº 22 não existe como publicação oficial, mas é um item raríssimo e curioso, resultado de uma decisão editorial não aprovada.
Existem apenas de 15 a 20 unidades que foram retiradas pelo editor como amostra e que acabaram nas mãos de colecionadores.
* Texto de João Marin publicado originalmente na Revista nº 12 do Clube Tex Portugal, de Junho de 2020.
(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)
A Salvat tem 60 edições, a Panini pública Tex…
Ou vi errado?
Parabéns pela matéria.
Olá, pard António Matias,
Como o pard Nildo, já escreveu, este texto foi publicado em Junho de 2020. Só que devido ao interesse e até à importância, resolvi republicar aqui no blogue do Tex, 4 anos depois… mas esta sua questão me deu a ideia de falar com o João Marin e um dia destes actualizarmos a matéria com dados actuais 😉
Ola, Você viu isso… Texto de João Marin publicado originalmente na Revista nº 12 do Clube Tex Portugal, de Junho de 2020.
Tenho O Livro do João Marim e Recomendo a Todos Fãs de Tex que Tenham. É Muito, Muito Bom.!!!
O Mesmo Estava na Live da Confraria de Domingo Último.
22/09/2024.
Excelente Matéria, Obrigado!!!