
A deslumbrante e impactante ilustração de Aurelio Galleppini, o Mestre Galep, que foi usada pela Vecchi nas edições número 82 de Tex
Com a colaboração de Fabio Cenci e Marco Murineddu
Em Dezembro de 1977 a Editora Vecchi publicou a edição brasileira número 82 de Tex, intitulada “Pat, o Irlandês“, com a particularidade de o editor Otacílio D’ Assunção Barros (‘Ota’) ter usado uma capa inédita de Aurelio Galleppini (‘Galep’), que ainda hoje, quase meio século depois, muitos fãs e coleccionadores brasileiros e portugueses desconhecem a sua origem.
A deslumbrante e impactante ilustração do Mestre Galep, foi também usada pela Vecchi, no mês de Outubro do ano de 1982, em Tex – 2ª Edição número 82, embora com ligeiras diferenças, para pior, sobretudo no quesito coloração e qualidade, como podemos ver de seguida:

Tex 1ª edição nº 82 – 1977 – Editora Vecchi – Brasil & Tex 2ª edição nº 82 – 1982 – Editora Vecchi – Brasil
Motivado pela “questão” colocada recentemente pelo pard Rinaldo Pelissari aqui mesmo no Tex Willer Blog, num comentário propósito de um texto dedicado a Pat, o Irlandês, onde o leitor escreveu “Uma curiosidade que sempre tive, de onde veio a imagem para compor a capa da edição nº 82. Pela pesquisa que fiz, não foi usada nas edições italianas.“, vamos hoje dar a conhecer a origem dessa Arte, até porque como dissemos anteriormente, é do conhecimento de muitos poucos leitores e coleccionadores.
Pois bem, com a ajuda, inclusive a nível de imagens, dos grandes coleccionadores italianos Fabio Cenci e Marco Murineddu, informamos que nas edições italianas de Tex número 80 “Spettri!“ e Tex Tre Stelle (a primeira republicação oficial da colecção de Tex) número 40 “Il ponte tragico“, ambas as edições publicadas em Junho de 1967, constava no seu interior um anúncio onde se comunicava que Galep, o criador de Tex, quis dedicar a todos os leitores esta magnífica ilustração a cores, com o formato 16×21 e que facilmente poderia ser transformada num belo quadro.

O anúncio publicado nas edições de Tex, em Junho de 1967, referente à magnífica ilustração de Tex da autoria de Aurelio Galleppini

O anúncio publicado em Tex Tre Stelle número 40 Il ponte tragico, em Junho de 1967, referente à magnífica ilustração de Tex da autoria de Aurelio Galleppini
Perante o anúncio desta magnífica oferta por parte das Edizioni Araldo (o nome à época da actual Sergio Bonelli Editore) era de se supor que a ilustração fosse inserida numa edição de Tex, mas não o foi… foi inserida, como oferta, nas restantes edições publicadas pelas Edizioni Araldo que foram publicadas nesse mês de Junho:
Zagor #24 “Le Jene del mare“
Il Piccolo Ranger #43; “Il sospetto!“
Storia del West #1; “Verso L’ignoto” (Collana Rodeo)
Il Comandante Mark #10; “Lo stregone bianco“

O anúncio publicado nas edições de Tex, em Junho de 1967, referente à magnífica ilustração de Tex da autoria de Aurelio Galleppini informando as edições onde sairia

O anúncio publicado em Tex Tre Stelle número 40 Il ponte tragico, em Junho de 1967, referente à magnífica ilustração de Tex da autoria de Aurelio Galleppini informando as edições onde sairia
Esta fascinante Arte de Galep com Tex montado no seu cavalo empinado contra o fundo de uma paisagem típica do Velho Oeste, tornou-se intemporal e continua a ser apreciada (e publicada) ao longo das décadas e prova disso mesmo é ter sido usada, em Itália (e em outros países onde a colecção foi lançada), como capa do magnífico e histórico álbum de cromos lançado pela Panini, em 2015, intitulado Tex – L’eroe del West:
Mais recentemente, o ano passado, na comemoração dos 75 anos do mítico Ranger criado em 1948 por Gian Luigi Bonelli e Aurelio Galleppini, esta mesma ilustração também foi incluída numa colecção composta por cinco selos dos correios italianos pertencente à série temática “O Património artístico e cultural italiano”:

Selo sem valor postal reproduzindo uma ilustração icónica do protagonista empinado no seu fiel cavalo Dinamite numa paisagem característica do Velho Oeste
(Para aproveitar a extensão completa das imagens acima, clique nas mesmas)
Finalmente sanada a curiosidade. Um grande brinde foi no fim das contas, como um poster.
Ah, e obrigado, Zeca, por ter me citado na matéria.