Quotidiano L’OSSERVATORE ROMANO celebra os 60 anos de TEX WILLER
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Será talvez devido ao novo estilo de diálogo integral com a cultura laica lançado pelo director Gian Maria Vian, mas o facto é que o L’Osservatore Romano, o compostíssimo quotidiano da Santa Sé (Cidade do Vaticano), na edição distribuída hoje, dia 14 de Agosto, dedica um amplo espaço aos 60 anos de Tex Willer, o herói da banda desenhada criado por Gian Luigi Bonelli, cujo primeiro exemplar foi publicado em 1948.
Num vasto artigo dedicado à figura do ranger texano com a camisa amarela, já protagonista de outras 600 aventuras, o jornalista Roberto Genovesi reconstitui o nascimento do célebre personagem da banda desenhada italiana, recém-chegado às bancas italianos após o fim da segunda guerra mundial, quando um povo italiano “destroçado por um conflito devastante do ponto de vista do sacrifício de vidas humanas mas também no plano moral ” acolhe de bom grado “um justiceiro americano com ideias claras, capaz de distinguir ’sem ses e sem mas’, o bem do mal”
E por isto, escreve o L’Osservatore, que ”Tex mostra-se de imediato um herói interclassista. Agrada aos operários, aos estudantes, aos intelectuais e aos políticos”.
Contudo, observa o quotidiano da Santa Sé, Tex “não tem um carácter com mil facetas, não tem uma psicologia complexa e as suas acções são por vezes ditadas por escolhas claras”: “os seus métodos são expeditos mas prejudicialmente violentos”, e o ranger chega a matar na sua longa carreira “quase três mil pessoas, uma média de sete cadáveres por edição”.
Aquilo que conta, porém, é que “Tex é portador de comportamentos irrepreensíveis ditados por valores não negociáveis mas ao mesmo tempo torna-se protagonista de acções que por vezes desembocam na justiça sumária”.
“Mas é ‘talvez esta ambiguidade’ de fundo – observa o artigo – que sempre agradou aos seus leitores que têm defronte um herói de qualquer forma vigoroso na sua dureza. Não estamos assim diante de um anti-herói ou de um herói negativo. Não estamos defronte, em substância, de um protagonista que aceita conviver com o mal e com todas as suas consequências inclusive superficiais. Não estamos diante de um homem que se esforça por aceitar as tonalidades do viver moderno, feito de compromissos porque – conclui – nas histórias de Tex Willer o bem é sempre claramente distinguível do mal e jamais são propostas estradas alternativas aquelas boas e justas para conseguir o objectivo final”.
Para o L’Osservatore Romano existe ainda um outro aspecto ‘profético’ de Tex: “Ele foi de facto o primeiro herói da banda desenhada, em tempos não suspeitos, se propôs com factos para incrementar uma ideia nova e muito mais ’próxima à realidade’ dos nativos da América. Os índios, nas histórias de banda desenhada de Tex, não são quase nunca apresentados como os maus da fita”. Nas suas histórias, Tex sempre soube reconhecer à cultura e tradição dos peles-vermelhas “um papel de primeiro plano”, “uma função de precioso enriquecimento cultural”. Tex, juntamente com os seus fiéis amigos, todos expoentes de “culturas de minorias”, como “símbolo vivo da partilha entre duas culturas com uma abertura mental de verdadeira antecipação”.
O elogio a Tex é acompanhado de duas entrevistas: ao histórico desenhador Claudio Villa e ao novo argumentista Tito Faraci, e por um contributo do filósofo católico Marco Ivaldo que explica porque “aquele para comprar Tex seja, desde os anos 60, um ritual mensal de paragem nas bancas dos jornais”.
Material apresentado no sítio asca.it; Tradução e adaptação: José Carlos Francisco.
Copyright: © 2008, Agenzia di stampa Asca S.p.A.
Eu penso que o Vaticano vê longe… kkk.
Então la vai:
Tex! hosana nas alturas! aleluia…
Nada anormal. Tex faz parte da Itália tanto quanto o Vaticano.
Eu quero dizer alguma coisa em Italiano:
Papa, e molto bene, grazie.
Interessante a informação. Recebemos o L’Osservatore Romano aqui no colégio onde tabalho (é um colégio jesuíta) e vou ficar de olho, pois a edição dessa semana deve chegar por aqui na semana que vem.
L’«Osservatore Romano» beatifica Tex:
Tex Willer, il cowboy più famoso del fumetto italiano, conquista anche il Vaticano. In occasione dei suoi 60 anni infatti L’Osservatore romano pubblica in prima pagina la copertina dell’albo speciale di settembre che raffigura Tex abbracciato a una giovane donna indiana. E spiega che Tex «conserva forte attualità nella sua veste di perenne difensore della giustizia, tra uomini diversi per razza, cultura e costumi». Cioè valori che più cristiani non si può. E all’interno due articoli del giornale del Papa raccontano così l’eroe di Bonelli: «Esempio di rettitudine morale, di fedeltà coniugale e di amore paterno, è portatore di comportamenti dettati da valori non negoziabili che si rimette alla misericordia di Dio per le scelte che è costretto a compiere».