Por José Carlos Francisco*
O Giro d’Italia (em português Volta à Itália) é uma competição ciclista por etapas de três semanas de duração, disputada normalmente no mês de Maio e é uma das três Grandes Voltas da Europa, a par da Volta à França (Tour de France) e da Volta à Espanha (Vuelta a España), sendo unanimemente reconhecidos como os eventos de ciclismo de estrada mais importantes do mundo.
A criação desta competição, assim como o Tour de France, está ligada a um jornal desportivo. O Gazzetta dello Sport foi o responsável por organizar, o Giro d’Italia em bicicleta, cuja primeira edição decorreu em 1909 e contou com a participação de 127 ciclistas, que percorreram um total de 2448 quilómetros, distribuídos por 8 etapas. A partir de 1931, o Giro passou a outorgar um símbolo que tornasse reconhecível o líder da prova, nascendo a célebre maglia rosa, a mesma cor das páginas da Gazzetta dello Sport.
De então para cá, são muitos os nomes que fizeram a História desta competição, contribuindo para torná-la num dos maiores acontecimentos desportivos no mundo, como Luigi Ganna (o primeiro vencedor), Carlo Galetti (o primeiro a vencer mais que uma edição), Alfonsina Strada (a primeira mulher a competir), Alfredo Binda, Fausto Coppi e Eddy Merckx (vencedores cada um de cinco edições, sendo que Coppi ainda é o mais jovem vencedor da competição), Learco Guerra (o primeiro a vestir a maglia rosa), o suíço Hugo Koblet (o primeiro estrangeiro a chegar ao lugar mais alto do pódio), ou ainda ciclistas como Giuseppe Saronni, Bernard Hinault, Miguel Indurain, Marco Pantani e Mario Cipollini (que tem o record de etapas ganhas).
Mas nem só de ciclistas se escreve a história do Giro d’Italia, pois em 2018, depois de três etapas em Israel, a Volta a Itália em bicicleta entrou em solo italiano e teve um triunfo belga. Tim Wellens (Lotto Soudal) conquistou a quarta etapa do Giro, 191km entre Catânia e Caltagirona, com o tempo de 5h17m34s, superiorizando-se na subida do último quilómetro ao canadiano Michael Woods (Cannondale) e ao italiano Enrico Battaglin (Team Lotto NL), ambos terminando com o mesmo tempo do belga. Vale aqui referir a edição de 2018, pois a entrada do Giro em solo italiano, no dia 8 de Maio, trouxe consigo outro grande acontecimento e uma particularidade relacionada com os fumetti da Sergio Bonelli Editore, a entrada em cena de… Tex Willer!!!!! Isto porque as comemorações dos setenta anos de Tex (criado em 1948 por G. L. Bonelli) também envolveram o mais importante evento do ciclismo italiano!
No âmbito da colaboração entre a Sergio Bonelli Editore e o Gazzetta dello Sport, a partir desse primeiro dia em solo italiano e até ao término da prova, uma pickup exclusiva e personalizada, integrada na caravana publicitária, transportou uma estátua em tamanho natural do nosso Ranger do Texas por toda a Itália no decurso de cada etapa da grande corrida velocipédica italiana, como se pode ver nas diversas fotos que ilustram este texto.
Destaque-se ainda o facto de, como forma de entretenimento, no início e no final de cada etapa, haver artistas trajados a rigor, vestidos com as roupas clássicas de Tex, fazendo com que a sua presença no Giro d’Italia 2018 fosse mais um motivo especial para que os fãs do Ranger e do ciclismo acompanhassem a corrida durante as quase três semanas em que a prova decorreu em território transalpino.
Devido ao facto do Giro d’Italia ter uma grande legião de seguidores, sobretudo em Itália, mas também em Portugal, assim como em muitos países do mundo, a presença de Tex Willer foi uma excelente estratégia de marketing que funcionou na perfeição, num ano deveras especial, tornando os festejos pelo seu septuagenário ainda mais ricos, intensos e porque não dizer, inesquecíveis.
Ilustre sócia Rosália Schneider com o Boneco do Tex aquando do término do Giro d’Italia
* Texto de José Carlos Francisco publicado originalmente na Revista nº 13 do Clube Tex Portugal, de Dezembro de 2020.
(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)